Cumulus

A nuvem cumulus (Cu) foi definida inicialmente por Howard (1803) e seu nome em latim significa “pilha, acúmulo”. Ela é classificada como sendo de estágio baixo, ou seja, forma-se entre a superfície e 2 km de altura, e apresenta destacado crescimento vertical.

“Nuvens destacadas, geralmente densas e com contornos nítidos, desenvolvendo-se verticalmente na forma de montículos, cúpulas ou torres, das quais a parte superior saliente muitas vezes se assemelha a uma couve-flor. As partes iluminadas pelo sol dessas nuvens são principalmente de um branco brilhante; sua base é relativamente escuro e quase horizontal. Às vezes, Cumulus tem aparência esfarrapada.”
Definição da nuvem Cumulus segundo o Atlas Internacional de Nuvens da Organização Meteorológica Mundial

Originam-se sob o efeito de correntes convectivas, associadas a consideráveis decréscimos de temperatura nas camadas baixas da atmosfera. Isso ocorre devido ao aquecimento da superfície terrestre pela radiação solar ou aquecimento contínuo das camadas baixas de uma massa de ar frio em consequência de sua passagem sobre uma superfície relativamente quente.

Pode apresentar diferentes estágios de desenvolvimento vertical; em regiões tropicais, os maiores exemplares provocam abundante chuva na forma de pancadas. Constituídas principalmente por gotículas de água, as nuvens cumulus podem apresentar cristais de gelo ou gotículas de água super-resfriadas nos topos (temperatura abaixo de 0°C). Elas aparecem em um branco brilhante nas imagens visíveis, devido à densidade, e em cinza no infravermelho, porque são baixas e quentes.

Algumas nuvens cumuliformes e estratocumuliformes foram descobertas na maioria dos outros planetas do sistema solar. Em Marte, o Viking Orbiter detectou cirrocumulus e nuvens stratocumulus formando-se por convecção, principalmente perto das calotas polares. A sonda espacial Galileo detectou nuvens cumulonimbus massivas perto da Grande Mancha Vermelha em Júpiter. Nuvens cumuliformes também foram detectadas em Saturno. Em 2008, a espaçonave Cassini determinou que as nuvens cumulus próximas ao pólo sul de Saturno faziam parte de um ciclone com mais de 4.000 quilômetros de diâmetro. O Observatório Keck detectou nuvens cumulus esbranquiçadas em Urano. Como em Urano, Netuno tem nuvens cumulus de metano. Vênus, no entanto, não parece ter nuvens cumulus.

Cumulus pequenos podem ser tão numerosos e estarem tão próximos a ponto de se assemelhar a uma camada de stratocumulus ou de altocumulus – principalmente nas proximidades do horizonte. No entanto, enquanto seus topos conservarem o aspecto de domos e suas bases não estiverem soldadas, ainda são cumulus. Enquanto não apresentarem qualquer textura fibrosa ou estriada nem relâmpagos, ainda são nuvens cumulus, e não cumulonimbus.

Se a precipitação for do tipo pancada, isso também permite diferenciar de nuvens de camada horizontal, como altostratus e nimbostratus. Cumulus esgarçadas podem ser confundidas com stratus fractus, mas as cumulus são mais brilhantes e menos transparentes, podendo até apresentar topos arredondados ou em forma de domos.

Espécies (só pode ser uma)

  • humilis (hum): próximo ao solo/baixo/pequeno tamanho, pequena extensão vertical (mais larga do que alta). Topo liso. Tem marcado crescimento diurno sobre o continente, desenvolvendo-se até o meio da tarde e decaindo depois; sobre a costa ou sobre o oceano ocorrem frequentemente pela noite. Cada célula representa a camada condensada de uma corrente ascendente úmida imersa em meio claro, seco e subsidente. Em geral está associado com bom tempo, e sendo assim são também chamados “cumulus de bom tempo”.
  • Cumulus humilis e cumulus fractus. Foto: ViniRoger
    Cumulus humilis e cumulus fractus. Foto: ViniRoger
  • mediocris (med): tamanho vertical mediano/intermediário. Topo arredondado.
  • congestus (con): empilhado/amontoado, grande desenvolvimento vertical e contornos bem definidos. Nuvens com considerável desenvolvimento vertical, cujos topos têm bordas protuberantes, indicando fortes ascenções (mas ainda sem exibir franjas e fibras). Indica uma camada úmida mais espessa do que no caso do humilis. Podem ter altura de topos limitados por camadas com menor lapse rate ou mesmo inversões; ou então por camadas sobrejacentes muito secas. Sua existência indica camadas profundas de instabilidade e favorecimento por escoamento ciclônico em altitude, geralmente acima de 500 hPa. Pode ter importantes implicações no desenvolvimento de pancadas e tempestades.
  • Cumulus congestus e cumulus mediocris. Foto: ViniRoger
    Cumulus congestus e cumulus mediocris. Foto: ViniRoger
  • fractus (fra): frações/pedaços, bordas e base esfarrapadas. Pode se formar quando cumulus humilis são desfeitas pela turbulência.

Variedades (pode ser mais de uma)

  • radiatus (ra): parece irradiar de um ponto no céu (vento é paralelo às “ruas” de nuvens).

Nuvens anexas e características suplementares

  • virga (vir): ramo, precipitação que não chega ao solo.
  • praecipitatio (pre): precipitação que chega ao solo.
  • pileus (pil): capacete/chapéu em cima do topo da nuvem.
  • velum (vel): véu extenso e fino, através da qual as nuvens mais vigorosas podem penetrar (parece um traço no céu quando visto de lado).
  • arcus (arc): arco/proa (de navio).
  • pannus (pan): tecido rasgado/esgarçado, fragmentos irregulares de nuvens (stratus fractus) sob a maior massa de nuvens.
  • fluctus (flu): ondas (Kelvin-Helmholtz).
  • tuba (tub): funil/tubo vertical.

Nuvens-mãe e nuvens especiais (genitus)

  • Altocumulus
  • Stratocumulus
  • Flamma (também conhecida como pirocumulus)
  • Homo
  • Cataracta

Nuvens cumulus podem provir de altocumulus ou de evolução de stratocumulus e stratus (verificado frequentemente de manhã sobre os continentes). Cumulus esgarçados de mau tempo aparecem debaixo de altostratus ou cumulonimbus, assim como debaixo de cumulus fortemente desenvolvidos e que produzem precipitações.

Nuvens-mãe e nuvens especiais (mutatus)

  • Stratocumulus
  • Stratus

Veja outros gêneros de nuvens a partir de sumário na página Atlas de Nuvens.

Referências

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