Disco voador? Não, é uma nuvem!

Imagine uma região montanhosa, onde muitos diriam ser uma excelente região para pouso de aeronaves alienígenas. Um silêncio e distanciamento dos problemas, você começa a sentir uma sensação boa que dificilmente experimenta. Começa a pensar que algo mágico e sobrenatural acontece. Ao observar o céu, aparece algo diferente, um padrão uniforme em meio a coisas naturais que você julgava serem completamente irregulares. “Com certeza não é natural, e não é humano” pensa. Esse disco permanece pairando no céu e se aproxima do topo da montanha. Será um disco voador?

Altocumulus lenticularis

Não, é mais um fenômeno da natureza, apesar de seu formato interessantemente regular. É uma nuvem, popularmente conhecida como nuvem lenticular. Na classificação de nuvens da Organização Meteorológica Mundial, geralmente recebe o nome de Altocumulus lenticularis, mas essa espécie (lenticularis) pode ocorrer também nos gêneros Cirrocumulus e Stratocumulus.

Como então chamar esse fenômeno tão singular? Uma nuvem que formou um acumulado de água no céu… assim que devo chamá-la: acumulado. Mas é um acumulado mais alto do que todos os outros mais próximos, está perto do topo da montanha. Que tal “alto acumulado”? Somente isso não basta para descrever a aparência dessa nuvem tão estranha. Lembra uma lentilha… isso, chamarei de “alto acumulado com cara de lentilha”. Porém, utilizando a sonoridade da língua latina, passarei isso para o latim, assim como os biólogos fazem com as espécies animais e vegetais: Altocumulus lenticularis.

Quando ar estável e úmido flui sobre uma montanha ou cadeia de montanhas, uma série de ondas estacionárias podem se formar à sotavento da mesma. Se a temperatura na crista da onda descer abaixo do ponto de orvalho, o vapor de água em suspensão se condensará, formando a nuvem lenticular. Na continuação do fluxo de ar, ao descer em direção a depressão da onda, a nuvem pode evaporar-se, razão para suas bordas características. Essa depressão é ruim para a sustentação de aeronaves, sendo que os pilotos evitam voar próximos a essas nuvens por serem indício de ventos fortes.

Altocumulus lenticularis. Fonte: capa do livro “The Rough Guide to Unexplained Phenomena”

O vídeo a seguir apresenta uma time lapse de várias fotos da mesma nuvem aceleradas no tempo, sendo possível perceber o processo de formação e dissipação da nuvem descrito acima:

A natureza sempre nos surpreende com fenômenos que até hoje são explicados apenas através de hipóteses, mas muitos deles são explicados através de teorias científicas. Ou seja, foram demonstrados matematicamente a partir de axiomas e/ou experimentalmente através de experiências reproduzíveis em laboratório ou ao ar livre. Por si só, são fascinantes, mas muitos ainda buscam se deslumbrar com mentiras e explicações complexas e confusas de seres e coisas sobrenaturais que nunca causam um entendimento completo e certo das coisas.

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