Regras de segurança em voo

Existem algumas regras de segurança adotadas em voo que muitos passageiros se perguntam o porquê disso. Pois bem, vamos ver a explicação de algumas delas.

Celular em avião. Créditos: Air France

Decolar/pousar com as luzes apagadas

Numa emergência, as luzes se apagam, seja para evidenciar os indicadores luminosos e as saídas ou por pane elétrica. Mantê-las apagadas é uma precaução: a visão do passageiro fica acostumada ao escuro, podendo localizar as saídas mais rapidamente.

Assentos na posição vertical

Durante uma desaceleração brusca, o corpo é projetado para a frente. A poltrona na vertical reduz o impacto sobre a coluna. Além disso, poltronas inclinadas dificultam a posição recomendada durante um pouso de emergência e a evacuação eficiente do avião. O mesmo vale para mesas que não estejam recolhidas.

Em pousos emergenciais, seja em terra ou em água, o passageiro deve adotar a posição de queda (ou de impacto), conhecida em inglês como brace position.

Proibido fumar

A nicotina entope os filtros do ar-condicionado e pode prejudicar o sistema de pressurização. Fora os riscos de incêndio, como o ocorrido com um avião da Varig, em 1973: tudo indica que a culpa tenha sido de um cigarro jogado no banheiro.

Caso ocorra despressurização, colocar a máscara primeiro em si mesmo

Quando as máscaras de despressurização caem, é melhor mesmo colocar uma em você e só então na criança que estiver ao lado. Isso evita que você perca os sentidos e não consiga salvar nenhum dos dois.

Proibído o transporte de baterias de íon lítio como carga em aviões

Desde 2016, uma determinação da ICAO (Seguida pela ANAC) proíbe o transporte de baterias de íon lítio como carga em aeronaves de passageiros, somente como bagagem de mão desde que não excedam 160Wh – o equivalente a 40mAh. Bateria de íon lítio (UN 3480) é o termo que representa pilhas e baterias recarregáveis, tais como aquelas encontradas em câmeras, telefones celulares, computadores portáteis, etc. Restringe-se apenas ao transporte das baterias de íon lítio transportadas isoladamente, e não a baterias embaladas com o equipamento ou instaladas em equipamento (UN 3481).

A proibição foi baseada em comunicados emitidos pelas três principais fabricantes de aviões (Airbus, Boeing e Embraer), que apontaram que as aeronaves não foram projetadas para combater o fogo proveniente de baterias de íon lítio (UN 3840). Essas baterias podem gerar uma grande quantidade de calor se ocorrer curto-circuito, ou podem pegar fogo se forem danificadas, concebidas inadequadamente ou instaladas incorretamente. A decisão deve ser revista quando novos recipientes de segurança anti-chamas para as baterias de íon-lítio forem disponibilizados no mercado.

Proibido o uso de celular e aparelhos eletrônicos

A norma seguida pelas companhias aéreas se baseia na tese de que as ondas eletromagnéticas emitidas pelo celular podem interferir nos instrumentos do avião. “Uma imprecisão pode comprometer o pouso e até mesmo tirar o avião da pista”, adverte Jefferson Lucena, gerente de manutenção aeronáutica da Anac, em entrevista à revista Superinteressante*. É uma hipótese remota e nunca comprovada. Vários funcionários de companhias aéreas garantem que o objetivo real da norma é manter passageiros sob controle nos momentos mais críticos do vôo: pouso e decolagem.

”Esses equipamentos podem gerar interferência nos sistemas de comunicação do avião, ou seja, entre pilotos e a torre de comando do aeroporto. Isso é mais uma precaução, porque não existem estudos que comprovem o risco”, explica James Waterhouse, professor do Departamento de Engenharia Aeronáutica da Escola de Engenharia de São Carlos, em entrevista ao UOL**. Essa interferência, diz o especialista, não afeta os sistemas de comando do avião por ter uma potência de emissão de ondas eletromagnéticas muito baixa. ”O perigo é atrapalhar a radiocomunicação; a probabilidade de isso ocorrer, embora baixa, existe.”Por isso a proibição nos momentos de pouso e decolagem, em que ocorre comunicação intensa entre piloto e torre de comando, com orientações imprescindíveis para que a aeronave possa decolar ou pousar.

Os celulares emitem ondas eletromagnéticas em uma banda de frequência da ordem de Gigahertz (GHz). Já o avião, na frequência dos Megahertz (MHz). Sabe aquele barulho que uma caixa de som faz quando aproximamos um celular dela? Seria algo semelhante a esse fenômeno. ”Esses equipamentos podem interferir se estão em uma faixa de frequência baixa, muito semelhante à faixa do avião”, diz o professor. Desse modo, rádios piratas, que trabalham na mesma frequência que a comunicação das aeronaves, interferem diretamente na comunicação entre tripulação e torre de controle, aumentando a probabilidade de ocorrência de acidentes aéreos.

Em 10 de janeiro de 2000, um avião da Crossair que partia de Zurique (Suíça) para Dresden (Alemanha) caiu poucos minutos após decolar, matando os dez passageiros e tripulantes. O relatório oficial atribuiu o acidente a uma série de falhas humanas, mas os jornais locais na época noticiaram que um passageiro teria atendido uma ligação no momento em que o piloto passava do controle manual para o piloto automático. Assim surgiu o mito, que foi “detonado” pelo programa Mythbusters (veja o vídeo abaixo):

Atualização: em 2015, a ANAC começa a autorizar o celular ligado em modo avião (ou seja, sem transmissão/recebimento de dados) mesmo durante pousos e decolagens. No entanto, devem permanecer guardados, pois podem ser jogados longe e acertar alguém durante uma eventual manobra brusca nesses momentos mais delicados do voo.

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