Prédios históricos e DF Vasconcelos

Ao passear pela cidade, você não tem curiosidade em saber o que funciona naquele prédio diferente, ou o que funcionava naquele prédio abandonado? E por quê está assim? Qual será o futuro dele? Muitas dessas indagações são respondidas através de pesquisa com pessoas cujas vidas estão relacionadas com essas obras, estando os relatos e fotos disponíveis em sites especializados.

Um exemplo dessas indagações me fez pesquisar para descobrir mais sobre um prédio que tem cúpula de observatório astronômico localizado na Avenida Indianópolis, na cidade de São Paulo. Existem também os relatos de quem já viveu certa época em uma determinada região e pode contar como era, como por exemplo os textos publicados no site São Paulo Minha Cidade. O site São Paulo Minha Cidade mostra vários outros exemplos interessantes. O site São Paulo Antiga também é referência de fotos e descrições de prédios que fazem história de muitas pessoas. Um exemplo é o artigo sobre a praça Jorge Cury, na Aclimação, onde é comentada a questão do grafite em obras tombadas e o respeito pelo patrimônio histórico.

A D. F. Vasconcelos é uma empresa brasileira que atua na área de produtos ópticos. Foi fundada em 1941 por Décio Fernandes de Vasconcellos, topógrafo por formação, autodidata em Física e Matemática, e um inventor nato. Durante os seus primeiros 10 anos, a empresa dedicou-se exclusivamente à fabricação de instrumentos militares através da produção do primeiro telêmetro (dispositivo de precisão destinado à medição de distâncias em tempo real) nacional. Assim, foi adquirindo e desenvolvendo tecnologia nas áreas de mecânica fina e de sistemas ópticos. Entrou no mercado civil a partir de 1951, produzindo binóculos prismáticos e alguns modelos de lupas e telelupas, evoluindo gradativamente sua produção até chegar a uma diversificada linha de instrumentos ópticos de alta precisão, notadamente para utilização no campo da Medicina.

Foto da cúpula da antiga sede da DF Vasconcelos.
Foto da cúpula da antiga sede da DF Vasconcelos.

Na década de 1940, a região do Planalto Paulista era ainda deserta e a Avenida Indianópolis não passava de uma “estradinha” aberta em meio a uma rala vegetação rasteira. Sua paisagem seria modificada em 1947, no número 1706, pela construção de um prédio arrojado para a época, que contava com um domo para telescópio de observação astronômica. Até julho de 2011, a empresa ainda mantinha funcionamento parcial no edifício de 67 anos, mas mudou-se em definitivo para a cidade de Valença, no Rio de Janeiro.

A mudança se concretizou depois que foi finalmente fechada a venda do imóvel, após uma negociação de dois anos. Por R$ 22 milhões, a fábrica da DFV passou a ser do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo, o Creci. “O CRECI 2ª Região/SP contratou em 01 de abril de 2013, por meio de processo licitatório, uma empresa para a elaboração do projeto de retrofit do imóvel, que abrigará a nova sede”, segundo Sonia Servilheira, chefe do setor de imprensa. O retrofit é um projeto de reforma, focado em desenvolver o potencial máximo de uma edificação antiga, atualizando não somente a questão estética e funcional, mas toda a infra-estrutura de instalações e tecnologia.

O prédio é uma referência arquitetônica na região da Saúde e um símbolo na história da indústria paulista. “Vamos recuperar o domo e implantar ali um observatório, com um grande telescópio”, afirmou o presidente do Creci, José Augusto Viana, que também falou de um convênio com o Instituto de Astronomia e Geofísica da Universidade de São Paulo (USP) para que o espaço seja usado gratuitamente por escolas da rede pública para o aprendizado de Astronomia. Veja mais fotos do prédio antes das reformas no site São Paulo Antiga.

Poliopticon (versão mais atual e mais antiga). Fonte: Brinquedos Raros
Poliopticon (versão mais atual e mais antiga). Fonte: Brinquedos Raros.

Um dos produtos feitos pela DF Vasconcelos foi esse conjunto óptico para crianças (que marcaram a infância de muita gente). O Poliopticon era um kit de prismas, lentes e tubos que se conectavam entre si, permitindo as crianças das décadas de 1960, 70 e 80 construir seus próprios microscópios, lunetas e binóculos.

Fontes

Compartilhe :)

One comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.