Monetização de sites

Um site com bom conteúdo, diferenciado, é um passo importante para fazer seu trabalho ser apreciado por número considerável de pessoas. Essas pessoas podem recomendar para outras pessoas, e assim por diante. Esse fluxo de pessoas é muito interessante para algumas empresas, que gostariam de ter um anúncio nesse site para ser visualizado por esse público. Ao pagarem por essa publicidade, as empresas contribuem para os desenvolvedores/publicadores de conteúdo manterem os servições (como cobrir custos de hospedagem, domínio, energia elétrica, horas trabalhadas, etc). Monetizar é o ato de transformar bens, metais, títulos, fatos, informações e acontecimentos em dinheiro.

Macacões de Fórmula 1 abusam das propagandas
Macacões de Fórmula 1 abusam das propagandas

Conceitos

A visita (ou sessão) é um grupo de interações que ocorrem no website (exibições de página, eventos, interações sociais, variáveis personalizadas e transações de comércio eletrônico) dentro de um determinado período. Pageview (ou visualização de página) é a visualização de uma página, enquanto que Unique Pageview é uma visualização desta mesma página em até 30 minutos. Ou seja:

  • Se um usuário visitar uma página uma única vez em 30 minutos, isto será gravado como uma visualização de página (pageview) e uma Unique Pageview;
  • Se o usuário visitar esta mesma página duas vezes em 30 minutos, então serão contabilizadas duas visualizações de página e uma Unique Pageview;
  • Se o usuário voltar para a mesma página depois de 30 minutos, então serão contadas duas visualizações de página (pageviews) e duas UniquePageviews.

Isso acontece porque o cookie é programado pra contar 30 minutos como uma única sessão. O usuário (ou visitante único) refere-se à quantidade de pessoas que interagiram com o conteúdo do site em um determinado período de tempo. Ou seja, se um mesmo usuário visualizar 10 vezes suas páginas, ele ainda contará apenas como um único usuário. Isso é interessante para contabilizar novos usuários e usuários recorrentes.

Visitas X Dinheiro

Uma métrica (ou seja, medida) do sucesso da publicidade é a taxa de conversão, que é a relação entre o número de visitas ao site e o número de compras que essas visitas realizaram – o oposto seria a taxa de rejeição, definida como uma única interação com seu website seguida pela saída.. Quanto mais visitantes tiver, maiores as chances de se ganhar dinheiro. Isso porque as principais formas de pagamento envolvem os visitantes. Veja os tipos de publicidades que são oferecidos pelos sistemas de afiliados:

  • CPC (Custo por clique) – Você ganha a cada clique feito pelo visitante. O preço varia conforme o anunciante, mas fica em média entre 10 e 20 centavos.
  • CPA (Custo por ação) – O ganho é gerado após o usuário efetuar uma ação, por exemplo uma compra no site ou o preenchimento de um cadastro.
  • CPM (Custo por Mil) – Geralmente é uma das maneiras mais simples de ganhar dinheiro. Basta apenas uma visualização para gerar o ganho. Normalmente, são contabilizadas visualizações únicas, ou seja, se o mesmo visitante vir um anúncio 3 vezes, apenas 1 impressão é contabilizada. A cada mil visualização de um determinado banner paga-se em média R$1,50 a R$3,00 reais. No final do período, por regra de três, é possível saber o ganho pelas visitas. Se tiver mais banners por página, mais dinheiro ganha – o mesmo vale para o número de páginas que o visitante visualizar.

Alguns sites de venda (como Saraiva, Livraria Cultura, Submarino…) possuem programas de afiliados. O blogueiro cadastra-se e deixa um banner disponível no site. Se o visitante clicar no site e comprar alguma coisa, o dono do site ganha uma porcentagem. Conforme o anunciante e o tipo de produto, a comissão pode ir de 3 a 8,5%. Geralmente cada site coloca um valor mínimo para poder resgatar o valor, e assim segurar o dono do site e incentivando-o a anunciar mais e por mais tempo. Ao se inscrever, recebe um código HTML com o banner e um código de afiliado, que deverá ser inserido no site.

Existem empresas que criaram sistemas para intermediar os anunciantes e os blogueiros. O dono do site faz um cadastro, deixa um banner no site e o intermediário envia os anúncios que forem mais pertinentes ao público visitante, realizando o pagamento após um prazo e valor mínimos. O pagamento fica suspenso até o mês seguinte, acumulando-se os valores até que se atinja o valor mínimo. Como exemplos, temos o Google Adsense e a Boo-Box.

A Boo-box é um inovador programa brasileiro que possui vitrines de produtos contextualizada, ou seja, escolhe o conteúdo a ser mostrado no banner do seu site a partir de palavras chave das buscas do seu visitante. Se não existir um anúncio de acordo com o perfil do visitante, aparece uma propaganda da Boo-box no lugar (o que acontece frequentemente) e não há remuneração para isso. O pagamento vem após alguns meses de campanha, e existe um valor mínimo para retirar o dinheiro (se não atingir o valor, deve-se esperar até atingir). Experiência própria: esse site usou esse sistema entre abril de 2014 e abril de 2016 com uma média de 200 impressões por dia (visualizações de anúncios) aumentando progressivamente para 500 impressões diárias com eventuais cliques. Até dezembro de 2015, conseguiu acumular 30 reais, valor mínimo até então para pedir a retirada. No entanto, deve-se esperar 90 dias para o pagamento de uma campanha! E se não tiver conta no Banco Itaú, descontam a tarifa do TED/DOC. Quando não há uma propaganda “compatível” com o perfil do usuário, é exibida uma propaganda gratuita da boo-box – o que acontecia com frequência. Foram incluídos inventários (código javascript que contém o banner para veicular os anúncios) no final do arquivo single.php e como widget na barra lateral – antes foi usado um plugin para wordpress (boo-boxfy), que está muito desatualizado e não é recomendado inclusive pela própria empresa.

O Google Adsense trabalha de maneira semelhante – veja mais no post sobre o Google AdSense. Dentre outros programas de afiliados nacionais estão o Lomadee e os do UOL, Submarino, Saraiva e Livraria Cultura.

Links dofollow e nofollow

Existe o parâmetro “rel” nos hiperlinks (tag “a”), sempre é usado com o atributo href. As opções desse parâmetro constituem importante estratégia de conteúdo (e também de SEO) que deve ser levado em conta ao inserir esses tipos de links no seu site. Dependendo da opção, o algoritmo do Google para ranqueamento pode concluir que o site linkado pode ser muito bom, merecendo um melhor posicionamento, ou indiferente.

Da mesma forma que links bons apontando o seu domínio o tornam melhor, links ruins podem diminuir a sua autoridade diante do Google. Afinal, da mesma forma que o algoritmo conclui algo similar a “se muitos sites bons estão apontando este site, ele também deve ser bom”, ele também pode concluir “se tantos sites ruins estão apontando este site, ele também deve ser ruim e seu posicionamento no ranking do Google precisa diminuir”.

Veja o que são cada uma das opções do parâmetro, que podem ser usados em conjunto dentro das aspas duplas, separados por espaço:

  • noreferrer – tem a função de não “carregar” a origem do link junto com ele, por exemplo, caso não queira informar a página de destino de onde veio aquele acesso (não tem peso direto no SEO)
  • noopener – prevenir que a nova página tenha acesso ao objeto window da página de origem e poderá navegar da sua página para um outro url usando o recurso window.opener.location = newURL (o que pode ser considerado uma vulnerabilidade de segurança). A performance da sua página pode ser afetada caso a página aberta via target=”_blank” (abrir em uma nova aba ou janela) execute algum tipo de javascript expansivo (não tem peso direto no SEO)
  • external – indicar que o documento referenciado não é parte do mesmo site do documento que o referencia, ou seja, é um link externo (não tem peso direto no SEO)
  • nofollow – indicar que o link não deve transferir a autoridade (também chamada de “juice”) de sua página para o seu destino e isso é muito importante, pois mantendo o juice no seu site você consegue maior autoridade (muito importante para o SEO)

Não existe a opção “dofollow”, o que na verdade representa a ausência do “nofollow”. Nessa ausência, isso significa que a autoridade do domínio será espalhada do seu site para aquele(s) que ele está linkando. A autoridade está relacionada com a quantidade de aproveitamento que podemos tirar de um backlink no que se refere ao SEO – quanto mais autoridade é detectada por um buscador, melhor será a sua visibilidade na página de resultados e por isso, terá mais tráfego.

Recentes versões do WordPress estão vindo por padrão com o rel=”nooppener” ativado em links externos, alegando se tratar de questões de segurança, porém todas as opções acima citadas podem ser facilmente gerenciadas com o plugin WP External Links.

Como ter mais visitantes

Note que quanto mais visitantes, maior a probabilidade de clicarem nos anúncios e/ou executarem ações. Para pagamento por visualizações, é bom ter um número de visitantes da ordem de milhares por dia para somar valores “consideráveis”. Assim, é importante investir em divulgação. Existem alguns pontos muito interessantes que peguei de outro blog, o WebCórtex, 10 dicas de como divulgar um blog:

  1. Tenha conteúdo relevante
  2. Otimize seu blog: técnicas de SEO e linkagem interna para aumentar o tempo de permanência do visitante no site, ajuda o posicionamento do site no Google
  3. Perfis nas redes sociais: estude as melhores mídias para divulgar o seu conteúdo; faça uma fan page no facebook e divulgue seu conteúdo lá (faça testes e descubra qual o melhor dia e horário para postar seu conteúdo na rede)
  4. Crie algum material interessante em E-book ou vídeo aula, com referência para o site
  5. Agregadores de notícias: sites que reúnem diversos links de notícias e artigos de vários assuntos
  6. Diretório de artigos: crie artigos públicos sobre qualquer assunto e inserir um link para o seu blog nele
  7. Guest Post e relacionamento com blogueiros
  8. Comente em Fóruns relacionados ao assunto do seu blog
  9. Comente em outros Blogs
  10. Endereço na assinatura do e-mail

A respeito dos agregadores de notícia, estão cada vez mais em desuso devido à popularização do Facebook e Twitter. Ele deve ser encarado como uma outra rede social, então deve se dedicar: adicionar amigos, mandar mensagens, visitar outros blogs e comentar. Experimentei o diHITT por um ano e existem usuários ativos que ganham uma boa colocação no ranking, tendo suas notícias mais expostas e cada vez mais visualizadas. No entanto, muitos outros simplesmente cadastram seu feed para replicar as notícias de seu blog sem visitar o dos outros, transforando a rede em um monte de informação mas sem nenhuma visita mútua.

Muitos consideram anúncios como se o dono do site estivesse “vendendo” a alma, porque estariam vendendo sua opinião. Se o site continuar mantendo seu conteúdo e opiniões independentes do anunciante, não vejo problemas. Não é que nem a televisão, que organiza a pauta do telejornal de modo a não irritar os anunciantes. Somente para sites muito visitados é que a publicidade ganha um peso grande na remuneração do dono, então para a maioria acaba sendo apenas uma “ajuda” de custo. Nunca vi pessoas parando de assistir futebol e amaldiçoando times porque usam propaganda no uniforme.

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3 comments

  1. Aprendi tanto com esse post, muito obrigada!
    Eu vou aprendendo muito na base do “tentativa e erro”, mas saber detalhes técnicos é mto importante.

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