Museu Aeroespacial – MUSAL

Maior museu de aviação do Brasil, o MUSAL está localizado no Campo dos Afonsos, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro/RJ. Inaugurado em 1976, possui em seu acervo diversas aeronaves, motores, armas e objetos vinculados a história da Aeronáutica e da aviação brasileira, 12 salas expositivas temáticas e um hangar de restauração.

Um dos hangares com aviões da Embraer em primeiro plano. Foto: ViniRoger.
Um dos hangares com aviões da Embraer em primeiro plano. Foto: ViniRoger.

No Campo dos Afonsos que começou a funcionar a primeira organização aeronáutica do Brasil, o Aeroclube Brasileiro, em outubro de 1911. Em 1914, passou a sediar também a Escola Brasileira de Aviação e em 1919 foi criada a Escola de Aviação Militar, que começou a funcionar no local. Em 1941, com a criação da Força Aérea Brasileira, passou a ser designado Base Aérea dos Afonsos – BAAF.

A Escola de Aeronáutica (depois Academia da Força Aérea) foi transferida para suas novas e modernas instalações em Pirassununga/SP em 1971. Com isso, os hangares da antiga “Divisão de Instrução de Voo” da Escola de Aeronáutica foram reformados para abrigar o acervo histórico, inaugurando-se o Museu Aeroespacial em 1976.

As salas temáticas, no andar superior e algumas no térreo, abordam os seguintes temas:

  • Esquadrilha da Fumaça
  • A força da mulher
  • Sala de Armas (com mísseis, bombas, metralhadoras e cargas de profundidade)
  • Sala Bartolomeu de Gusmão
  • Sala Ministro Salgado Filho
  • SAR – Para que os outros possam viver
  • A FAB na Guerra (tem um leme que foi metralhado pelo inimigo durante o voo)
  • Santos-Dumont (com um jarro contendo o coração do aviador)
  • Primórdios da Aviação Brasileira
  • Embraer (com várias miniaturas e uma reconstrução da cabine de passageiros)
  • Sala de Controle do Espaço Aéreo (com a reconstrução de um ambiente de torre e equipamentos antigos)
  • Sala de Simuladores
  • Motores aeronáuticos

Além disso, existem 5 hangares repletos de aviões. Devido à falta de espaço, alguns aviões (principalmente os maiores) estão do lado externo. Veja algumas fotos do museu (créditos: ViniRoger):

Dentre as aeronaves do acervo, estão maquetes em escala real de aviões de Santos Dumont (o 14 Bis e o Demoiselle), protótipos do AMX, do Vector e do Bandeirantes (todos da Embraer), aviões anteriores à 1ª Guerra Mundial, outros que combateram durante a 2ª Guerra Mundial, aeronaves empregadas por ambos os lados na Revolução Constitucionalista de 1932, aviões civis, helicópteros e outros que podem ser vistos em alguns posts na tag aeronaves desse site.

Os vídeos da playlist a seguir tem um “walk around” e uma visita ao interior do Lockheed Electra, feitos pelo “Aviões e Músicas”:

Além disso tudo, o MUSAL possui três antigos aviões presidenciais:

Lockheed Lodestar (VC-66): adquirido em 1942 da Força Aérea dos Estados Unidos no governo Getúlio Vargas, foi o primeiro a ser utilizado exclusivamente para o presidente da República. Devido à baixa autonomia para as extensões do país, foi utilizado como avião presidencial somente até 1962, sendo aposentado definitivamente em 1968 e incorporado ao MUSAL em 1979.

Vickers Viscount 789D (VC-90): segundo avião presidencial, foi adquirido em 1954 no governo Juscelino Kubitschek. Foram encomendados 2 unidades, que ficaram designados como VC 90 2101 (exposto no MUSAL) e VC 90 2100 (sofreu perda total após colidir o trem de pouso com as pedras da cabeceira da pista do Aeroporto Santos Dumont em 1967 transportando o presidente Arthur da Costa e Silva). Sua configuração contava com 71 assentos e 4 motores Rolls-Royce Dart. Carregou 8 presidentes e foi desativado na gestão do presidente João Figueiredo.

Boeing 737-200 (VC-96): quarto avião presidencial, operou de 1976 a 2010. Tinha duplicidade, ou seja, na verdade eram dois Boeings, com matrículas 2115 e 2116. Ficaram conhecidos como Sucatinhas, diminutivo ao Sucatão, uma aeronave Boeing 707-320c (KC 01 e KC 03), aeronave de maior porte utilizada em voos de longo alcance entre 1986 e 2005, que foi substituída pelo Airbus A319CJ (VC1A). Em 2011, a aeronave de matrícula 2116 foi doado ao MUSAL, enquanto que o 2115 foi levado para Foz do Iguaçu. Já os “Sucatões” foram desmanchados no pátio militar do aeroporto do Galeão.

O terceiro avião presidencial do governo brasileiro foi um “One eleven”, o BAC 1-11 (VC 92), adquirido em 1968 do fabricante para atender o Presidente Arthur da Costa e Silva. Foram encomendadas duas unidades (designadas como VC-92 2111 e VC-92 2110), que em sua configuração contava com 24 assentos e motores Rolls-Royce RB 163 turbofan. Aeronaves menores, como o VC-90 e os Avro C-91 (um desses turbo-hélices também aparece no vídeo, logo antes do ERJ que está ao lado do Boeing 737), complementavam o serviço de transporte de ministros e autoridades. Foram desativados em 1976 (veja mais no post Do Lodestar ao One-Eleven: história dos aviões presidenciais brasileiros).

Depois dos dois “Sucatões” e os dois “Sucatinhas”, veio a aeronave modelo Airbus A319CJ com designação na FAB de VC1A, e batizado oficialmente de Santos-Dumont. Foi adquirido em 2015 e apelidado de “Aerolula”. Ainda existem duas aeronaves VC-2, um Embraer Lineage 1000 (versão executiva do jato comercial E190), para o serviço de transporte de autoridades da Presidência da República.

Veja mais

O acervo completo do MUSAL pode ser visto no link, com fotos e resumo de cada aeronave da lista. Dentre os aviões presidenciais, o mais antigo é o LOCKHEED 18 (C-60A) – Lodestar, que voou pela primeira vez em 1939. Já no acervo total do MUSAL, o modelo mais antigo é o 14-bis, que na verdade trata-se de uma réplica (o primeiro foi construído em 1906, mas a réplica foi construída em 1973). O avião mais antigo do MUSAL é um CAUDRON G-3, fabricado em 1916.

O MUSAL está em constante evolução e reformas (realmente precisa de mais espaço e melhor iluminação), assim como aquisição e restauro de vários exemplares. Possui entrada gratuita e estacionamento amplo de graça, mas também é possível descer na estação Marechal Hermes e uma caminhada de 10 minutos até o portão, na Av. Marechal Fontenelle, 2000 (provisoriamente entrada pelo número 1000).

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