O Museu Nacional d’Art de Catalunya (MNAC), localizado em Barcelona, é uma das instituições culturais mais importantes da Espanha, abrigando uma vasta coleção de arte que abrange desde o período românico até o modernismo catalão. Instalado no Palau Nacional, um majestoso edifício construído para a Exposição Internacional de 1929, o museu é especialmente reconhecido por sua coleção de arte românica, considerada uma das mais completas do mundo. Veja mais sobre o museu e Barcelona no post Parc de Montjuïc.
Em novembro de 2021, foi instalada uma nova intervenção artística no topo da cúpula da Sala Oval do Palau Nacional, sede do Museu Nacional d’Art de Catalunya (MNAC). O “Mà parallamps” (Mano pararrayos) trata-se de um para-raios concebido pelo artista Antonio Ortega, em colaboração com o Grup d’Estudi, composto por ex-alunos da Escola Massana.
O destaque dessa obra é a reprodução em metal da mão do Cristo em Majestade de Sant Climent de Taüll, uma das mais renomadas pinturas românicas do museu. Essa representação segue as formas tradicionais da forja catalã e apresenta os dedos indicador e médio estendidos em gesto de bênção, reforçando a ligação simbólica com o original, que também evoca a letra grega alfa de um lado e ômega do outro.
“Quizás esta mano tenga la capacidad de desafiar el cielo y, más que detener los rayos, mandarlos de vuelta.”
Antonio Ortega
A intervenção, além de cumprir a função prática de proteção contra raios, também confere ao edifício uma nova camada de significado. A mão do Cristo, situada no ponto mais alto do Palácio, faz com que o próprio museu se torne sua base, estabelecendo um diálogo entre arte, arquitetura e espiritualidade, similar ao que ocorre com ícones monumentais como a cruz de São Pedro no Vaticano ou a Estátua da Liberdade no Capitólio. Dessa forma, o para-raios não apenas se diferencia dos outros que adornam as torres do Palácio, mas também questiona o espaço que ocupa, ao mesmo tempo em que transforma o MNAC em seu pedestal simbólico.
Como funciona um para-raios?
A função de um para-raios é criar um caminho de baixa resistência para que a descarga elétrica de um raio seja conduzida de forma segura até o solo, evitando danos ao edifício e às pessoas. Ele funciona baseando-se no princípio da ionização, que ocorre quando há uma diferença de potencial entre o solo e as nuvens durante uma tempestade. Quando um raio se aproxima, ele tende a “procurar” um caminho mais fácil para a Terra, e o para-raios, por ser feito de material condutor (geralmente cobre ou alumínio), oferece esse caminho.
Mesmo que o para-raios não esteja no ponto mais alto, ele pode proteger uma área ao seu redor, pois o raio é atraído para o objeto mais próximo que conduza eletricidade, desde que o para-raios esteja conectado a um sistema de aterramento eficaz. A proteção é calculada pelo chamado “ângulo de proteção” ou “zona de proteção”, que se baseia na altura do para-raios e na distância que ele cobre.
Fontes
