CPB do jardim

Um commonplace book (CPB) é uma forma de compilar registros sobre um determinado tema – descobri essa no Meteorópole. Por exemplo, o naturalista Carl Linnaeus (sempre que fala esse nome, lembro do Lineu da Grande Família rs) usou CPB para organizar o Systema Naturae para propor um sistema hierárquico de classificação das espécies.

Este CPB é sobre um jardim com plantas em vasos, cujas dicas de implementação dele estão no post do link. Para entender melhor a influência de tempo e clima em suas plantas, veja o post Agrometeorologia para jardinagem. Aqui vão algumas dicas que fui descobrindo sobre as espécies que plantei e observações sobre coisas que aconteceram com elas, em ordem alfabética. Algumas delas são PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais) – veja mais sobre PANC nesse post do Meteorópole (sempre que fala em PANC lembro da Punky, a levada da breca rs).

Observação: devido aos nomes populares semelhantes (ou até iguais), é comum a confusão entre as diferentes espécies. Por exemplo, é comum confundir a erva-cidreira com o capim-cidreira (por causa do nome, já que são bem diferentes fisicamente) ou com a erva-cidreira brasileira (veja as diferenças nos respectivos itens). Também existem plantas com centenas de espécies, como as samambaias, e tão parecidas que seria preciso uma análise mais aprofundada para identificação.

Sumário

Alecrim (Rosmarinus officinalis)

Alecrim já desenvolvido e replantado. Foto: ViniRoger
Alecrim já desenvolvido e replantado. Foto: ViniRoger

O alecrim é uma espécie arbustiva que pode alcançar 1,5 metros de altura, aprecia luminosidade a sol pleno e tem ciclo de vida perene. as hastes do alecrim são lenhosas e as folhas são finas, pequenas e muito aromáticas. Seu nome científico Rosmarinus significa “orvalho que vem do mar” e foi dado pelos romanos devido ao aroma da planta, que vegetava espontaneamente em regiões litorâneas do mar mediterrâneo. Ou seja, está acostumado com vento, salinidade e solo pedregoso. Floresce quase todo o ano e o fruto é um aquênio (tipo aquela “sementinha” na superfície do morango).

Muito utilizado como tempero, aromatizador e chás, também apresenta propriedades medicinais e é usado em rituais religiosos. A cultura popular diz que é bom contra dores reumáticas, depressão, cansaço físicos (em compressas), gases intestinais, cicatrização de feridas (antisséptico), dor de cabeça de origem digestiva (anti-inflamatório), debilidade cardíaca, inapetência e problemas respiratórios.

CPB – Transferido nesse vaso de um sítio em Mogi das Cruzes/SP em setembro de 2021. Foi muito judiada no transporte e acabou perdendo muitas folhas, mas foram recuperadas após um tempo. Semanas depois do transporte, começaram a nascer outras plantas no mesmo vaso: quebra-pedra, samambaia, braquiária (Urochloa decumbens), serralha e capiçoba. Todas foram transplantadas para vasos separados, restando somente a samambaia (do outro lado do vaso) e o quebra-pedra (com grande crescimento). Em março/2022, a samambaia e o quebra-pedra foram transportados para outros vasos e o alecrim foi replantado em um novo vaso (com argila expandida e manta apropriada). Neste ponto, já estava com as folhas tomadas por pontos amarelos (fungos? ácaros?) desde as longas chuvas de janeiro/2022. No início de maio/2022, após vários borrifos intermitentes de enxofre na tentativa bem sucedida de eliminar ácaros, foram tirados 5 ramos de 12 cm, limpada a base e inseridos em um copo com água para ver se dão raízes e plantar novas mudas (ficaram estacionadas no desenvolvimento). Em outubro/2022, foi retirado do vaso para dar lugar ao boldo transplantado de vaso com brilhantina.

Alface-roxa (Lactuca sativa var. crispa)

Pés de alface em vaso grande. Foto: ViniRoger
Pés de alface em vaso grande. Foto: ViniRoger

A alface é uma hortaliça anual ou bienal, utilizada na alimentação humana desde cerca de 500 a.C. Originária do Leste do Mediterrâneo, é mundialmente cultivada para o consumo em saladas, com inúmeras variedades de folhas, cores, formas, tamanhos e texturas. Cerca de 95% de seu peso é água, sendo rica em fibras e lactucina, uma substância com propriedades sedativas. A variedade crespa pode existir tanto na tradicional cor verde quanto com um tom arroxeado. As alfaces devem ser plantadas em lugares com bastante sol e arejadas, regando dia sim e dia não. São colhidas aproximadamente 8 a 18 semanas após a semeadura.

CPB – 16 talinhos adquiridos em Mogi das Cruzes/SP foram plantados em diferentes vasos (com distância menor que a recomendada de 25-30 cm por falta de espaço) com terra vegetal em setembro/2022. Foram consumidas ao longo das semanas seguintes.

Alpiste (Phalaris canariensis)

Alpiste. Foto: ViniRoger
Alpiste. Foto: ViniRoger

O alpiste é uma gramínea, originária da região mediterrânica, geralmente cultivada pelo seu grão utilizado na alimentação de pássaros. Seu plantio costuma se dar através de sementes. Elas podem ser adquiridas em pet shops e deve-se iniciar o processo de germinação colocando essas sementes em um pequeno pote com água limpa e deixando por aproximadamente 24 horas. Depois disso, escorra a água e espalhe as sementes no vaso, cobrindo com um pouquinho de terra. Tome cuidado para que elas não fiquem fundas demais, o ideal é que estejam mais próximas das superfície. As regas devem ser bem suaves, para não encharcar a terra nem espalhar as sementes desorganizadamente, e deve permanecer em um local com alguma iluminação. Ela demora uns 10 dias para crescer. A grama de alpiste pode ser consumida por gatos, auxiliando na eliminação das temidas bolas de pelo, e fazer parte dos chamados “bonecos de alpiste” formando como se fosse um cabelo verde.

CPB – Sementes plantadas em três vasos pequenos em março/2022 – sementes mais próximas à superfície, sem hidratação e enterradas, com hidratação maior do que 24 horas. Em outubro/2022, foram lançadas sementes sobre o solo do vaso de erva-cidreira (nova) para servir como forração durante alguns meses, sendo retiradas quando morreram e secaram.

Amoreira (Morus nigra)

Amoreira jovem em vaso começando a dar frutos negros em agosto/2023. Foto: ViniRoger
Amoreira jovem em vaso começando a dar frutos negros em agosto/2023. Foto: ViniRoger

Morus é um género de árvores caducifólias (perdem as folhas nos meses mais frios e sem chuva), nativas das regiões temperadas e subtropicais da Ásia, África e América do Norte. As amoreiras crescem bem em todo o Brasil e Portugal e apresentam crescimento rápido, adaptando-se a qualquer tipo de solo, preferindo os úmidos e profundos. São árvores de porte médio que podem atingir cerca de 4 a 5 metros de altura, possuem casca ligeiramente rugosa, escura e copa grande. As folhas têm coloração mais ou menos verde, com uma leve pilosidade que as torna ásperas. As flores são de tamanho reduzido e cor branco-amarelada. Frutifica de Setembro a Novembro no Brasil. As amoras são frutos pendentes, de coloração vermelho-escura, quase preta, quando maduros, com polpa vermelho-escura comestível. A coloração de seus frutos varia de acordo com a espécie à qual pertencem e conforme o seu grau de maturação.

CPB – galho coletado de planta adulta de Mogi das Cruzes/SP e plantado em vaso em outubro/2022 para reprodução por eustaquia. Perdeu quase todas as folhas no inverno e renasceram ainda em julho, começando a produzir frutos. Em setembro/2023, as amoras começaram a ficar no ponto de colheita.

Arnica-do-mato (Porophyllum ruderale)

Arnica-do-mato. Foto: ViniRoger
Arnica-do-mato. Foto: ViniRoger

Também conhecida como couvinha, é uma planta herbácea, podendo atinigr até 1 metro de altura e tem folhas com uma consistência que lembra uma borracha. A variante brasileira é quase sem perfume; a andina, mais conhecida como quirquiña, é cheia de aroma. Tem propriedads cicatrizante, anestésica e antiinflamatória (veja como fazer uma solução para uso externo). Também é uma PANC, podendo ser usada em saladas por ter um sabor entre rúcula, coentro e arruda.

CPB – Nasceu espontaneamente no vaso da jabuticabeira em julho/2022. Retirada no início de 2023 por estar muito grande e quase sem folhas, já caindo pelo peso da chuva e vento. Um novo exemplar nasceu na base do pilar de madeira da cobertura do terraço e foi trazido para o vaso onde estava o tomateiro em março/2023. Eventualmente, crescem pequenos exemplares.

Árvore da Felicidade (Polyscias fruticosa)

Árvore da felicidade - fêmea, à frente, e macho. Foto: ViniRoger
Árvore da felicidade – fêmea, à frente, e macho. Foto: ViniRoger

Essa árvore cresce lentamente, podendo atingir até 5 metros de altura (após 20 anos, em média). A árvore macho tem suas folhas mais escuras, grossas e robustas, e a fêmea possui uma tonalidade mais clara, delicada e fina. Prefere meia-sombra e se adéqua muito bem a espaços bem iluminados, mas sem a incidência de sol direto e constante. Gosta de locais úmidos e de bastante rega, mas não de solo encharcado.

CPB – Mudas macho e fêmea adquiridas no final de fevereiro/2022 em Holambra/SP, replantadas para um só vaso maior. Musgo também foi replantado para o mesmo vaso no início de 2023 e outro tipo de musgo também, junto com cascas de árvore em que estavam inseridos, de sítio em Mogi das Cruzes/SP.

Aspargo pendente (Asparagus densiflorus Sprengeri)

Aspargo pendente. Foto: ViniRoger
Aspargo pendente. Foto: ViniRoger

Graças graças ao seu pequeno porte herbáceo e aspecto peculiar de suas várias folhinhas pontudas, são muito bons para plantar em jardineiras e vasos suspensos. Natural da África do Sul, possui frutos chamativos e não comestíveis, além de flores brancas, discretas e pequenas. Devem ser cultivadas a meia-sombra. A planta é tolerante ao frio e sua multiplicação é feita por sementes e por divisão da planta, preservando a sua estrutura.

CPB – Mudas retiradas de uma casa na Vila Mariana e plantadas em três pequenos vasos pendentes em maio/2022.

Azedinha (Oxalis sp)

As ervas desse gênero costumam nascer espontaneamente e costumam ser chamadas como trevos. Durante a noite, as folhas se tornam reflexas, ou seja, se fecham para que a planta economize energia. Algumas espécies são comestíveis e podem ser classificadas como PANCs. Sua parte aérea da planta pode ser utilizada em preparos culinários, tanto crua como cozida ou refogada, apresentando um gosto azedinho mesmo devido ao oxalato de cálcio – por isso, não deve ser consumida em excesso.

Babosa (Aloe vera)

Babosas - Aloe vera var. chinensis (com pontos brancos). Foto: ViniRoger (set/2021)
Babosas – Aloe vera var. chinensis (com pontos brancos). Foto: ViniRoger (set/2021)

De origem africana, a babosa é uma suculenta que pode atingir de 0,5 a 2 metros de altura e que gosta de sol pleno. A planta é popularmente conhecida como babosa por conta da “baba” extraída de suas folhas. Existem cerca de 300 espécies do gênero Aloe em todo o mundo, sendo que a mais comum no Brasil é a Aloe Vera. No entanto, possuem variações com aparências diferentes. As flores são organizadas em um tipo de inflorescência chamada racemo.

Plantas suculentas não gostam de encharcamento no solo, e por isso é utilizada areia média no substrato e regas de no máximo uma vez por semana. Suas raízes possuem uma simbiose com um fungo, que permite à planta um maior acesso a nutrientes minerais no solo. Apesar do enraizamento superficial, é extenso e precisa de um espaço considerável para crescer. Se ficar em um vaso apertado, para sobreviver, ela gerará brotos que você deverá retirar e plantar em um vaso maior.

Quando for realizar o transplante da muda de babosa para um vaso maior, deixe a planta sem água por uns 3 dias aproximadamente. Dessa maneira ela conseguirá se recuperar dos traumas da troca de lugar e se fortalecerá para um novo ciclo refazendo as raízes quebradas. Não deixar a folha em contato direto com a terra para não apodrecer.

Quando atinge a fase adulta, produz de 15 a 30 folhas por ano, que medem de 20 a 50 centímetros de comprimento quando maduras e possuem cerca de 8 centímetros de largura. As folhas são grossas e carnosas, de cor verde a cinza-esverdeado, com espinhos em suas bordas. Se estiverem muito flácidas, precisam de rega.

O gel retirado da babosa in natura oxida rapidamente, tomando uma coloração escura e progressivamente perdendo o princípio ativo. Ele possui aplicações medicinais, cosméticas e paisagísticas. É indicada como anti-inflamatório, cicatrizante e hidratante, ótima para o cabelo.

Babosas de variante com folhas grandes. Foto: ViniRoger
Babosas de variante com folhas grandes. Foto: ViniRoger

CPB – A babosa original é a que aparece maior na foto, adquirida em maio de 2021. Em poucos meses, os brotos foram aparecendo e foram replantados. Poucas folhas, mais antigas e próximas ao solo, que foram retiradas por apodrecimento. Em outubro, a babosa maior foi transplantada para um vaso maior. Começaram a aparecer mais brotos, inclusive das menores, e mais distantes da “mãe”. Em novembro, uma nova babosa de outra variedade foi trazida de Mogi das Cruzes/SP e todas foram transportadas para um local onde bate mais sol. No mesmo vaso mais longo, em outubro/2021, começou a nascer uma outra planta, de folhas finas e alongadas, parecida com a que começou a nascer na mesma época no vaso grande de lavanda, depois identificada como a capoeraba. Em fevereiro/2022, várias folhas começaram a amarelar, então foram deixadas na sobra plena para tomar menos e sol, e em 2 dias já estavam quase que totalmente recuperadas – também despejou-se um pouco de água oxigenada na terra, para matar eventuais fungos que estivessem contaminando as raízes. Em julho/2022, outra babosa da mesma variedade de Mogi foi trazidas. O vaso maior teve seus exemplares replantados em sítio em Mogi das Cruzes/SP em março/2023, liberando o vaso – o mesmo foi realizado para as babosas chinensis, exceto uma pequena que foi para o vaso da rafia.

Begônia cerosa(Begonia semperflorens)

Begônia em dezembro/2023. Foto: ViniRoger
Begônia em dezembro/2023. Foto: ViniRoger

A Begônia cerosa é uma herbácea, pertence a família Begoniaceae, nativa do Brasil, perene, ereta, suculenta, de 15-20 cm de altura e muito ornamental. Apresenta folhas espessas e inflorescências reunidas em racemos curtos, com flores delicadas, nas cores rosa, branca e vermelha, que surgem durante o ano todo. Multiplica-se por sementes, folhas, estacas e ponteiros.

CPB – Exemplar nasceu espontaneamente no vaso de erva-cidreira brasileira que estava com grama preta aproximadamente em setembro/2023.

Beldroegão (Talinum paniculatum)

Visão geral da major-gomes em dois momentos e zoom nas flores e sementes. Foto: ViniRoger
Visão geral da major-gomes em dois momentos e zoom nas flores e sementes. Foto: ViniRoger

Essa planta possui muitos nomes populares, sendo os mais comuns: beldroega-grande, beldroegão, major-gomes, maria-gorda, maria-gomes, língua-de-vaca e ora-pro-nobis-miúdo. Nativa do continente americano, a planta pode atingir os 2 metros de altura medidos a partir da superfície do solo.

Se tiver umidade e sombra, ficará com folhas enormes e vai ramificando, formando uma moita. Se estiver em sol forte, fica mais compacta e desenvolve uma raiz subterrânea muito grossa, como uma pequena cenoura – sua reserva de alimento e água. Costuma nascer junto ao mourão de cercas e buracos nos muros. Como é bem resistente e prolifera muito facilmente, muitas vezes é vista como uma praga.

Possui alto teor proteico (22% na matéria seca), além de ser considerada boa fonte de ferro, zinco e molibdênio. Usada na medicina caseira como emenagogo, diurético, cicatrizante, emoliente, vulnerário e anti-infeccioso, é também consumida em saladas e refogados – com parcimônia quando crua, devido à quantidade de oxalatos. As cápsulas, com tons de amarelo ao marrom, abrigam pequenas sementes pretas e brilhantes que podem entrar na composição da massa de pães e bolos.

CPB – Em maio de 2021, uma folha de major-gomes começou a crescer na parte de baixo de uma coluna de madeira. Foi transplantado para um canto da jardineira com a citronela. Como ela “pegou”, foi transferida para a lateral de um vaso com babosa (foto). Como cresceu demais, foi para um vaso próprio. Perdeu algumas folhas mas as flores/sementes se desenvolveram mais. Em maio/2022, após pegar ácaro (combatido com enxofre) e lagartas, perdeu muito de seu vigor e foi replantado para um vaso que já tinha quebra-pedra e uma nova capiçoba. Em julho/2022, quase sem folhas, foi retirada e suas raízes serviram de alimento após aquecimento na air fryer. Novos exemplares surgem esporadicamente em alguns vasos.

Boldo-miúdo (Plectranthus ornatus)

O boldo é um arbusto da região central do Chile e Peru. Suas folhas são muito usadas na medicina popular como chá ou para mascar de modo a estimular a produção de bile e ser hepatoprotetor. Também é muito utilizado na ornamentação de ambientes e em projetos paisagísticos, por ser uma planta rústica e resistente.

CPB – Alguns exemplares foram trazidos de Mogi das Cruzes/SP em julho/2022 no mesmo vaso da brilhantina. Em outubro/2022, como as duas plantas cresceram muito, o boldo foi transplantado para outro vaso (onde estava o alecrim). Em outubro/2023, foi transferido para a casa da Penha (São Paulo/SP), ficando apenas uma muda pequena no vaso branco grande.

Botão-de-ouro (Galinsoga parviflora)

Botão-de-ouro com algumas quebra-pedras embaixo e flor em destaque. Fotos: ViniRoger
Botão-de-ouro com algumas quebra-pedras embaixo e flor em destaque. Fotos: ViniRoger

Também é conhecida como picão-branco, mas esse nome pode confundir com o picão-branco (Bidens alba) que tem pétalas maiores e as características agulhas pretas – ambas são ervas daninhas. Suas folhas podem ser usadas como tempero no preparo de receitas quentes, com um gosto parecido ao de uma alcachofra ou de cogumelos. Apresenta ciclo curto de até 50 dias. Costuma aparecer em um vaso ou outro de tempos em tempos. Pode ser consumida hortaliça, refogadas ou cruas, porém seu maior uso é como tempero – veja mais no link como preparar o tempero de picão-branco.

Brilhantina (Pilea microphylla)

Brilhantina (atrás) e boldo (frente). Foto: ViniRoger
Brilhantina (atrás) e boldo (frente). Foto: ViniRoger

Popularmente conhecida como brilhantina e dinheirinho, é considerada por muitos uma erva-daninha, dado à sua fácil propagação em locais de umidade favorável. Para seu desenvolvimento, precisa ter no mínimo um pouco de claridade e luz solar indireta. Possui pequenas folhas verdes brilhantes e flores sem valor ornamental. Costuma ser usada como forração em jardins, mas também possui propriedade medicinais: ajuda na cicatrização quando usada em compressas e é um ótimo chá diurético.

CPB – foram retiradas integralmente duas moitas de uma casa na Vila Mariana: do vão entre pedras da calçada e outra, maior, do ralo da garagem. Elas foram plantadas em duas áreas do vaso com samambaias, em solo nu sombreado pelas folhas, em janeiro/2022. No entanto, com o crescimento rápido da área de sombra da samambaia, a maior parte foi replantada junto à citronela. Outra grande quantidade foi retirada da calçada em frente de casa e replantada no vaso da jabuticabeira. Nenhuma vingou. Em julho/2022, um novo exemplar bem desenvolvido foi trazido de Mogi das Cruzes/SP junto com um pé de boldo, mas desde outubro/2022 está com o vaso só para ela. Ao ser transferida da parede que recebe menos água de chuva para onde recebe mais, ficou mais verde e vistosa.

Bucha (Luffa aegyptiaca)

Pé de bucha. Foto: ViniRoger
Pé de bucha. Foto: ViniRoger

Planta trepadeira, apesar de também ser conhecida como pepino do Egito, acredita-se que seja nativa da Índia e do Paquistão. Possui folhas palmatilobadas (mas as primeiras folhas que surgem são arredondadas), flores amarelas e fruto semelhante ao pepino comum . É uma planta subespontânea, é cultivada especialmente pelas fibras do fruto seco, que são usadas principalmente como esfregão de banho. No entanto, antes da secagem do fruto, ele pode ser consumido normalmente.

CPB – Sementes do fruto seco, vindo de Mogi das Cruzes/SP, foram plantas em alguns vasos em agosto/2023. Após alguns dias, várias delas começaram a germinar, especialmente as que estavam no vaso marrom pequeno em que havia a carpete mais escura. O vaso foi então posicionado sobre um tijolo e ficou ao lado da corda-de-viola, justamente para permitir que usasse a estrutura de sustentação para poder subir nas grades da janela e atingir lugares mais altos.

Café (Coffea arabica)

Pés de café recém brotados (agosto/2022) e em crescimento (agosto/2023). Foto: ViniRoger
Pés de café recém brotados (agosto/2022) e em crescimento (agosto/2023). Foto: ViniRoger

Veja mais sobre o cafeeiro (pé de café) no post sobre café.

CPB – Plantado com semente de apenas um fruto descascado e colhido em cafeeiro na Rua Fabrício Vampré (São Paulo/SP) em maio/2022. De agosto para setembro, os dois brotos passaram de joelho para palito de fósforo. Em outubro/2022, apareceram as primeiras folhas. Depois foram transplantadas para dois vasos maiores. Um ataque de lesmas no início de 2023 em uma das plantas fez com que tivesse um crescimento retardado com relação ao outro exemplar. Em setembro/2023, o exemplar menor foi replantado para o vaso onde estava a lavanda. Pouco tempo depois, o outro exemplar também foi replantado em vaso maior. Em dezembro/2023, foram plantados tufos de grama preta ao redor.

Camedórea-elegante (Chamaedorea elegans)

Camedórea-elegante. Foto: ViniRoger
Camedórea-elegante. Foto: ViniRoger

Essa palmeira de pequeno porte é originária do México e Guatemala. Deve ser cultivada sob meia-sombra ou luz difusa, por isso mesmo sendo muito usada em ambientes interiores. A incidência direta do sol provocará queimaduras nas folhas, mas aprecia o calor e a umidade ambientais (deve-se evitar ar condicionado).

CPB – Muda adquirida e plantada em maio/2022. Como as folhas estavam muito claras, foi colocada embaixo da sombra da samambaia. Foi transplantada para vaso maior em março/2023 e, meses depois, para outro vaso mais largo.

Camomila (Matricaria chamomilla)

Muda de camomila. Foto: ViniRoger
Muda de camomila. Foto: ViniRoger

Planta herbácea de pequeno porte, alcançando cerca de 30 a 50 cm de altura. Suas folhas são verdes, lisas e recortadas em segmentos afilados. As inflorescências são semelhantes às das margaridas, com centro amarelo e corola simples de pétalas brancas. A floração ocorre na primavera e verão, podendo ser colhidas quando cerca de 60% das plantas estiverem com as pétalas abertas em 180°. Deixe-as secando por dois dias. Depois, para evitar o desenvolvimento de larvas, use um secador para eliminar a umidade. Das flores secas, faz-se o chá, com efeito calmante e pode combater diversos males como cólicas, gastrite, resfriado, etc.

CPB – Muda aquirida em Ribeirão Pires/SP em maio/2023. Não consegiu seguir em frente, encolhendo até morrer em setembro/2023.

Cana-de-açúcar (Saccharum officinarum)

Colmos de cana-de-açúcar plantados (abril/2022) e uma dessas mudas já desenvolvidas (abril/2023). Fotos: ViniRoger
Colmos de cana-de-açúcar plantados (abril/2022) e uma dessas mudas já desenvolvidas (abril/2023). Fotos: ViniRoger

Nativa das regiões tropicais do sul da Ásia e da Melanésia, a cana é utilizada principalmente para a produção de açúcar, etanol e outros derivados. Tem caules robustos, fibrosos e articulados, ricos em sacarose, e pode crescer entre dois e seis metros de altura. Gosta de bastante iluminação solar direta, além de calor e umidade, por isso é bom plantar na época do ano que atenda esses requisitos. Para isso, corte no meio dos colmos (não na divisão deles, porque é ali naquela divisória que os brotos nascem) e plante em um buraco, regando em seguida.

CPB – plantada na segunda metade de abril/2022 em três vasos (junto com menta, hortelã e em separado). No final do mesmo mês, 4 brotos (folhas e raízes) desenvolvidos foram cortados do restante do caule e replantados no vaso mais largo e raso. Semanas depois, 2 brotos foram transferidos para um vaso grande (junto com uma tapiá, que depois foi transferida para a floreira branca) e das que ficaram no vaso mais largo, uma delas morreu mais algumas semanas depois. Restou um vaso grande com 3 exemplares. Os dois maiores foram colhidos no final de maio/2023 e o menor foi arrancado, ficando o vaso sem uso. Novos pedaços de tronco foram plantados para brotar, da variedade caiana, em julho/2023 em diferentes vasos. Apenas os exemplares no vaso do pé de café e do tomateiro que vingaram, porém crescendo bem devagar. Em dezembro/2023, o tomateiro foi arrancado e a muda de cana no vaso de café foi transplandada para o mesmo vaso da outra muda de cana.

Capiçoba (Erechtites valerianifolius)

Capiçoba vista de cima. Foto: ViniRoger
Capiçoba vista de cima. Foto: ViniRoger

É também conhecida como capiçova, gondó e maria-gomes, conforme a região. Da família das Asteráceas, é parente do dente-de-leão, da losna ou absinto, da serralha e serralhinha, da margarida, da camomila e outras plantas com inflorescências (agrupamento de flores pequenas que se assentam num mesmo receptáculo).

Nativa da América do Sul, é considerada uma erva daninha – ou seja, nasce sem plantio. No entanto, as folhas e inflorescências são usadas como hortaliça. De gosto levemente amargo e parecido com a rúcula, geralmente são preparadas na forma de refogados. O amargor pode ser reduzido ao ferver.

CPB – começou a nascer no vaso de Alecrim dias depois de transferido de Mogi das Cruzes/SP em setembro/2021. Quando ganhou um tamanho considerável em janeiro/2022, foi transferido para um vaso próprio. Em março/2022, quando abriram as flores e avistava-se sua morte, as folhas foram retiradas duas vezes para salada e o restante da planta foi descartado.

Capim-santo (Cymbopogon citratus)

Dois vasos com capim santo - e algumas plantas invasoras. Foto: ViniRoger (set/2021)
Dois vasos com capim santo – e algumas plantas invasoras. Foto: ViniRoger (set/2021)

Também conhecido como capim-cidreira ou capim-limão, o capim-santo é uma planta herbácea de até 1 metro de altura. Suas folhas, finas e compridas que medem até 90 cm de comprimento, que exalam um perfume cítrico. Elas se agrupam em touceiras de cerca de 50 cm de diâmetro e formam uma copa de até 1 m de diâmetro.

Apesar de muito rústico e resistente, é um alvo fácil para a ferrugem, fungo que também ataca as produções de cana. A praga deixa a folhagem da herbácea com manchas marrons e aspecto ressecado com o passar do tempo. Para evitar a ferrugem, deve ser mantido sob sol pleno e em solo bem drenado. O ideal é regá-la duas vezes por semana, mesmo durante a estiagem, e manter o local ventilado.

Suas folhas em infusão são muito usadas para chás e em medicina popular, tendo propriedades febrífugas, sudoríficas, analgésicas, calmantes, anti-depressivas, diuréticas e expectorantes, além de ser bactericida, hepatoprotectora, antiespasmódica, estimulante da circulação periférica, estimulante estomacal e da lactação.

CPB – Primeiro pé de capim-santo foi transferido em março de 2021 de um sítio em Mogi das Cruzes/SP, mas estava muito seco e não resistiu. O segundo (vaso azul) foi trazido em setembro de 2021. Em abril de 2021, foram adquiridas duas mudas e plantadas no mesmo vaso (preto), mas depois de alguns meses sem crescimento aparente, uma delas morreu e a outra começou a desenvolver novos “tufos” – acho que estavam brigando por recursos e uma prevaleceu. Quanto às plantas invasoras que aparecem na foto, parecem ser melissa (ou mentrasto/picão-roxo, que depois foi para um vaso em separado no qual foi plantado um picão branco e outras plantas invasoras) e Anogramma leptophylla (um tipo de samambaia). Em outubro/2023, o exmeplar do vaso azul foi transferido par aum vaso novo.

Capim-de-contas (Coix lacryma-jobi L.)

Capim-de-contas (grãos em destaque). Foto: ViniRoger
Capim-de-contas (grãos em destaque). Foto: ViniRoger

Também conhecida como Lágrima-de-Nossa-Senhora, é originária da Ásia tropical mas foi naturalizada em quase todo o Brasil. É uma herbácea anual, ereta, medindo de 1,0-1,8 m de altura. Folhas de 10-20 cm de comprimento e inflorescências terminais, em racemos curtos e inclinados. Fruto globoso, liso-vernicoso, duro, perolado, de cor esbranquiçada com matizes cinzentas (quando maduro) ou pretas (antes de ficar maduro). As sementes são empregadas para a confecção de adornos e outros trabalhos artesanais, quando ficam pretos. No interior dos grãos existe uma reserva amilácea rica em proteínas, vitaminas e sais minerais, que pode ser transformada numa farinha de alto valor nutritivo. Seus grãos também são usados com várias propriedades medicianis – veja mais em Horto Didático.

CPB – Nasceu espontaneamente em vaso com nabo japonês em março/2023, sendo identificada somente quando começou a dar grãos. Foi retirada totalmente em outubro/2023.

Capoeraba (Commelina sp)

Exemplares de capoeraba: com flor e mais desenvolvida. Fotos: ViniRoger
Exemplares de capoeraba: com flor e mais desenvolvida. Fotos: ViniRoger

Também conhecida como trapoeraba, é tida como uma erva daninha. Dependendo da espécie, pode possuir folhas mais largas (C. benghalensis) ou mais estreitas (C. diffusa ou C. erecta). Suas flores em tons azuis bem fortes desabrocham em sua alta temporada, no meio do verão e início do outono, abrindo de manhã e fechando já perto do meio-dia. Tanto as flores quanto as folhas são comestíveis (PANC). Veja mais sobre a planta no post Trapoeraba.

CPB – foi retirada uma muda de um canteiro (dando flor) na rua e plantada em vaso em outubro/2021 e deu a primeira flor em janeiro/2022. No mesmo vaso da babosa, está crescendo uma outra planta que parece ser um exemplar de capoeraba, quando teve algumas folhas predadas por uma grande lagarta. Foi separada em vaso a parte em janeiro/2022 – com menos raízes, folhas encurvavam nos momentos de mais sol do dia. Outro exemplar cresce vigorosamente no vaso da lavanda. Quando começaram a perecer, o que sobrou foi arrancado mas nasceu de novo em alguns meses.

Capuchinha (Tropaeolum majus)

Capuchinha-anã. Foto: ViniRoger
Capuchinha-anã. Foto: ViniRoger

Nativa das regiões montanhosas do México e Peru, a espécie se adaptou bem ao clima das regiões sul e sudeste do Brasil. Apresenta folhas circulares verdes em haste longa. As flores podem ser amarelas, vermelhas, alaranjadas ou brancas, e são amplamente cultivadas para fins ornamentais. É uma planta totalmente comestível, ou seja, suas flores, folhas, sementes e ramos podem ser consumidos crus ou cozidos.

CPB – Dez sementes foram plantas em pequenos vasos em fevereiro/2023 e somente uma vingou. Em maio/2023, foi adquirida mais uma muda em Ribeirão Pires/SP e, junto com a outra, foram replantadas em um vaso maior e com menos insolação direta (cresceram tortas buscando o sol). Quando mudou de posição, recebendo sol direto, o número de folhas, assim como o tamanho delas, aumentou o suficiente para algumas “colheitas”. No final de novembro/2023, após onda de calor, teve boa parte de suas folhas queimadas. Assim, dois pedaços que estavam com raízes foram replantados no vaso branco grande de cimento, deixando o vaso para uma planta nova que cresceu espontaneamente no vaso da tuia.

Carpete (Sedum japonicum)

Carpete. Foto: ViniRoger
Carpete. Foto: ViniRoger

O gênero Sedum pertence à grande família Crassulaceae de plantas suculentas. Sua coloração varia de acordo com os níveis de luminosidade aos quais a planta é submetida: quando cultivada sob sol pleno, assume uma característica coloração amarelada, caso contrário, fica verde. Muito delicada e ramificada, de hastes finas com enraizamento nos nós, forma uma moita densa de até 8 cm de altura, preenche uma jardineira com facilidade e rapidez, pondendo até ficar pendentes para fora do vaso. É bastante comum encontrarmos em terrários de cactos e suculentas, geralmente abertos, além de mini jardins, onde esta suculenta costuma fazer o papel de gramado.

CPB – Mudas aquiridas em Ribeirão Pires/SP em maio/2023 e plantadas nos vasos da amoreira e na jardineira nova grande. A da jardineira grande morreu em poucas semanas; a outra foi transplantada para o vaso marrom pequeno em em agosto/2023 apresentando folhas secas e permanecendo pequena.

Caruru (Amaranthus hybridus)

Caruru em vaso de babosa, com cigarrinha em folha. Fotos: ViniRoger
Caruru em vaso de babosa, com cigarrinha em folha. Fotos: ViniRoger

Caruru é a designação comum a certas plantas do gênero Amaranthus, da família das amarantáceas, algumas de folhas comestíveis (após cozimento), bastante utilizada em culinária. A maioria delas é invasora de plantações. É também conhecida como bredo em Pernambuco e na Bahia, onde é utilizado na culinária local, reservando-se o termo “caruru” a um prato que, geralmente, não leva esta planta nos seus ingredientes. Todas as partes do caruru são comestíveis. É um alimento rico em ferro, potássio, cálcio e vitaminas A, B1, B2 e C. As sementes podem ser ingeridas torradas ou em pães e outras receitas, e são conhecidas como amaranto.

CPB – Começou a crescer espontaneamente no vaso com babosa trazida de Mogi das Cruzes/SP em setembro/2022 e em outros vasos. Todas foram replantadas no vaso de barro junto ao picão roxo em fevereiro/2022. Depois disso, seu desenvolvimento foi nulo e pereceram uma a uma. Eventualmente, crescem alguns exemplares em alguns vasos.

Cavalinha (Equisetum arvense L.)

Mudas de cavalinha. Foto: ViniRoger
Mudas de cavalinha. Foto: ViniRoger

Com origem no continente europeu, a cavalinha é uma planta herbácea com caules aéreos ocos. Gosta de solos com umidade e algum teor em argila, zonas de meia-sombra, não se adaptando bem a extremos de temperatura (entre 10 e 20°C). Apresentando duas fases distintas de crescimento: (1) caules férteis acastanhados com “escamas”, terminando em forma de cone com esporos, e (2) caules estéreis esverdeados, segmentados e extremamente ramificados que morrem depois de os esporos dispersarem no verão. Deve-se colher apenas os caules estéreis (parte aérea) com cerca de 15 cm de altura. É uma planta medicinal, com efeito diurético, tonificantes do tecido conjuntivo (ajuda em fraturas), auxilia no processo de cicatrização de feridas e favorece o crescimento das membranas mucosas, pele, cabelo e unhas. Chá de cavalinha é um fungicida natural e pode ser aplicado nas plantas para combater oídio ao ser pulverizado nas folhas (frente e verso) e no solo.

CPB – Foram trazidas mudas de Ribeirão Pires/SP em duas ocasiões (2022 e 2023). Originalmente, foi plantada na jardineira branca mas logo foi transplantada para um vaso menor e alocada em um canto mais escuro (na sombra da árvore da felicidade), prosperando bem. Em outubro/2023, foi replantada para um vaso maior, junto com exemplares de beldroegão.

Citronela (Cymbopogon winterianus)

Citronela. Foto: ViniRoger (set/2021)
Citronela. Foto: ViniRoger (set/2021)

Original do sudeste asiático, a citronela forma uma touceira densa, com folhas longas e finas de bordas cortantes e coloração verde clara. Sua aparência lembra muito o capim limão, mas tem um aroma bem diferente e não pode ser ingerida. Gosta de sol pleno e solo bem drenado, não tolerando frio intenso. Para reprodução, recomenda-se separar algumas touceiras e plantar com um espaçamento por volta de um metro, para não competirem umas com as outras quando crescerem.

A citronela é bastante conhecida pelos efeitos repelentes de seu óleo essencial, principalmente contra mosquitos e borrachudos. As folhas podem ser queimadas para liberar o aroma ou seu óleo pode fazer parte de velas e difusores. O chá de citronela pode ser usado para lavar superfícies e espantar insetos. Esfregando a folha amassada no corpo, evita que pernilongos se aproximem.

CPB – Parte de uma touceira foi dividida em alguns “tufos” ao longo da jardineira de concreto em março de 2021, trazidas de um sítio em Mogi das Cruzes/SP. Depois de muita limpeza das folhas mortas, foi utilizado fertilizante líquido Ouro Verde para raízes a cada duas semanas por 2 meses, surgindo alguns brotos. Em setembro do mesmo ano tiveram um forte crescimento, após regas mais modestas. Folhas secas podem servir de apoio às folhas mais novas, mas podem obstruir o desenvolvimento de novos brotos – mais de uma vez, uma folha nova nascendo dentro de uma morta acabou enrolando, não saiu e morreu. Em fevereiro/2022, visando reduzir áreas de solo nu junto ao trevo, foram plantadas brilhantinas que estavam na na samambaia, mas alguns meses depois já estavam quase todas mortas. Em setembro/2023, foram colocados tijolos embaixo do vaso para que ficasse mais alto e as folhas não ficassem raspando tanto no chão.

Coentro-selvagem (Erygium campestre)

Coentro selvagem. Foto: ViniRoger
Coentro selvagem. Foto: ViniRoger

Também conhecido como coentro-de-espinho, tem folhas estreitas e longas, podendo chegar a 60 cm de comprimento. É nativo de toda região do Mediterrâneo, tanto a porção africana como europeia. É uma planta rústica que aprecia muito sol, tempo quente e terra bem drenada, por vezes pedregosa, e seca. A melhor forma de consumo é deles bem picados ou cozidos/refogados.

CPB – Um exemplar foi trazido de Mogi das Cruzes/SP em julho/2022, junto com um pouco de hortelã (este definhou aos poucos). Em setembro/2022, o coentro teve um ataque de lesmas, que se espalharam para outros vasos. No início de 2023, surgiram vários brotos, que foram replantados no próprio vaso e em vasinhos menores que estavam com alface antes. Em março/2023, todas voltaram para o vaso principal.

Corda-de-viola (Ipomoea purpurea)

Corda-de-violão com duas flores recém abertas, uma fechada e um botão que abriria no dia seguinte. Foto: ViniRoger
Corda-de-violão com duas flores recém abertas, uma fechada e um botão que abriria no dia seguinte. Foto: ViniRoger

A corda-de-viola também é conhecida como glória-da-manhã, pois suas flores geralmente abrem pela manhã e fecham a tarde. Essa trepadeira é nativa do México e seu ciclo é anual/perene. Por crescer rapidamente, é considerada uma erva daninha a diversas culturas. No entanto, é extremamente ornamental, com folhas verdes em forma de coração e flores grandes com cores vivas – geralmente azul ou roxo. Gosta de clima quente e úmido com bastante sol.

CPB – um exemplar com raiz, folha e alguns botões de flores foi trazido em vaso de Mairiporã/SP em março/2022. Logo nos primeiros dias, as flores foram abrindo quase que uma por dia. No mesmo vaso tinha um hibisco com uma flor que abriu, mas não resitiu pois foi retirada sem raiz, e brilhantina, que foi transplantada para o vaso da jabuticabeira. Ao perceber que tinha vingado, foi instalado um pau de vassoura para que enrolasse, e em maio/2022 foi tansplantada para um vaso maior (onde estava o beldroegão) e cresceu vigorosamente até ficar em várias partes da grade da janela. Primeiras flores apareceram em setembro/2022. Antes das chuvas do início 2023, tinha flor nova quase todo dia, mas quando começou a chover as flores desapareceram e as folhas começaram a reaparecer nas partes mais baixas.

Couvetinga (Solanum mauritianum)

Couvetinga em março (esq.) e novembro de 2023. Fotos: ViniRoger
Couvetinga em março (esq.) e novembro de 2023. Fotos: ViniRoger

Da mesma família do fumo, a couvetinga ocorre principalmente nos estados do sul e sudeste do Brasil. Ela é uma espécie arbustiva a arbórea (pode atingir até 12 metros), de padrão foliar sempre-verde (perenifólio). As folhas são simples, alternas, elípticas, bicolores, medindo de 5 cm a 30 cm de comprimento. As inflorescências ocorrem em corimbos terminais, medindo até 15 cm de comprimento, com 5 a 25 flores em forma de estrela medindo de 1 cm a 2 cm de largura e de corola violeta. Típica de vegetação pioneira, costuma ocorrer espontaneamente em terrenos rasos a profundos e de fertilidade variável, a maioria das vezes solos pobres, ácidos, com pH variando entre 3,5 e 5,5, com textura que varia de franca a argilosa e bem drenados. Mais informações em publicação da Embrapa.

CPB – nasceu espontaneamente no vaso da ráfia em março/2023. Foi transplantada para o vaso branco grande e em novembro/2023 já estava com quase 1 metro de altura. Durante o período seco, sofreu com um ataque de ácaros, que deixou suas folhas mais esbranquiçadas.

Crepe-do-japão (Crepis japonica)

Crepe-do-japão, com flores e folha em destaque. Foto: ViniRoger
Crepe-do-japão, com flores e folha em destaque. Foto: ViniRoger

Conhecida também como alface do brejo e tida como uma erva daninha, ela apresenta folhas verdes brilhantes e pequenas flores amarelas. É da família das Asteraceae, nativa do Sudeste da Ásia. Pode ser consumida in natura, refogados, sopas, saladas ou sucos.

CPB – Aparece espontaneamente em um vaso ou outro. O exemplar da foto (tirada no final de janeiro/2022) cresceu na sombra da lavanda. Aparece esporadicamente em vários vasos.

Dinheiro em penca (Callisia repens)

Dinheiro em penca. Foto: ViniRoger
Dinheiro em penca. Foto: ViniRoger

Arbusto perene, caules se enraizam em cada nó, o que permite formar um tapete. As folhas são ovais, de 1-4 cm de comprimento, 1-2 cm de largura, agudas no ápice. Cresce em áreas de sombra úmida, pode ser encontrada em solos rochosos e arenosos. Cultivada como planta ornamental.

CPB – Alguns exemplares foram recolhidos junto da erva-cidreira brasileira trazida de Mogi das Cruzes/SP em julho/2022. Foram arrancadas em setembro/2022 pois cresceram muito (até saindo do vaso) e estavam usando os recursos da erva-cidreira.

Erva-cidreira ou melissa (Melissa officinalis)

Erva-cidreira: muda recém-plantada (abr/2021) e desenvolvida (set/2021). Foto: ViniRoger
Erva-cidreira: muda recém-plantada (abr/2021) e desenvolvida (set/2021). Foto: ViniRoger

De origem europeia e da mesma família da hortelã e do manjericão, a erva-cidreira verdadeira apresenta um típico perfume cítrico nas folhas. Suas folhas são opostas, ovadas a romboides, de margens crenadas, cor verde clara e pequenos pelos. Pode chegar a 40 centímetros de altura e floresce na primavera e verão, despontando flores pequenas de cor amarelo clara a lilás – elas costumam atrair abelhas, daí o nome melissa. Os frutos que se seguem são do tipo aquênio, oblongos e pardacentos. Deve ser cultivada sob sol pleno ou meia sombra, não gostando de excesso de calor ou de umidade.

O chá de infusão das folhas de erva-cidreira ajuda a relaxar (contra insônia e ansiedade) e tem propriedades digestivas. Seu óleo essencial pode ser utilizado em perfumaria, produtos de limpeza e produtos farmacêuticos, assim como adicionar sabor em sorvetes (junto com a hortelã). É o ingrediente principal da Águas das Carmelitas, a qual pode ser encontrada à venda nas farmácias alemãs.

CPB – Muda plantada em abril de 2021 em vaso de 30 cm de diâmetro, com bom crescimento. Poucas folhas tiveram larvas de mosca-minadora e lagartas durante período seco do inverno.

Erva-cidreira brasileira (Lippia alba)

Erva-cidreira brasileira. Foto: ViniRoger (mai/2022)
Erva-cidreira brasileira. Foto: ViniRoger (mai/2022)

Conhecida também como falsa melissa, a erva-cidreira brasileira é um arbusto multi-ramificado, atingindo altura de 1,5 m. De origem americana, possui folhas opostas e flores pequenas, de cores brancas e lilases. Tem um aroma mais forte que o da melissa verdadeira.

Na estação seca, a obtenção de óleo essencial é superior à estação chuvosa. Em ambos os casos, os maiores teores foram obtidos extraindo as folhas às 15 horas (Santos & Innecco, 2005). Popularmente usada como anti-espasmódico, calmante e anticonvulsivante, também apresenta atividades anti-inflamatória, antimicrobiana e anticarcinogênica.

CPB – Transferido de um sítio em Mogi das Cruzes/SP em setembro de 2021 e replantado em balde com furos. Logo que foi retirado do seu lugar original, as folhas começaram a murchar e perder o verde rapidamente. Após algumas semanas e retirada de algumas folhas secas, que ainda estavam boas para chá, foram nascendo novas folhas verdes, a partir da base. Um novo vaso foi trazido em julho/2022, inicialmente com stress hídrico devido ao transporte.

Espinafre (Tetragonia tetragonoides)

Espinafre-da-nova-zelândia. Foto: ViniRoger
Espinafre-da-nova-zelândia. Foto: ViniRoger

Apesar do nome espinafre e da aparência, ele pertence a outra família de plantas – o espinafre propriamente dito (Spinacia oleracea) pertencente à família das amarantáceas, enquanto que esse, à Aizoaceae. No entanto, ambos são comestíveis. Ele é uma planta anual, tem um hábito rasteiro, e formará um tapete espesso no chão ou subirá por outra vegetação. As folhas da planta têm de 3 a 15 cm de comprimento, de forma triangular e verde brilhante. As folhas são grossas e cobertas com pequenas papilas que parecem gotas de água na parte superior e inferior das folhas. As flores da planta são amarelas, e o fruto é uma pequena cápsula dura coberta de pequenos chifres. Contém níveis baixos a médios de oxalatos, que precisam ser removidos mergulhando as folhas em água quente por um minuto, depois enxaguando em água fria antes de cozinhar.

CPB – um pé nasceu espontaneamente no vaso da palmeira por volta de julho/2022 e outro no vaso de alecrim em setembro/2022 (mas este foi consumido em outubro/2022). Adquirida muda de Ribeirão Pires/SP e plantada na jardineira branca grande em maio/2023, mas devido ao solo ácido cresce bem lentamente, sendo praticamente toda colhida em novembro/2023.

Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Reiss)

Espinheira-santa. Foto: ViniRoger
Espinheira-santa. Foto: ViniRoger

A espécie perene e de porte arbóreo-arbustivo tem espinhos que despontam nas bordas das folhas, além de uso anti-inflamatório e no combate a problemas estomacais através de infusão, por isso o nome espinheira-santa. Nativa do Brasil, é encontrada sobretudo na região que vai de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

CPB – Uma muda foi adquirida em Ribeirão Pires/SP em setembro/2022, plantada em vaso junto com mentrasto. Um novo tutor maior de bambu foi instalado em março/2023.

Feijão

Feijão com algumas semanas de desenvolvimento. Foto: ViniRoger
Feijão com algumas semanas de desenvolvimento. Foto: ViniRoger

O nome feijão é comum a uma grande variedade de sementes de plantas de alguns gêneros da família Fabaceae, rico em proteínas, ferro, cálcio e vitaminas. Seu plantio é bem simples e costuma ser usado como experiência escolar. É uma planta anual, ou seja, seu ciclo todo de vida dura, no máximo, 12 meses. Pode ser plantado entre uma cultura e outra para ajudar a nitorgenar o solo, já que uma bactéria que convive muito bem com o feijão (o rizóbio) atua na fixação do nitrogênio do ar no solo.

CPB – em abril/2022, foram plantados 4 grãos de feijão carioca após hidratação de algumas horas, com 3 vingando, onde estava a pimenteira. Outros grãos foram plantados onde junto da corda-de-viola. Todos foram colhidos em duas “safras” em agosto/2022.

Funcho (Foeniculum vulgare)

Funcho de variedade com bulbo "funcho de Florença" com joaninha. Foto: ViniRoger (ago/2021)
Funcho de variedade com bulbo “funcho de Florença” com joaninha. Foto: ViniRoger (ago/2021)

Também é conhecido como erva-doce, mas esse nome também é dado ao anis (Pimpinella anisum). Elas pertencem à mesma família (apiaceae), tem frutos morfologicamente similares (aquênios) e ambas contém anetol no óleo essencial, o que explica a similaridade no aroma. As duas espécies diferem no aspecto morfológico, especialmente no porte, cor das flores e forma das folhas, além de componentes relacionados que conferem efeitos terapêuticos.

O funcho é uma herbácea de caules erectos múltiplos, com até dois metros de altura (mas em geral com menos de 80 centímetros), de cor verde intenso. As folhas terminam em segmentos filiformes a aciculares (com cerca de 0,5 mm de diâmetro). Produz inflorescências terminais compostas com 5 a 15 cm de diâmetro e frutos milimétricos. A raiz é rizomatosa, esbranquiçada e muito suculenta, armazenando grande quantidade de água. Nativa da bacia do Mediterrâneo, possui variedades na Macronésia e no Médio Oriente. No Brasil, é cultivado comercialmente no agreste nordestino.

O óleo essencial da erva-doce é empregado em farmácia para conferir sabor e odor agradáveis a medicamentos e em confeitaria na fabricação de licores e guloseimas. As sementes e flores são usadas na confecção de chá. Sua raiz, caules e folhas podem ser consumidas como salada e no preparo de pratos. Apresenta propriedades de atividade inseticida, antifúngica, ação galactogoga (que provoca ou aumenta secreção de leite), anti-inflamatória, diurética e antiespasmódica (alívio de cólica em crianças), além de ser estimulante das funções digestivas, carminativo e espasmolítico.

CPB – Muda adquirida em abril de 2021, foi replantada pouco tempo depois em vaso de 20 cm de diâmetro raso (o da foto). Mesmo com joaninhas, sempre voltavam muitos pulgões e a planta não desenvolveu muito nem em tamanho nem um bulbo consideravelmente grande. Foi consumida em salada em setembro de 2021. Adquirida muda de Ribeirão Pires/SP e plantada na jardineira branca grande em maio/2023, inicalmente crescendo pouco mas conseguiu passar de 1 metro de altura e foi colhida em novembro/2023.

Grama amendoim (Arachis repens)

Grama amendoim. Foto: ViniRoger
Grama amendoim. Foto: ViniRoger

Muito procurada para fazer a forração de solo do jardim, a grama amendoim não demanda de cuidados e podas são feitas por meio de tesouras de jardim. As folhas da grama amendoim são levemente arredondadas e apresentam um tom verde escuro. Sua floração é formada de pequenas flores amarelas e ocorre várias vezes ao ano, porém é mais frequente quando recebe luz natural direta. Além de sol, ela deve ser regada a cada dois dias; tolera secas e encharcamentos, mas não resiste a geadas e pisões. Ela ajuda a fixar nitrogênio em solos pobres em nutrientes. Pode ser propagada a partir de estolhos, uns “cabinhos” rasteiros que saem da planta-mãe e logo enraízam, gerando outra muda.

CPB – Muda adquirida em Ribeirão Pires/SP e plantada em fevereiro/2023 no mesmo vaso da jabuticabeira. Em dezembro/2023, foi replantada no vaso da espinheira santa, transplantando a grama preta que estava lá para o vaso da jabuticabeira.

Grama preta (Ophiopogon japonicus)

Grama preta em vaso com amoreira. Foto: ViniRoger
Grama preta em vaso com amoreira. Foto: ViniRoger

A grama-preta é uma planta herbácea, de folhagem ornamental e largamente utilizada como forração para áreas sombreadas, mas tolera sol pleno nos horários mais fracos. Sem caule e com folhas finas, brilhantes e escuras, ela não é uma gramínea. Não necessita nem deve ser aparada, porém não suporta pisoteio. Geralmente é comercializada na forma de placas ou mudas, já que se multiplica por divisão das touceiras. Seu crescimento é lento, e é recomendado o plantio adensado para evitar deixar a terra exposta e obter o mais rápido possível o aspecto fechado da forração.

CPB – Mudas adquiridas em junho/2023 no CEASA de Campinas/SP e plantadas como forração nos vasos da amoreira (principalmente), da espinheira-santa e em um dos vasos de erva-cidreira brasileira. Em dezembro/2023, foram plantados tufos de grama preta ao redor dos pés de café e jabuticabeira (esta, recebendo os exemplares transplantados do vaso da espinheira-santa).

Guaco (Mikania glomerata)

Guaco. Foto: ViniRoger
Guaco. Foto: ViniRoger

Também conhecido como Erva de Bruxa, o guaco é uma trepadeira de textura semi-lenhosa pode atingir 3 m de altura se tiver suporte adequado. Apresenta folhas verdes e inflorescências surgem apenas quando exposta a luz direta durante boa parte do dia. É um tipo de planta medicinal e possui excelente efeito expectorante e broncodilatador, sendo utilizado contra gripe, rouquidão, infecção na garganta, tosse, bronquite.

CPB – Muda adquirida em Ribeirão Pires/SP e plantada em fevereiro/2023 na jardineira, transplantanda para um vaso em março/2023 para um vaso de barro, onde estava o mastruz. Em julho/2023, como já estava maior que o tutor, a ponta foi alinhada para a erva-cidreira ao lado e continou crescendo enroscada nela e no tomateiro.

Hortelã (Mentha sp)

Dois pés de hortelã desenvolvidos. Foto: ViniRoger
Dois pés de hortelã desenvolvidos. Foto: ViniRoger

As espécies do gênero Mentha e seus híbridos são chamadas de hortelã. Suas folhas são oval-lanceoladas e serrilhadas, de cor verde a arroxeada, um tanto pilosas e têm um forte aroma refrescante. De seu óleo essencial, se extrai o mentol. As flores são numerosas e roxas e se apresentam em inflorescências terminais do tipo espiga. Seu cultivo é fácil, pois ela é muito rústica e se multiplica facilmente – inclusive invadindo o espaço de outras plantas. As regas devem ser regulares, deixando o solo permanentemente úmido, porém sem encharcamento. Pode ser cultivada em lugares ensolarados ou em sombra parcial.

É indispensável na Culinária Árabe, temperando diversos pratos, como esfirras, quibe e tabule. Muito utilizada na indústria farmacêutica, cosmética e de alimentos, seja como planta medicinal ou como aromatizante. Apresenta propriedades analgésica, expectorante, anti-helmíntica, descongestionante, anti-séptico, anti-inflamatória e anti-espasmódica, sendo indicado em alterações gastro-intestinais, mau-hálito, verminoses e problemas respiratórios.

CPB – Duas mudas de hortelã adquiridas em abril de 2021, plantadas lado a lado na ponta de uma jardineiro, junto com manjericão e orégano. Desenvolveu muito bem e até cresceu um ramo pela beirada interna, ultrapassando o manjericão e atingindo o orégano quanto estava em um local com menos iluminação, mas depois diminui a velocidade de crescimento. Com o uso de fertilizantes em janeiro/2022, ganhou novo fôlego de crescimento. No mês seguinte, já estavam com poucas folhas saudáveis e sendo comidas por lagartas, sendo assim removidas do vaso. Somente com novas mudas trazidas em abril/2022 que o plantio voltou, mas sem o mesmo rendimento.

Hypoestes (Hypoestes phyllostachya)

Hypoestes plantadas em jardineira branca nova. Foto: ViniRoger
Hypoestes plantadas em jardineira branca nova. Foto: ViniRoger

Popularmente também é conhecida como planta confete, pois sua folhagem é coberta de pontinhos, que podem aparecer nas cores branco, rosa, vermelho e até roxo. Planta perene que pode medir de 30 a 40 cm, é originária da África, portanto gosta de temperatura alta e dias ensolarados. Se a planta for cultivada sendo diretamente exposta a luz solar, ela acabará ficando opaca e sem vida. Por outro lado, se for privada de luz, terá cores vivas e crescerá rapidamente. As flores podem ter a coloração rosa ou lilás e começam a aparecer entre o final do verão e início do outono. Assim que as flores brotam, a planta entra em um estado de dormência, onde ela vai perdendo sua aparência vigorosa e começa a morrer aos poucos. Por isso, elas devem ser podadas rente ao substrato quando estiverem muito estioladas e as folhas grandes estiverem começando a morrer.

CPB – Mudas adquiridas em junho/2023 no CEASA de Campinas/SP e plantadas 6 delas na jardineira branca nova junto com exemplares de hypoestes.

Iresine (Iresine herbstii)

Ireines plantadas em jardineira branca nova. Foto: ViniRoger
Ireines plantadas em jardineira branca nova. Foto: ViniRoger

Tudo na iresine é avermelhado (do caule às folhas com nervuras marcadas) e tem um acabamento encerado que as faz brilhar bastante ao sol. Planta bem rústica e suporta muito sol. Pode florescer no final do verão, com um buquê de flores brancas.

CPB – Mudas adquiridas em junho/2023 no CEASA de Campinas/SP e plantadas 4 delas na jardineira branca nova junto com exemplares de hypoestes.

Jabuticabeira Sabará (Plinia jaboticaba)

Muda de jaboticabeira recém plantada. Foto: ViniRoger
Muda de jaboticabeira recém plantada. Foto: ViniRoger

A jabuticabeira é uma árvore frutífera nativa da Mata Atlântica, sendo que a espécie jabuticaba-sabará é a mais cultivada no Brasil (folhagem jovem avermelhada, muito doce, de casca fina). Veja mais sobre a fruta no post de geleia de jabuticaba. De porte médio, gosta de bastante sol e muita água – a ponto de encharcar o solo, molhando as folhas inclusive. O vaso tem que ser virado pelo menos uma vez por mês, tomando o cuidado para que a planta receba sol por inteiro, em todos os lados.

CPB – Muda adquirida no final de fevereiro/2022 em Holambra/SP, replantada para vaso grande. Em dezembro/2023, foram plantados tufos de grama preta ao redor, após retirada de grama amendoim por crescer muito e estar sombreada.

Lavanda (Lavandula dentata)

Lavanda: muda (abr/2021) e flor em destaque (set/2021). Foto: ViniRoger
Lavanda: muda (abr/2021) e flor em destaque (set/2021). Foto: ViniRoger

A lavanda, ou alfazema, é uma espécie nativa do continente europeu, especialmente nas ilhas do Atlântico. Existem cerca de 39 espécies de seu gênero, sendo que a Lavandula angustifolia (antigamente L. officinalis) é a mais utilizada comercialmente no mundo, enquanto que a L. dentata é a mais adaptada ao clima no Brasil – mas ambas são muito parecidas.

Encontra-se na forma de um arbusto que pode atingir de 30 cm a 2 metros de altura. Ela necessita de luz solar direta por algumas horas diariamente. No geral, a lavanda não tolera climas úmidos, assim como não suporta o frio ou o calor por muito tempo. O solo deve permanecer levemente úmido, principalmente durante a fase inicial de crescimento. Quando bem desenvolvida, a planta se torna bem resistente a períodos de seca e pode ser irrigada esparsamente.

Costuma florescer nos meses frios, em sores púrpuras e de fragrância forte. As flores podem ser colhidas assim que se abrem, cortando quase todo o ramo – delas que os óleos essenciais são extraídos. As folhas podem ser apanhadas quando necessário – o importante é fazer a poda de ramos velhos que se tornam lenhosos. Ela é perene e pode produzir por mais de uma década.

Possui ampla aplicação em perfumes e cosméticos. As flores de lavanda são usadas para arranjos florais secos e com fins aromatizantes. O óleo extraído e utilizado como antissépticos, em aromaterapia e na indústria de cosméticos.

CPB – Muda adquirida em abril/2021, foi replantada pouco tempo depois em vaso maior de barro de 20 cm de diâmetro. Flores começaram a aparecer em junho com auge em setembro. Em outubro/2021, foi replantada para vaso maior. Após algumas semanas, no mesmo vaso, começou a nascer uma capoeraba. Em outubro/2022, foi levemente podada e alguns galhos foram presos em um pau para ficar mais alta. Em julho/2023, foi feita uma poda mais intensa pois tinha somente umas pontas verdes de um dos galhos. Ela foi arrancada em setembro/2023 já sem vida, mas gerando um belo “bonsai de natureza morta”.

Losna (Artemísia absinthium)

Muda de losna. Foto: ViniRoger
Muda de losna. Foto: ViniRoger

Também conhecido como absinto ou artemísia, a losna é uma erva originária da Europa e da Ásia. Possui flores amarelas aromáticas e o arbusto pode chegar até 90 cm de altura. Apresenta folhas recortadas de cor cinzenta, de sabor amargo e que é utilizada como planta medicinal (possui ação vermífuga e anti-inflamatória) e na fabricação da bebida conhecida como absinto. Seu consumo excessivo pode causar espasmos e convulsões.

CPB – Uma muda foi adquirida em Ribeirão Pires/SP em setembro/2022, plantada em vaso pequeno, mas durou pouco tempo. Uma nova tentativa foi feita um tempo depois, sem sucesso.

Manjericão (Ocimum basilicum)

Manjericão: visão geral (ago/2021) e flor (abr/2021). Foto: ViniRoger
Manjericão: visão geral (ago/2021) e flor (abr/2021). Foto: ViniRoger

Originária da Índia, o manjericão é uma planta herbácea, aromática e medicinal. Apresenta caule ereto e ramificado, e atinge cerca de 0,5 a 1 metro de altura. Suas folhas são ovaladas e de cor verde-brilhante, com aroma doce e picante. As inflorescências são do tipo espiga e compostas por flores brancas, lilases ou avermelhadas – geralmente são podadas pois consomem a energia direcionada para as folhas. Deve receber pelo menos 4 horas de sol por dia. Diferente do manjericão-cravo, essa variedade é uma planta anual, ou seja, deve viver até por volta de um ano e meio, depois começa a ficar lenhosa, perder as folhas e ficar com pragas.

Suas folhas são utilizadas secas ou frescas na preparação de diversos pratos quentes ou frios. Possui vitaminas A, B, C, E e K, assim como zinco, cálcio, manganês, magnésio, ferro e potássio.

É muito comum aparecerem manchas como uma estrela e caminhos escuros nas folhas. São causadas pela mosca-minadora: uma mosquinha pequena que põe ovos, de onde nascem lagartinhas que andam por dentro das folhas formando essas manchas.

CPB – Muda adquirida em abril/2021, plantada no centro de uma jardineira, com orégano e hortelãs aos lados. Sempre desenvolveu vigorosamente, dando muitas folhas (uma poda por mês aproximadamente). Comum as folhas ficarem com larvas de mosca-minadora. Em julho/2022, já estava muito lenhoso com poucas folhas fracas e pegando praga facilmente (lagartinhas nas folhas mais novas todos os dias), então foi arrancado. Um exemplar de manjericão roxo foi plnatado no vaso em que estava a cana-de-açúcar, com mais terra e um exemplar de tomateiro bem desenvolvido, em junho/2023 (muda adquirida no CEASA de Campinas/SP), mas murchou e morreu em poucos dias.

Mastruz (Dysphania ambrosioides)

Mastruz. Foto: ViniRoger
Mastruz. Foto: ViniRoger

O mastruz, também conhecido como erva-de-santa-maria, é uma planta subarbustiva com crescimento espontâneo nativa da América Latina. Possui folhas alternas e de diferentes tamanhos, com flores pequenas e de cor esbranquiçada. É uma planta medicinal, com propriedades vermífugas, expectorantes, anti-inflamatórias, analgésicas, digestivas e antissépticas. Na culinária mexicana, costuma ser utilizada como tempero para feijão, carnes e sopas. No Brasil, o modo mais popular de se beneficiar das propriedades do mastruz é por meio da infusão de suas folhas na preparação de chás. Já para uso externo, na forma de cataplasma, deve-se amassar três colheres de sopa da planta fresca em um pouco de água até formar uma pasta, aplicando-a, em gaze, sobre a área afetada por duas horas. Em altas doses, o óleo essencial apresenta grande toxicidade.

CPB – Mudas de Mogi das Cruzes/SP plantadas no mesmo vaso da espinheira-santa em setembro/2022. Em outubro/2022, foi passada para um só vaso (onde estava a roseira) e arrancado em março/2023, quando começou a secar e quase não tinha mais folhas.

Mastruço-do-brasil (Lepidium didymum L.)

Mastruço-do-brasil em vaso. Foto: ViniRoger
Mastruço-do-brasil em vaso. Foto: ViniRoger

Esse tipo de mastruço é uma erva anual/bienal com hastes verdes decumbentes ou ascendentes e glabras, com até 40 centímetros de comprimento, irradiando de uma posição central. As folhas são pinadas e alternadas e podem atingir 5 cm de comprimento. As flores são discretas, as quatro pétalas brancas muito curtas ou ausentes, com 2 (raramente 4). Os estames e os frutos consistem em duas válvulas arredondadas, entalhadas no ápice, com um estilete muito curto entre elas, enrugados e contêm sementes laranja ou marrom avermelhadas, com 1–5 mm de comprimento. Frequentemente citado como nativo da América do Sul, é tida como uma erva daninha.

CPB – Foram transplantados exemplares em três vasos pequenos de terreno no bairro da Penha/SP em julho/2023, após terem crescido espontaneamente. No final de agosto, após dias de calor e secura, os dois exemplares dos vasos que estavam menos protegidos do vento morreram. O restante foi replantado no vaso do pé de café maior.

Menta (Mentha arvensis)

Menta (jan/2022). Foto: ViniRoger
Menta (jan/2022). Foto: ViniRoger

Também conhecida como hortelã-do-campo, a menta tem folha mais comprida e fina, além de um aroma mais “refrescante” e cheiro forte característico.

CPB – Em novembro/2021, uma muda foi trazida de Mogi das Cruzes/SP e plantada em vaso pequeno. Teve problema com cochonilhas mas foram eliminadas com água oxigenada. Em janeiro/2022, foi feito replantio dos galhos que estavam muito longos e com poucas folhas nas pontas, o que foi bem sucedido. O procedimento foi repetido no final de fevereiro/2022 incluindo terra adubada mas a maioria não resistiu. Somente com novas mudas trazidas em abril/2022 que o plantio voltou durando até setembro/2022, quando uma nova muda foi trazida de loja em Ouro Fino (Ribeirão Pires/SP). No início de 2023, junto com o hortelã, foi morrendo aos poucos e removido seus restos secos em março/2023.

Musgo

Musgo. Foto: ViniRoger
Musgo. Foto: ViniRoger

Os musgos (briófitas) possuem estruturas muito simples, sem vascularização, raízes, caule ou sementes. Cada planta individual é geralmente composta por filídios (folhas) simples, ligados a um eixo central que pode ser ramificado, mas que tem apenas um papel limitado na condução de água e de nutrientes. Ele ajudar a manter a umidade, evitando regas em excesso. Costuma se desenvolver em locais úmidos e de sombra plena. O musgo recebe nutrientes do ar, e não do solo. Deve-se colocar água diariamente e sem pressão, ou seja, borrifar para não danificar a planta. Caso o musgo comece a ficar escuro ou manchado, é porque está recebendo água em excesso.

CPB – Muda adquirida no final de fevereiro/2022 em Holambra/SP. Replantada para o vaso da árvore da felicidade após algumas semanas. Começou a crescer quando começou a receber alguns minutos de sol direto por dia.

Nabo-japonês (Raphanus Sativus)

Nabo-japonês. Foto: ViniRoger
Nabo-japonês. Foto: ViniRoger

Também conhecida como rabanete ou rábano, por vezes é considerada uma planta invasora de culturas agrícolas. É uma hortaliça anual de raiz utilizado para alimentação de sua parte subterrânea. Se não for colhido, o rabanete produzirá pequenas flores brancas ou arroxeadas.

CPB – Nasceu espontaneamente em vaso que estava desocupado em fevereiro/2023. Foi colhida em setembro/2023, sem raiz com nutrientes e com muitas folhas.

Orégano (Origanum vulgare)

Muda de orégano (abr/2021) e desenvolvida antes da poda (ago/2021). Foto: ViniRoger
Muda de orégano (abr/2021) e desenvolvida antes da poda (ago/2021). Foto: ViniRoger

Originária da Europa mediterrânea, o orégano é uma planta semi-lenhosa, ramificada, perene e de folhas muito aromáticas, que atinge de 20 cm a 80 cm. Algumas variedades de orégano se apresentam como pequenos arbustos, densos, com caule e ramagem eretos; outras são como forrações. As folhas são ovais, opostas e ricas em óleo essencial. Suas flores são pequenas, tubulares, róseas a arroxeadas e surgem no verão, em inflorescências do tipo rácemo.

Apesar de sobreviver à meia-sombra, sua folhagem não adquire aroma tão intenso nessas condições. Mesmo perene, deve ser replantado a cada 2 a 3 anos, pois perde o vigor e a beleza com o tempo. Multiplica-se por sementes, divisão das touceiras ou da ramagem enraizada.

Para colher, corte com uma tesoura a ⅓ do comprimento do caule do orégano. Pode ser usado fresco na culinária, mas o aroma pungente de suas folhas se intensifica com a secagem. Existem várias formas de secar/desidratar o orégano, mas a que parece funcionar melhor é, depois de lavar e secar bem os ramos, pendurá-los em algum lugar ao abrigo de luz porém ventilado naturalmente, para que não cresçam fungos. Também devem ficar protegidos do acúmulo de poeria, já que devem ficar por volta de 3 semanas para secar, o que pode ser feito com sacos de papelão com alguns furos. Depois, basta passar o dedo ao longo dos ramos secos no sentido contrário à orientação das folhas, para que quebrem e se acumulem no papelão ou no recipiente que guardará o orégano.

CPB – Muda adquirida em abril de 2021, plantada no centro de uma jardineira, com orégano e hortelãs aos lados. Sempre desenvolveu vigorosamente, dando muitas folhas (uma poda por mês aproximadamente). Pouquíssimas folhas tiveram larvas de mosca-minadora e lagartas durante período seco do inverno. Em julho/2022, esteva bem seca e com poucas folhas, mesmo recebendo adubação com bokashi, então foi arrancado.

Peixinho (Stachys byzantina)

Peixinho. Foto: ViniRoger
Peixinho. Foto: ViniRoger

A planta peixinho da horta é nativa da Turquia, da região do Cáucaso e da Ásia Central. Tem uma característica folhagem aveludada e pode atingir até 20 cm de altura. Prefere climas mais amenos, portanto deve ficar em locais abrigados do sol intenso. Gosta muito de água. Suas folhas só podem ser colhidas quando estiver com cerca de 10 ou 15 centímetros de altura. Ela é uma PANC e entre suas receitas mais famosas está o peixinho frito – justamente o preparo em que a hortaliça fica muito parecida com o peixe lambari. Seu preparo envolve empanar cada folha e fritar – são 2 ovos para cada 10 folhas, além de farinha de rosca e temperos, e 15 minutos na Air Fryer a 180°C.

CPB – muda de 20 cm adquirida em viveiro de plantas na Saúde (São Paulo/SP) e replantada em vaso maior, de barro. Algumas folhas foram retiradas para fritura e consumo. Em outubro/2022, foram retiradas as pedras e deixada na parte que recebe chuva direto. Eventualmente, aparecem cochonilhas na junção das folhas com o resto da planta, e folhas mortas devem ser podadas com alguma frequência (mensalmente).

Pimenteira

Pimenteira.Foto: ViniRoger
Pimenteira.Foto: ViniRoger

Pimenta é o nome comum dado a várias plantas, seus frutos e condimentos deles obtidos, de sabor geralmente picante. Ela precisa receber pelo menos seis horas de sol por dia e rega diária, mas sem deixar o solo encharcado. Demora entre 50 e 55 dias após a floração para gerar frutos e estar apta para a colheita, podendo ter o seu desenvolvimento abreviado em regiões com temperatura mais elevada. Quando ela estiver 80% vermelha, é sinal de que está pronta para a colheita dos frutos.

CPB – Muda adquirida no final de fevereiro/2022 em Holambra/SP já dando frutos vermelhos. Foi plantada na jardineira no lugar dos hortelãs. Poucos dias depois de plantada, ficou com muito ácaro e alguns insetos pretos e vermelhos (talvez algum percevejo da família Coreidae). Mesmo eliminando as pragas e com as folhas renascendo, secou e foi arrancada em maio/2022.

Pluchea sp.

Pluchea em diferentes estágios de desenvolvimento. Fotos: ViniRoger
Pluchea em diferentes estágios de desenvolvimento. Fotos: ViniRoger

Classificada como planta invasora, a Pluchea oblongifolia é nativa da América Latina. Tem caule lenhoso, ereto, ramificado e pode atingir alturas de até 2 metros, revestido por uma casca marrom. As folhas são opostas, simples, lanceoladas (com formato de lança),margens serrilhadas e têm uma textura áspera. As flores são pequenas, de cor branca ou rosa, agrupadas em inflorescências terminais (arranjo de flores no topo do caule). Os frutos são pequenos aquênios (frutos secos indeiscentes) que contêm sementes. É semelhante à Pluchea carolinensis, porém esta tem folhas mais estreitas, cresce somente até 1 metro de altura e nativa da América do Norte. Possui propriedades medicinais e é usada na medicina tradicional para tratar doenças respiratórias, febres e dores de cabeça. Obs.: no app Plantnet, foi identificada como carolinensis, embora geograficamente faça mais sentido ser oblongifolia, que já teve um registro de 1949 da Emprapa na Av. Indianópolis. No mesmo aplicativo, ela diz ter o nome popular de Sálvia, mas em outras fontes não encontrei um nome popular (o chatGPT disse que é Assa-peixe, mas essa espécie parece crescer bem mais e ter uma folha mais estreita ainda).

CPB – Em outubro/2022, um exemplar da planta cresceu espontaneamente em uma fenda na calçada de casa. Foi replantada na jardineira branca grande e cresceu até 2 metros de altura em julho/2023, quando começou a dar inflorescências. Em agosto/2023, abriram as flores. Foi retirada em setembro/2023.

Poaia-branca (Richardia brasiliensis)

Poaia-branca: visão geral e destaque para flor. Foto: ViniRoger (set/2021)
Poaia-branca: visão geral e destaque para flor. Foto: ViniRoger (set/2021)

A poaia-branca (ou mata-pasto) é uma das principais plantas que infestam espontaneamente os agroecossistemas na América, de onde é nativa. Herbácea e ramificada, seu caule pode apresentar de 20 a 50 cm de comprimento. Possui folhas simples, dispostas em pares opostos a cada nó do caule e ramos. Ao final de cada ramo, forma-se um glomérculo contendo cerca de 20 pequenas flores, de coloração branca.

Outra planta da mesma família (Rubiaceae) e com aparência semelhante é a poaia-da-praia (Mitracarpus hirtus ou alguma desse gênero), com folhas mais alongadas. Segundo esse estudo sobre a Mitracarpus frigidus, ela apresentou potencial esquistossomicida, redução oxidante, aumento do peristaltismo intestinal, atividades antimicrobiana, antifúngica (no caso do óleo essencial) e leishmanicida.

CPB – Na mesma jardineira da citronela, começaram a se desenvolver duas plantas invasoras que ganharam porte rapidamente: uma poaia-branca e duas Gnaphalium pensylvanicum (geralmente tida como praga). Cada uma foi transplantada para um vaso pequeno. Um mês depois, a poaia-branca foi transplantada para um vaso maior (junto com outra poaia que estava crescendo em um dos vasos da outra), e a outra acabou definhando por crescer demais em um vaso muito pequeno. Em janeiro/2022, a poaia-branca foi retirada do vaso para dar lugar a duas serralhas já desenvolvidas. No mesmo mês, apareceram poaias-da-praia em dois outros vasos.

Quebra-pedra (Phyllanthus tenellus)

Nativa do Brasil, é uma erva daninha conhecida por suas propriedades diuréticas e de combate aos cálculos renais.

CPB – Costuma aparecer em um vaso ou outro de tempos em tempos. Em março, foi feito um chá com um dos exemplares e os outros três (os maiores junto do alecrim) foram replantados em um caso separado (onde estava a capoeraba).

Ráfia (Rhapis excelsa)

Ráfia. Foto: ViniRoger
Ráfia. Foto: ViniRoger

De origem chinesa, a ráfia é uma espécie de palmeira de porte pequeno e folhas grandes, espalmadas. É uma das poucas plantas que podem sobreviver em ambientes fechados (inclusive com ar-condicionado), mas também tolera meia-sombra. Quando dentro de casa, o recomendado é regá-la a cada 15 dias, pois é uma espécie bastante resistente e que até prefere passar longos períodos sem rega. Já se está em área externa recebendo luz do sol direta, a melhor opção é regá-la semanalmente. Apesar de detestar raízes encharcadas, ela gosta de água borrifada nas folhas. Com flores amarelas e pequenas, multiplica-se por sementes e divisão das touceiras, podendo crescer lentamente de 2 a 4 metros de altura.

CPB – vaso com planta desenvolvida foi trazida de ambiente interior para o quintal em dezembro de 2022, com limpeza das folhas usando água oxigenada para tirar as cochonilhas.

Roseira-miniatura (Rosa chinensis)

Roseira na jardineira com a citronela. Foto: ViniRoger
Roseira na jardineira com a citronela. Foto: ViniRoger

As rosas pertencem à família Rosaceae, e ao gênero Rosa L., com mais de 100 espécies, e milhares de variedades, híbridos e cultivares. São arbustos ou trepadeiras, providos de acúleos. As folhas são simples, partidas em 5 ou 7 lóbulos de bordos denteados. As flores, na maioria das vezes, são solitárias. Originária da Ásia, a R. chinensis cresce até 40 cm de altura e dá flores na primavera e verão. Necessita de sol pleno e possui ciclo de vida perene.

Roseiras não gostam de água em excesso e pegam muitas doenças quando as raízes são mantidas úmidas. Curiosamente, a melhor forma de evitar isso é fazendo a rega perto do meio-dia, uma prática que não vale para a maioria das flores, mas que permite às raízes aproveitarem a água num curto espaço de tempo e passarem o resto do dia secas. Isso também evita o surgimento das três doenças fúngicas mais comuns em roseirais, míldio, oídio e ferrugem. As mini-rosas são bastante sensíveis a pragas, então são muito atacadas por insetos e fungos – é comum perder todas as folhas por isso.

É muito usada para presentear pessoas e como adorno, mas as flores podem ser usadas para aromatizar e até mesmo na culinária.

CPB – Muda adquirida em abril de 2021, foi plantada junto da citronela e replantada pouco tempo depois em vaso de barro de 20 cm de diâmetro. Já veio dando flores, mas pararam com a chegada do frio no inverno. A planta parecia morta mas começou a dar folhas novamente em setembro de 2021. Durante esse período, teve doenças fúngicas. Mesmo com mais idade, o tamanho continua o mesmo e com poucas folhas. Foi retirado do vaso em outubro/2022, dando lugar aos pés de mastruz.

Samambaia

Samambaia. Foto: ViniRoger
Samambaia. Foto: ViniRoger

As samambaias são plantas altamente exigentes em umidade no solo. Assim, o ideal é que tenha um solo orgânico com alta capacidade de retenção de água. Elas crescem na sombra e em locais de alta umidade, mas não gostam de onde há ventos constantes porque acelera sua desidratação. No caso de pouca água, as folhas ficam secas e amareladas rapidamente. A luminosidade também é difícil de acertar: luz solar em excesso pode deixá-las amareladas e até queimá-las; pouca luz pode fazer com que ela não se desenvolva. De modo geral, quanto mais escura a folha, mais clorofila ela tem e mais sombreada ela está. Para adubação, gostam muito de cálcio, então triturar casca de ovo até virar pó e misturar com a terra pode ser uma boa.

CPB – Foram transplantadas para o vaso duas samambaias que haviam crescido em um buraco na parede de um corredor sem luz solar direta. Tiveram bom crescimento até setembro de 2021, quando o sol começou a ficar mais tempo sobre elas. Uma delas queimou todas as folhas mas renasceram em pouco tempo depois de muita água e mudança de local. Uma terceira foi plantada no final desse mês, mas parece que não aguentou o sol e o tempo seco. Em fevereiro/2022, já recuperada de um período de amarelamento das folhas, seus brotos começaram a murchar antes mesmo do sol nascer, mas a planta foi deslocada para a sombra plena e recebeu muita água, se recuperando em pouco mais de um dia.

Serralhinha (Emilia fosbergii, Emilia sonchifolia)

Serralha e inflorescências de dois exemplares (jan/2022). Foto: ViniRoger
Serralha e inflorescências de dois exemplares (jan/2022). Foto: ViniRoger

Também conhecida como algodão-de-preá, bela-emília, falsa-serralha e pincel-de-estudante, é tida como uma erva daninha. Fica em forma de roseta e mais rente ao chão quando jovens e espicham verticalmente quando é a época de crescerem as flores e espalhar as sementes através do vento. Parente do alface, do almeirão e da chicória, tem folhas em formato de lança, serrilhadas, semelhantes às do dente-de-leão – difere desta por ter caule e por ter mais de uma flor por haste. A serralha verdadeira (Sonchus oleraceus) tem folha ligeiramente coberta recoberta de pequenos pelos, um tanto opaca, e látex com princípios amargos. A serralhinha tem o mesmo aroma herbáceo agradável, mas sem o amargor, e a principal diferença está na flor: enquanto a serralha verdadeira possui o dente de leão genuíno, a falsa possui os botões em forma de pincel.

A Emilia sonchifolia (Emilia coccinea) possui flores lilases e pequenas, sendo esta a recomendada para consumo; a com flores vermelho coral (Emilia fosbergii) deve ser consumida somente em pequenas quantidades. Flores e folhas são usadas como alimento em saladas e preferencialmente cozida em refogados, mas as folhas podem render um chá que lembra o chá verde. É rica em pró vitamina A, óleos essenciais, mucilagem e flavonoides. Estudos de propriedades medicinais indicam como antioxidante, bactericida e hepatoprotetora.

CPB – uma nasceu no vaso de alecrim e outra no de erva-cidreira brasileira. Começaram a aparecer alguns dias depois de transferir os vasos de Mogi das Cruzes/SP em setembro/2021. Em janeiro/2022, as plantas espicharam e surgiram as inflorescências, sendo transplantadas para um vaso em separado. Uma delas aparentemente pegou fungo e morreu logo mas a outra continuou se desenvolvendo. Em fevereiro/2022, foi retirada para experimentar folhas (inclusive chá e refogadas) e dar lugar a exemplares de crepe japonês e outra planta ainda não identificada.

Suculentas

Suculentas. Foto: ViniRoger
Suculentas. Foto: ViniRoger

As plantas suculentas são aquelas que possuem raiz, o talo ou as folhas engrossados para permitir o armazenamento de água em quantidades muito maiores que nas plantas normais. Adaptadas a ambientes áridos, diferem dos cactos porque estes transformam as folhas em espinhos, que cumprem a dupla função de reter a água e defender a planta de possíveis agressões. Sua reprodução se dá por estaquia (planta-se diretamente uma folha caída ou arrancada no solo), pois a água contida da folha é suficiente para hidratar as raízes e a formação da muda até a maturidade do crescimento. Elas gostam de terra seca, por isso areia e vasos de barro ajudam no processo de secagem. Depois de rega abundandte (até escorrer água pelos buracos do vaso), a terra demora em meia uma semana para secar. Deve-se evitar molhar as folhas e mantê-las em local que receba uma boa quantidade de luz natural. As folhas mais próximas da base são as mais antigas e as primeiras a amarelarem e secarem.

CPB – Composição adquirida no final de fevereiro/2022 em Holambra/SP e mantidas na parte interna de uma janela.

Tapiá-guaçu (Alchornea sidifolia)

Tapiá-guaçu. Foto: ViniRoger
Tapiá-guaçu. Foto: ViniRoger

Árvore nativa da região Sudeste e Sul, possui uma copa frondosa quando grande. Sua característica mais marcante são as folhas, que apresentam a lâmina curva, parecendo que estão murchas. Recomendada para recomposição de áreas, tem crescimento rápido e produz madeira leve e pouco durável. (planta identificada por integrante do grupo Identificação de Plantas Brasileiras do Facebook, mas com suspeitas de ser pariparoba – Piper umbellatum)

CPB – nasceu espontaneamente em outubro/2021 em dois vasos com terra de sítio de Mogi/SP. Foram replantadas para um mesmo vaso com alguns alfaces-do-brejo em novembro/2021. No final de maio/2022, após apresentarem pouco crescimento, dois exemplares foram transferidos para um vaso grande, junto com dois exemplares de cana-de-açúcar que estavam mais desenvolvidos. Meses depois, todas foram transferidas para o canto direito da floreira branca. Como estavam crescendo demais, os três exemplares foram transplantados para dois vasos, mas o stress fez com que o exemplar maior perdesse todas as folhas. Somente semanas depois que novas folhas começaram a nascer.

Tomate-cereja (Lycopersicon esculentum Cv. Carolina)

Tomateiro e tomates-cereja em julho/2023. Fotos: ViniRoger
Tomateiro e tomates-cereja em julho/2023. Fotos: ViniRoger

O tomate-cereja é uma espécie de tomate cujo tamanho é menor e, normalmente, seu sabor é um pouco mais doce que um tomate comum. É usado em saladas, enfeites de pratos ou mesmo ao natural.

CPB – Nasceu quase que espontaneamente em terra trazida de Mogi das Cruzes/SP em maio/2022, começando a gerar fruto em julho. Teve ocorrências de oídio, combatidas com adubação com bokashi, água oxigenada e finalmente chá de cavalinha borrifado nas folhas e solo. Com o fruto bem grande (diâmetro de 5 cm) mas ainda verde, 13/09 começou a ser levado para dentro de casa toda noite para ajudar no amadurecimento em uma temperatura maior (~20°C). O tomate foi colhido em outubro/2022 e a planta foi cortada, deixando só as raízes e o caule curto com algumas folhas. Novas plantas de sementes de outro tomate cereja começaram a nascer na jardineira, mas o oídio castigou demais e foram retiradas. Novos exemplares começaram a nascer mas com o calor intenso não se desenvolveram e foram arrancados em março/2023. Alguns prosperaram e deram frutos nos vasos azul baixo e azul grande (onde estava cana e muda de tomateiro foi replantada para lá). Seu crescimento foi redirecionada para a janela, prendendo a ponta em um pedaço de corda. Em dezembro/2023, foi retirado por estar muito grande e dando folhas e frutos mais pras pontas do que no resto da planta.

Tuia-holandesa (Cupressus macrocarpa var. goldcrest)

Tuia-holandesa. Foto: ViniRoger
Tuia-holandesa. Foto: ViniRoger

É uma árvore conífera de pequeno porte com coloração de suas folhas variando entre verde-limão e dourado. Também conhecida como tuia-limão, tem aroma cítrico ao esfregar as folhas entre si. Foi desenvolvida na Inglaterra, tendo como origem espécimes de um pinheiro (cipreste-da-califórnia). Sua comercialização no Brasil foi iniciada por um grupo de agricultores holandeses. Amplamente utilizada como planta decorativa em vasos e jardins, inclusive como árvore de natal. Aprecia alta luminosidade e sol direto (mínimo de 2 horas por dia) e são bem tolerantes ao vento. O solo deve ser mantido úmido, recebendo água todos os dias e tomando-se o cuidado de não molhar suas folhas. Após dois anos, atinge a altura de 40 cm. No terceiro ano o ritmo de crescimento aumenta e chega a 1,5 metro mas não passa de 5 metros ao longo de sua vida.

CPB – Uma muda foi adquirida em Ribeirão Pires/SP em setembro/2022, plantada em vaso médio.

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