A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é uma fundação vinculada ao Ministério da Educação (MEC) do Brasil que atua na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados brasileiros. Para estimular a formação de recursos humanos de alto nível, a CAPES concede bolsas de estudo, e dentre os deveres de seus contemplados, existe o estágio de docência.
As bolsas da CAPES são oferecidas aos Programas de Pós-Graduação (PPG) através de dois programas:
- Programa de Excelência Acadêmica (PROEX) – atribuído aos PPGs classificados nos conceitos 6 e 7 da CAPES, cujo estágio de docência está definido no artigo 22 da Portaria nº 34, de 30 de maio de 2006;
- Programa de Demanda Social (DS) – atribuído aos PPGs classificados nos conceitos 3 a 5 da CAPES, cujo estágio de docência está definido no artigo 18 da Portaria nº 76, de 14 de Abril de 2010.
Em ambas as portarias, é dito que o estágio de docência é parte integrante na formação do pós-graduando, objetivando a preparação para a docência, a qualificação do ensino de graduação, e será obrigatório para todos os bolsistas. O docente de ensino superior, que comprovar tais atividades, ficará dispensado do estágio de docência.
Obs.: de Pós-Graduação matriculados na Universidade de São Paulo nos cursos de mestrado e doutorado e contemplados pela Bolsa Demanda Social da CAPES devem realizar o Programa de Aperfeiçoamento de Ensino (PAE), regulamentado pela Portaria GR 3588, de 10 de maio de 2005. Ele é composto de Preparação Pedagógica (disciplina a ser cursada e/ou núcleo de atividades) e o estágio supervisionado em docência.Mais informações no site da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da USP.
As atividades do estágio de docência deverão ser compatíveis com a área de pesquisa do programa de pós-graduação realizado pelo pós-graduando. De modo geral, a duração mínima será de um semestre, mas confirme com sua instituição de ensino esse limite e a quantidade de horas a serem realizadas – geralmente 30 a 60 horas. Também pode ser exigida uma carga horária máxima de 4 horas semanais.
Como esse estágio é um programa previsto para a própria pós-graduação, por vezes não é necessário nenhum trâmite pela seção de graduação da instituição de ensino onde será realizado o estágio. Assim, a relação fica apenas entre o aluno e o orientador/supervisor do estágio. Já para a pós-graduação de sua instituição, podem ser necessários alguns procedimentos, como: matrícula na disciplina correspondente, apresentação de plano de trabalho, entrega de relatório final de estágio.
O plano/projeto de trabalho pode apresentar um modelo conforme a instituição (ou mesmo não haver um), mas geralmente apresentam os seguintes tópicos: informações do aluno, informações da instituição de ensino onde será realizado o estágio, objetivo e programa da disciplina, proposta de atividades, cronograma (contendo total de horas), forma de avaliação e bibliografia. Esse plano deve ser apresentado ao professor envolvido, que participará da elaboração do documento final.
De modo geral, essas informações devem constar também do relatório final de estágio. Esse documento também varia muito de formato conforme a instituição, mas pode conter basicamente os mesmos tópicos do plano de trabalho. Ela deve ser entregue no final do estágio para a sua seção de pós-graduação, contendo uma avaliação, as atividades realizadas (ex. ementa da disciplina lecionada), número de horas cumpridas, em papel timbrado e assinada pelo professor que atuará como supervisor do estágio.
Veja esse exemplo de declaração de estágio de docência, em que as informações sensíveis foram retiradas e alguns exemplos de campos preenchidos foram mantidos (ele está bem completo, podendo ser usado como base para um relatório ou mesmo plano de estágio): Modelo de Declaração de estágio de docência
Como registrar o estágio de docência realizado no currículo Lattes?
Algumas instituições de ensino/programa de pós-graduação orientam a não colocar o estágio docência no currículo lattes, já que é parte das atividades de pós-graduação. Outras consideram válido colocar, já que afinal, não é obrigatório para todos. Nesse caso, tanto o vínculo de bolsista quanto o estágio de docência podem ser inseridos na aba “Atuação > Atuação profissional”.
Mais informações das atividades desenvolvidas
Durante o acompanhamento das aulas pelo docente responsável, observou-se aspectos práticos do ensino como perguntas aos alunos constantemente. Questionamentos sobre o conteúdo, mesmo que fossem perguntas consideradas simples, estimulam a participação e diminuem a inibição de muitos para interagirem. Obter um feedback sobre a compreensão e dificuldades especfícias no entendimento também são interações válidas, redirecionando as explicações de conteúdo. Intervenções com atividades práticas ou exercícios numéricos e inclusão de exemplos cotidianos enriquecem a experiência.
As atividades realizadas no plano de trabalho do exemplo incluído no post estão disponíveis no seguinte link: https://github.com/viniroger/radiacao. Ao acessar o documento descritivo, é possível encontrar os links para cada uma das atividades, que são práticas justamente por envolverem programação. Assim como demonstrações matemáticas são importantes para definir e usar fórmulas nas Ciências, a programação é outra linguagem fundamental em diversas áreas do conhecimento.
Como as atividades tem um enfoque mais prático e foram idealizadas para serem dadas em conjunto com as aulas teóricas, vem à mente a seguinte questão: é melhor dar uma aula prática ANTES ou DEPOIS da aula teórica? Cada caso tem seus próprios benefícios e podem ser adequadas em diferentes contextos
Aula prática antes da aula teórica:
- Contextualização: Ao realizar uma atividade prática antes de explicar a teoria, os alunos têm a oportunidade de vivenciar o assunto em um contexto real ou próximo da realidade. Isso pode despertar sua curiosidade e interesse, fornecendo uma base concreta para a compreensão dos conceitos teóricos posteriormente.
- Estímulo à indagação: A aula prática inicial pode gerar perguntas e dúvidas nos alunos, que serão abordadas posteriormente na aula teórica. Isso incentiva a participação ativa dos estudantes, pois eles têm questões concretas e experiências práticas para basear suas dúvidas e curiosidades.
- Motivação para aprender a teoria: Ao experimentarem a aplicação prática de um conceito, os alunos podem ficar mais motivados para compreender a teoria subjacente. Eles podem perceber a relevância e utilidade da teoria como uma ferramenta para entender e aprimorar suas habilidades práticas.
Aula prática depois da aula teórica:
- Consolidação do conhecimento: Uma aula prática posterior à aula teórica permite que os alunos apliquem os conceitos recém-aprendidos em uma situação prática. Isso ajuda a reforçar e consolidar o conhecimento teórico, permitindo que os alunos vejam como os conceitos se traduzem em ação.
- Correção de conceitos errôneos: A aula teórica prévia fornece aos alunos uma base sólida de conhecimento conceitual. Ao realizar uma atividade prática posteriormente, eles têm a oportunidade de identificar e corrigir quaisquer conceitos errôneos que possam ter surgido durante a aula teórica.
- Reforço da aprendizagem: A aplicação prática dos conceitos logo após a aula teórica pode ajudar os alunos a reterem o conhecimento por um período mais longo. Eles têm a oportunidade de praticar e reforçar os conceitos, o que fortalece a memória e a compreensão.
No final, a escolha entre dar uma aula prática antes ou depois da aula teórica dependerá do objetivo de aprendizagem específico, do conteúdo do curso, das características dos alunos e da disponibilidade de recursos. É importante considerar o contexto e adaptar a abordagem de acordo com as necessidades dos alunos e os objetivos educacionais.
Sobre a atividade de avaliação disponível no material do link, ela foi elaborada de modo a abranger os principais tópicos abordados e verificar o conhecimento adquirido por cada aluno que constam da ementa da disciplina. Buscou-se redigir cada questão da forma mais clara o possível sobre o que deveria ser respondido. As questões que dão mais trabalho para responder (como análise de gráficos) tiveram mais peso, e o valor de cada questão foi subdividido nos objetivos específicos de cada uma e que constam do final do documento de avaliação.
