A capital e maior cidade de Portugal está localizada no estuário do rio Tejo. Sua história remonta a tempos antigos, quando era habitada por tribos pré-romanas. No entanto, foi durante a ocupação romana que Lisboa começou a florescer como um importante centro comercial e portuário, ganhando o nome de Olissipo.
Ao longo dos séculos, Lisboa testemunhou a influência de diversos povos e culturas, desde os romanos e mouros até os navegadores portugueses que partiram em busca de novas terras durante a Era dos Descobrimentos. Durante a Idade Média, tornou-se a capital do Reino de Portugal e viveu seu auge como uma das cidades mais prósperas da Europa, graças ao comércio marítimo e à riqueza trazida das colônias.
No entanto, a cidade também enfrentou períodos de adversidade, incluindo terremotos devastadores, como o grande terremoto de 1755, que deixou grande parte da cidade em ruínas. Após essa tragédia, Lisboa renasceu, sendo reconstruída com um plano urbano moderno e imponentes edifícios pombalinos, sob a orientação do Marquês de Pombal.
Hoje, Lisboa é uma cidade vibrante, onde o antigo e o moderno se misturam harmoniosamente. Os bairros pitorescos, como Alfama e Bairro Alto, são animados por músicos de rua e vida noturna agitada, enquanto os cafés históricos e restaurantes tradicionais oferecem uma deliciosa variedade da culinária portuguesa.
A ponte 25 de abril atravessa o estuário do Tejo em seu ponto mais estreito, ligando Lisboa a Almada (pode ser vista ao fundo da foto com o Monumento aos Descobrimentos). É uma ponte rodo-ferroviária suspensa, construída por uma empresa norte-americana e com grande semelhança à ponte Golden Gate, em San Francisco (Califórnia, EUA).
Sobre o rio Tejo também passa a Ponte Vasco da Gama, ponte mais longa da Europa com 17,3 km, inaugurada em 1998. O nome da ponte comemora os 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia, em 1498. É uma das mais altas construções de Portugal, com 155 m de altura. A ponte foi projetada para suportar velocidades do vento de 250 km/h e resistir a um sismo 4,5 vezes mais forte do que o histórico terremoto de Lisboa, em 1755. Devido ao tamanho da ponte, foi necessário tomar em conta a curvatura da Terra, no planejamento correto, pois em caso contrário, um desvio de 80 cm seria verificado em cada extremidade desta.
Uma das cidades mais antigas do mundo, organizou a EXPO’98, Exposição Mundial de 1998. Como legado do evento, está o Oceanário de Lisboa, o maior aquário do Mundo com a reprodução de 5 oceanos distintos e numerosas espécies de mamíferos e peixes. Outros legados foram o Teleférico do Parque das Nações e a Torre Vasco da Gama, mais alta torre de Portugal, com 142 metros, onde funcionou um restaurante de luxo com vista panorâmica e hoje possui um hotel de luxo.
O Padrão dos Descobrimentos, localizado na freguesia de Belém (concelho e distrito de Lisboa) é uma homenagem imponente à Era dos Descobrimentos de Portugal. Esta estrutura majestosa, em forma de caravela, celebra os exploradores portugueses que abriram caminho para novos horizontes durante os séculos XV e XVI. Com esculturas impressionantes retratando figuras proeminentes como Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral, o Padrão dos Descobrimentos é tanto um tributo à coragem e visão desses pioneiros quanto um marco arquitetônico icônico que atrai visitantes de todo o mundo.
Próximo ao Padrão dos Descobrimentos, está a Torre de Belém. Localiza-se na margem direita do rio Tejo, onde existiu outrora a praia de Belém. Esta fortificação integrava o plano defensivo da barra do rio Tejo projetado à época de João II de Portugal (1481-95), porém só começou a ser construída em 1514. Localizava-se sobre um afloramento rochoso nas águas do rio, fronteiro à antiga praia de Belém, e destinava-se a substituir a antiga nau artilhada, ancorada naquele trecho, de onde partiam as frotas para as Índias. Ao longo dos séculos foi utilizada como registo aduaneiro, posto de sinalização telegráfico e farol. Os seus paióis foram utilizados como masmorras para presos políticos. Atualmente pode ser visitado internamente, mas devido a estreitas escadas internas, existe um fluxo de trânsito de pessoas organizado por um “semáforo” na entrada de cada andar, e um aviso sonoro indica se deve subir ou descer.
Nas proximidades, está outro exemplo da arquitetura manuelina (variação portuguesa do Gótico final, bem como da arte luso-mourisca, desenvolvido no reinado de D. Manuel I): o Mosteiro dos Jerônimos. Destacam-se o seu claustro, completo em 1544, e a porta sul, de complexo desenho geométrico, virada para o rio Tejo. Os elementos decorativos são repletos de símbolos da arte da navegação e de esculturas de plantas e animais exóticos.
Os bondes elétricos de Lisboa são uma parte essencial da identidade da cidade, cruzando suas colinas sinuosas e ruas estreitas com graça e charme há mais de um século. Esses bondes de estilo vintage não só proporcionam uma forma prática de locomoção, mas também são uma atração turística por si só, proporcionando aos passageiros uma visão panorâmica da paisagem urbana única de Lisboa. A linha 28 é a mais conhecida e que passa por mais pontos históricos, e por isso também é a mais disputada – caso queira disfrutar melhor da experiência de andar de bonde, opte por ir bem cedo ou escolha outras linhas menos badaladas. Além dos bondes elétricos, os ascensores históricos como o Elevador da Bica e o Elevador da Glória oferecem uma viagem emocionante pelas ruas íngremes da cidade, proporcionando aos visitantes uma experiência autêntica e memorável.
O Elevador de Santa Justa, uma elegante estrutura de ferro que se ergue sobre as ruas estreitas de Lisboa, é um ícone da engenharia do século XIX. Projetado por Raoul Mesnier du Ponsard, este elevador oferece uma vista deslumbrante da cidade e do rio Tejo do topo de sua torre. Além do Elevador de Santa Justa, Lisboa também é lar de outros ascensores encantadores. Veja mais elevadores curiosos no post Passeando de elevador).
O Convento do Carmo, situado no coração de Lisboa, é um testemunho impressionante da história da cidade. Fundado no século XIV, o convento sofreu danos significativos durante o terremoto de 1755, deixando suas ruínas comoventes como um monumento à resiliência e à passagem do tempo. As paredes caiadas de branco contrastam com o céu azul, criando uma cena pitoresca que atrai visitantes de todo o mundo em busca de uma conexão com o passado.
O Terreiro do Paço, também conhecido como Praça do Comércio, é o coração pulsante de Lisboa, onde história, cultura e comércio se encontram. Enquanto as imponentes arcadas amarelas emolduram a praça, o imenso espaço aberto oferece uma visão deslumbrante do rio Tejo. Rodeado por edifícios históricos e monumentos emblemáticos, como o Arco da Rua Augusta e a estátua de Dom José I, o Terreiro do Paço é um local de encontro popular para moradores e turistas, oferecendo uma atmosfera vibrante e uma rica tapeçaria de experiências culturais.
Um dos mais famosos castelos portugueses é o Castelo de São Jorge, cuja região é ocupada desde a Idade do Ferro (séc. VII a.C). Suas fortificações foram constantemente modificadas ao longo dos séculos, tanto que o “carácter medieval” deste conjunto militar deve-se a campanha de reconstrução de 1940, e não à preservação do espaço do castelo.
Situado no centro de Lisboa, o Parque Eduardo VII é o maior parque urbano da cidade. No lado oeste do parque encontram-se as Estufas, que consistem em duas estruturas principais: a Estufa Fria e a Estufa Quente. A Estufa Fria, construída em 1930, abriga plantas de clima temperado, enquanto a Estufa Quente é dedicada a espécies tropicais e exóticas. Ambas são compostas por um ambiente de jardim fechado, protegendo plantas raras e proporcionando um espaço para exposições botânicas e passeios.
O Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, foi residência oficial da família real portuguesa até o fim da monarquia. Entre seus cômodos mais notáveis está o quarto de D. Pedro I (conhecido como D. Pedro IV em Portugal), o qual foi mantido como estava na época de sua ocupação. O quarto reflete o gosto do século XIX, com mobiliário e decoração que preservam a memória do monarca e sua decoração inspirada na obra Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes. O palácio hoje é um museu aberto ao público.
Localizado na cidade vizinha de Queluz, o Palácio Nacional de Queluz é uma antiga residência da família real portuguesa. Construído no século XVIII, combina estilos arquitetônicos barroco, rococó e neoclássico. O palácio é conhecido por seus salões luxuosos e pelos jardins ornamentais que o cercam. Originalmente concebido como residência de verão, o palácio desempenhou papel importante como um dos últimos grandes edifícios da monarquia em Portugal. Atualmente, é aberto ao público como museu.
A representação das nuvens em azulejos do Palácio de Queluz e em uma pintura no teto de uma das salas do Palácio da Ajuda são explorados no post Azulejos de nuvens do Palácio de Queluz.
Cascais e Estoril
Vila do distrito de Lisboa, Cascais foi um elegante retiro de Verão da monarquia portuguesa durante o século XIX e um porto de abrigo da realeza europeia durante a Segunda Guerra Mundial. Sua praia de areias brancas com palacetes a frente é muito procurada por turistas. Em Cascais, também há uma antiga gruta a beira mar que, com o abatimento das camadas superiores, foi destruída, restando uma enorme cavidade a céu aberto conhecida como “boca do inferno”. Próximo está o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa. Estoril era uma freguesia vizinha a Cascais e hoje faz parte da vila de Cascais. Possui um dos maiores e mais tradicionais cassinos de Portugal.
Veja mais destinos em Portugal ao clicar no link. (Obs.: esse post de Lisboa, originalmente publicado em 2014, foi atualizado 10 anos depois após nova visita à cidade em 2023)