Neve e gelo em aeronaves

Existem regiões muito frias em que a neve é uma realidade constante. Mesmo nesses lugares, é necessário realizar decolagens, voos e pousos com segurança. Antigamente (e até hoje em lugares sem muita infraestrutura), passava-se uma corda sobre as asas para tirar o gelo e permitir que o avião ganhasse sustentação durante a decolagem. Basicamente, existem dois métodos: o “de-ice” remove o gelo formado e o “anti-ice” previne sua formação.

Um avião recebendo líquido descongelante (“de-ice”). Fonte: Wikipedia

Atualmente, um processo fundamental para trabalhar com segurança é o “de-ice“, que começou a ser usado em 1987 pela United Airlines. Nele, caminhões jogam por volta de 240 litros de um fluido laranja, o propileno glycol misturado com água aquecida a 82°C, sobre as asas para retirada da neve. Os para brisas do avião já são aquecidos, então não precisam receber o fluido.

Depois, são jogados quase 100 litros de propileno glycol puro (verde) no segundo banho, aplicado no máximo 3 minutos depois. O objetivo é formar uma película sobre a fuselagem da asa, prevenindo que se forme gelo mesmo com neve caindo. Esse banho dura mais ou menos 1 hora, então a decolagem deve ser feita durante esse período – ou deve-se refazer o processo.

Ao decolar, o filme sai com o arrasto, mas fica tempo suficiente para evitar a formação de gelo em baixa altitude. Já em grande altitude, o ar é muito seco e não existe esse risco.

Quando o avião começa a descer, pode enfrentar novamente condições de formação de gelo. Um dos mecanismos para proteção nesse caso é o “anti-ice“. Nele, é jogado ar quente do motor para a parte da frente das asas (tecnicamente chamadas de “bordo de ataque”) e dos próprios motores. Por isso que essas partes são de aço inox, mesmo quando a fuselagem é feita de material composto, pois são melhores condutores de calor, mais resistente à corrosão e à impactos.

Em aviões mais antigos, existe uma borracha inflável no bordo de ataque, chamada “boot”. Ela infla para quebrar o gelo formado em sua superfície. Já e aviões como o 787, que não tiram ar quente do motor para jogar na frente das asas, estas possuem resistência elétrica, que aquece e derrete o gelo.

Fontes

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3 comments

  1. A “frente das asas” (tecnicamente “bordo de ataque”) que é aquecida para prevenir formação de gelo, nesse caso não é de liga de alumínio, mas de ligas mais resitentes como aço resistente à corrosão.

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