A pesquisa em finanças comportamentais tem estudado o impacto das condições climáticas no comportamento dos investidores e, consequentemente, nos retornos do mercado de ações. Se as condições climáticas podem afetar o humor ou causar erros na atribuição de humor, então elas podem influenciar a aversão ao risco dos investidores e suas avaliações de risco, o que, por sua vez, afeta seu comportamento de investimento. O estudo de Cao & Wei (2007) investiga se a temperatura influencia os retornos do mercado de ações.
Já é reconhecido que o humor, os sentimentos e as emoções desempenham um papel importante na tomada de decisões e na formação de julgamentos. Estudos anteriores estabeleceram a ligação entre o humor e as decisões em geral, bem como a importância das emoções na tomada de decisões econômicas. Por exemplo, Schwarz (1990) e Loewenstein et al. (2001) forneceram teorias que ligam humor e sentimentos à tomada de decisão geral, enquanto Etzioni, 1988, Romer, 2000, Hanock, 2002 e Mehra e Sah (2002) estabeleceram a importância das emoções na tomada de decisão econômica. O humor em si pode ser influenciado por fatores situacionais e ambientais (Watson, 2000), alguns dos quais podem causar atribuições erradas de humor (Schwarz e Clore, 1983, Schwarz, 1990, Clore e Parrot, 1991). Por exemplo, as pessoas tendem a avaliar suas satisfações com a vida muito mais alto em dias ensolarados do que em dias nublados ou chuvosos (Schwarz e Clore, 1983), embora seu bem-estar não mude diariamente. Na verdade, existe um grande corpo de literatura sobre as ligações entre as variáveis meteorológicas e o comportamento humano (por exemplo, Wyndham, 1969, Bell e Baron, 1976, Moos, 1976, Allen e Fisher, 1978, Cunningham, 1979, Schneider et al. , 1980, Bell, 1981, Sanders e Brizzolara, 1982, Howarth e Hoffman, 1984, Rind, 1996, Watson, 2000; Parsons, 2001; Pilcher et al., 2002).
O humor pode ser influenciado por fatores situacionais e ambientais, alguns dos quais podem causar atribuições incorretas de humor. Por exemplo, as pessoas tendem a avaliar sua satisfação com a vida como sendo maior em dias ensolarados do que em dias nublados ou chuvosos, embora seu bem-estar não mude diariamente. Há uma ampla literatura sobre as ligações entre as variáveis climáticas e o comportamento humano.
Estudos mostraram que a umidade, a temperatura e a quantidade de sol exercem a maior influência no humor das pessoas. Condições climáticas como temperatura muito alta ou muito baixa podem afetar o desempenho em tarefas e levar a comportamentos diferentes, como agressividade, histeria ou apatia. Além disso, pesquisadores descobriram que a disposição para ajudar os outros pode diminuir em temperaturas extremamente quentes ou frias. Em geral, temperaturas muito altas ou muito baixas tendem a causar agressão, e altas temperaturas também podem levar à histeria e apatia.
Pesquisas mostraram que os retornos do mercado de ações estão correlacionados negativamente com a temperatura: quanto mais baixa a temperatura, maiores os retornos, e vice-versa. Essa correlação negativa é observada em mercados de ações ao redor do mundo e se mantém mesmo após considerar outros fatores. No entanto, a relação é ligeiramente mais fraca no verão do que no inverno, indicando que, quando a temperatura está alta, a apatia prevalece sobre a agressão, resultando em retornos mais baixos.
Embora a maioria das residências e escritórios possua sistemas de resfriamento e aquecimento, a exposição temporária a temperaturas extremas e a impressão psicológica dessas temperaturas ainda podem afetar o humor das pessoas e influenciar seu comportamento. Além disso, não existem estudos psicológicos que examinem diretamente o impacto das variáveis climáticas no comportamento de investimento. No entanto, os padrões de retorno do mercado de ações influenciados pelo humor parecem contradizer a eficiência de mercado. Por isso, a relação entre temperatura e retornos do mercado de ações é considerada uma “anomalia”.
Fontes
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