Processos seletivos

Para trabalhar em uma empresa, a pessoa deve começar enviando um bom currículo e aguardar ser chamado para participar da seleção. O processo seletivo geralmente ocorre através de uma entrevista com um psicólogo na empresa, que aplicará diferentes técnicas de seleção, conforme a vaga. Basicamente, essas técnicas são: entrevista, provas de conhecimentos ou capacidade, testes psicológicos, testes de personalidade e técnicas de simulação.

Currículo

O curriculum vitæ (do latim “trajetória de vida”), também abreviado para CV ou apenas currículo, é um documento de tipo histórico, que relata a trajetória educacional e as experiências profissionais de uma pessoa, como forma de demonstrar suas habilidades e competências.

Aqui vão algumas dicas para montar o seu:

  • Usar uma folha (em cargos que exigem muita qualificação, no máximo duas)
  • Colocar de dados pessoais apenas nome, idade, estado civil e contatos; nada de números de documentos
  • Colocar foto apenas se for importante para a vaga (no caso de comissário de voo, é muito importante)
  • Não há necessidade de informar características pessoais (do tipo “habilidade para trabalhar com equipe”, etc)
  • Para informar a escolaridade, basta o último nível atingido (no caso de pós graduação, informar a faculdade também)
  • Experiências profissionais devem conter apenas o nome da empresa, cargo e período
  • Não supervalorizar os níveis de conhecimento em idiomas e informática (seja honesto)
  • Verifique para não ter erros de português
  • Estágio, trabalhos voluntários e cursos são muito bons para quem tem pouca experiência profissional
  • Quanto à formatação, ele deve ser organizado e objetivo, para encontrar facilmente as informações; evite cores claras e fontes muito grandes ou muito pequenas

Existem softwares que leem vários currículos (aqueles que você anexa ao site de cadastro de vagas da empresa) e buscam por palavras chave. O pessoal do RH costuma usá-los para encontrar candidatos com aptidões específicas ou filtrar características desejadas em um grande número de currículos.

Entrevista

A seleção já pode começar antes mesmo da entrevista. “Tenha respeito, educação e humildade com todos os empregados da companhia onde for entrevistado – eles podem ter influência no processo de decisão do entrevistador”, afirma a profissional de Recrutamento e Seleção Eliana Reis. “Por exemplo, pegar café/água sem perguntar antes ou destratar a recepcionista podem chegar aos ouvidos do selecionador.”

Até mesmo o emprego anterior tem influência. Nunca saia de um emprego se indispondo com os colegas – nessa situação, muitas pessoas preparam “vinganças”, levam coisas e xingam os outros porque acham que nunca mais precisa se preocupar com eles. No entanto, é de costume o entrevistador ligar para o último patrão para saber mais sobre o entrevistado.

O candidato deverá ser preenchida uma ficha com todos os seus dados pessoais, como nome, idade, endereço… É possível observar nesse momento diversas reações do entrevistado que poderão ajudar posteriormente a compor uma hipótese interpretativa da dinâmica da personalidade do entrevistado. Nem sempre alguns sinais apresentados revelam problemas de personalidade. Por exemplo, sudorese: o dia pode estar muito quente, o entrevistado veio correndo até o local, ou estava em ônibus lotado, etc. Dificuldade de resposta pode ser ansiedade, mas também pode ser carência cultural, problema físico por acidente, trauma… A entrevista pode ter um roteiro definido para fim específico ou ser livre, mas não pode concluir sobre distúrbios de personalidade sem um estudo mais profundo.

Seguem algumas dicas de conversas que podem surgir durante uma entrevista:

– “Em que sua formação vai agregar em sua nova profissão?” Um curso curso livre, técnico ou graduação que você tenha e outros candidatos não têm pode ser um diferencial se for bem explorado na resposta. Ou seja, não basta ter o certificado: se fizer um curso extra, faça bem feito, para poder unir o conhecimento lá adquirido com o cargo desejado.

– “Escolha um personagem e diga porque você se identifica com ele” Conforme a escolha, isso pode dizer muito sobre sua personalidade (por exemplo, se você é uma pessoa autoritária, subversiva, etc).

– Não tente enganar o selecionador. Ele tem experiência e não vai cair na sua conversa. E pior: vai perceber que você está tentando enganá-lo.

– Crie perguntas para você mesmo e busque boas respostas (ou seja, pesquise antes). Por exemplo, não vale dizer “é um sonho de toda minha vida”, já que isso é esperado de todos os outros candidatos. Com respostas bem elaboradas, você se destaca.

Com relação às perguntas feitas durante a seleção de comissários de voo, ainda aparece “você se sente 100% preparado para assumir um avião? Salvar um bebê, um idoso, enfrentar uma situação de fogo na cabine COM UM ENTE QUERIDO SEU?”. Não espere começar ganhando muito de início, pois terá poucas horas de voo – só depois de seis meses que começa a melhorar. E tenha sabedoria para usar o dinheiro, pois ficar dependendo só do dinheiro da empresa estando longe de casa (ou até mesmo em outro país) é complicado.

Muitas outras dicas podem ser vistas nesse link da Catho.

É comum estarem presentes pelo menos dois selecionadores. O processo pode ser dividido em duas fases, com alguns dias de intervalo entre elas.

Provas

O processo seletivo também envolve provas de conhecimentos ou de capacidade, envolvendo conhecimentos gerais (cultura, idiomas…) e específicos (conhecimento técnico, muitas vezes adquiridos em cursos). É muito comum provas de português (ortografia, pontuação…) e matemática (aritmética, lógica…) – veja exemplos nesse link.

Já vi provas com 10 questões alternativas, outras com 50 questões, varia bastante. Além disso, são sobradas questões com o conteúdo da prova da ANAC – fazendo bem o curso e as provas, não haverá dificuldade.

Geralmente na segunda fase, é solicitado que se faça uma redação de no mínimo 15 e no máximo 20 linhas com o tema livre, mas que tenha relação com um dos valores da empresa – então, estude o perfil e valores da empresa antes!

Testes psicológicos

As aptidões e capacidades são avaliadas conforme a aptidão e fluência verbais, aptidão numérica e perceptiva, memória associativa e raciocínio abstrato (veja mais sobre raciocínio lógico clicando no link). Já dentre os testes de personalidade estão os expressivos (como o PMK, comentado mais a frente), projetivos (Rorscharch e Teste da árvore, parte do HTP, que é mencionado a seguir) e inventários (de motivação ou de interesses).

O famoso teste que envolve o desenho de uma casa, árvore e pessoa é chamado HTP (House, Tree, Person), sendo um teste projetivo de personalidade com muitos detalhes para a interpretação e, mesmo com todos itens que compõem o desenho, há outros critérios para a análise da personalidade através do que foi desenhado. São observados a percepção de espaço e proporções dos objetos e do corpo humano, etc.

“O teste Psicodiagnóstico Miocinético (PMK) é uma prova psicomotora baseada na simbiose dos músculos (mio) com os movimentos (kinesis), ancorada na Teoria Motriz da Consciência a qual postula que toda intenção de reação é seguida por uma modificação do tônus postural, que favorece os movimentos para a obtenção do desejado e a inibição dos movimentos contrários”, de acordo com a psicóloga Maria Auxiliadora Roggério. “O PMK propõe-se a estudar a personalidade através da expressão gráfica das tensões musculares involuntárias, indicando qual o propósito da ação e características da personalidade. Para a interpretação são considerados alguns fatores analisados a partir da coleta de dados quantitativos, qualitativos e elementos extrínsecos (como, por exemplo, tônus vital, agressividade, emotividade; pressão, tremor; sexo, idade, uso de remédios, etc.). Em geral, é aplicado a candidatos a motoristas e a vagas de empregos em organizações. Para a execução do PMK é necessário utilizar material completo e seguir as normas para aplicação”, completa a psicóloga.

Por último, também podem ser aplicadas técnicas de simulação, como o psicodrama, a dramatização e outras dinâmicas de grupo. O candidato é submetido a uma situação hipotética de algum evento relacionado à função que irá desempenhar na organização, para fornecer uma visão mais realista acerca de seu comportamento futuro.

Os resultados podem demorar de 5 a 30 dias para revelar se o candidato foi aprovado ou não, assim como informações sobre o começo do período de treinamento.

O vídeo a seguir do canal “Manual do Mundo” mostra várias dicas para todas essas etapas:

Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

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