Festival da Boa Vizinhança

O Festival da Boa Vizinhança (FBV) é um evento organizado dentro do seriado de TV Chaves. Em sua versão mais conhecida (existe mais de uma versão), é dividido em 4 partes:

Seu Madruga tenta construir o palanque para o Festival. Nesse episódio que o Chaves diz o ‘monólogo do sádico’: “É que quando o senhor sente uma dor fica com uma cara tão engraçada… Como a Pantera cor-de-rosa quando se sente acuada. Primeiro os olhos dela ficam grandes, grandes, grandes… assim, como um prato de sopa fria, e logo eles vão fechando, fechando, fechando, até que eles ficam assim como se em lugar de colocarem olhos tivessem colocado pingos de água suja”. Outro clássico é a Chiquinha dizendo “Papy, você não viu por aí um sapato voando?” e o Seu Madruga responde “Ah sim, um da Sapatos Airlines?”.

Começa o Festival. Dona Clotilde recita o poema sobre amor (“Eu amo, Tu amas, Seu Madruga ama, Nós dois nos amamos…”), Quico recita o poema dedicado às mãe (“Mamãe querida…”), Chiquinha recita “O Jeca Valente” e o Chaves recita “O Cão Arrependido” – veja finalmente o poema completo clicando no link.

É realizada a apresentação teatral das crianças – “Eles são o futuro da pátria? Já vi que vamos voltar tudo pra Idade Média!” – anunciada pelo Prof. Girafales – “Esta representação teatral foi montada e dirigida pelo Seu Madruga. Mas por favor não caçoem dele. Talvez a vocês o trabalho dele pareça tolo, inútil, comum, vulgar… Sim, concordo! Mas é que devem levar em conta é que se trata de um indivíduo sem nenhum preparo. De um pobre-diabo que nem sequer concluiu o primário! De um pobre infeliz que mal aprendeu a ler e a escrever… Deixe-me continuar, Seu Madruga. De um joão-ninguém…”. O Chaves interpreta o Chapolin e o Quico é “Melchior”.

É um dos episódios perdidos. Sr. Barriga vai recitar os adultos do Festival da Boa Vizinhança, o Seu Madruga apresenta com o violão que canta uma música. Dona Florinda e o Professor Girafales canta numa canção de espanhola e Chiquinha vai representar um belo truque mágico como os “Magas Kiko”.

E por quê não fazer um festival desses entre os fãs de Chaves? Foi o que aconteceu em duas edições, promovidas pelo Fã Clube Chespirito Brasil, uma em 2005 e outra em 2010.

Cenas do 1° FBV
Cenas do 1° FBV

O 1º FBV aconteceu em 3 de setembro de 2005 e levou cerca de 8.000 jovens ao colégio Maria Imaculada, na região da Av. Paulista em São Paulo. Foram montadas salas onde eram exibidos episódios continuamente e teve no final uma entrevista com os dubladores no auditório. Tudo isso, claro, dentro de um espaço de convivência com decoração temática e até venda de guloseimas que remetem ao universo das séries como os “higiênicos churros de Dona Florinda – ai que droga, velha ridícula!”, refrescos refrescantemente refrescados que refrescam qualquer refresco (de gromaica, tamão e limerindo), sanduíches de presunto e pirulitos. Veja a programação:

10:45 – Abertura
11:00 – Exibição de episódios
13:00 – Documentário sobre Chaves
14:00 – Exibição de episódios
15:20 – Concurso de fantasias
16:00 – Encontro com os dubladores
18:45 – Exibição de episódios
19:45 – Encerramento

O dublador Nelson Machado, que emprestou sua voz ao personagem Quico na versão exibida pelo SBT, lançou e autografou um livro de memórias durante o festival (“Versão Brasileira”), no qual relata histórias divertidas sobre os bastidores das dublagens das duas séries, de filmes e de outros programas exibidos pela telinha.

Fila do 1º FBV
Fila do 1º FBV

Como só 1.500 conseguiram entrar, a multidão que ficou para fora começou a atirar nos organizadores os alimentos que davam desconto no ingresso (R$8,00 o ingresso ou R$6 mais 1kg de alimento não perecível, ou seja, nada de saquinhos de alfafa). Jogavam farinha, arroz e açúcar ao som do bordão “Gentalha! Gentalha!”.

Cenário da Vila do Chaves no FBV 2
Cenário da Vila do Chaves no FBV 2

O 2º FBV aconteceu em 24 de Abril de 2010 no Mart Center (Vila Guilherme, São Paulo). Além dos tradicionais cenários (incluindo uma réplica da vila do Chaves), fantasias e exibição de episódios, contou com a presença de Edgar Vivar (o Seu Barriga) e Carlos Villagran (o Quico). A Banda Viva Noite fez o show, tocando hits dos anos 80 com arranjos irreverentes e fantasiados de personagens da época. O chavesmaníaco e escritor Pablo Kaschner lançou seu segundo livro referente às séries CH: “Seu Madruga: Vila e Obra”. O livro trata da vida e carreira do ator falecido Ramón Valdes (intérprete de Seu Madruga).

Palco com o Sr. Barriga e os organizadores no FBV 2
Palco com o Sr. Barriga e os organizadores no FBV 2

Fã-clube Chespirito Brasil

O Fã-Clube foi fundado no dia 13 de maio de 2002 com o intuito de mostrar que os fãs de “Chaves” e “Chapolin” eram muito mais que números na audiência do SBT. Começou juntando os fãs através de grupos de discussão na internet (e-grupos, depois yahoo-grupos, então google-grupos e por fim facebook), fórums (Fórum Único Chespirito Brasil, ou FUCH, e Fórum Chaves). Esses grupos virtuais evoluíram para encontros esporádicos, denominados então “Encontro da Boa Vizinhança” (ou EBV, na casa de alguém ou alguma pizzaria).

Em 2003, surgiu a primeira iniciativa em defesa dos fãs: o Movimento Achados e Perdidos, para fazer com que o SBT exibisse os episódios perdidos de Chaves e Chapolin. No ano de 2004, o evento Chavesmania, na UERJ, que contou com a presença de Carlos Seidl, dublador do Seu Madruga. Depois vieram os Festivais e o apoio ao evento com o Sr. Barriga organizado pela 4FunFest.

Flyer do FBV 2
Flyer do FBV 2

Gustavo Berriel, fundador e presidente desde sua fundação até 2010, tornou-se dublador do seriado e amigo de todos os dubladores brasileiros dos seriados. Posou para fotos ao lado de Carlos Villagrán (Quico/Kiko), Edgar Vivar (Senhor Barriga) e Maria Antonieta de las Nieves (Chiquinha) e proporcionou o mesmo a milhares de outros fãs tão apaixonados quanto ele. O Fã-Clube hoje soma mais de dez eventos realizados em vários estados do Brasil.

Nos últimos anos o Fã-Clube ganhou ainda mais força ao estar lado a lado com o SBT durante o processo de tradução e dublagem de parte da série animada do “Chaves”, além dos episódios inéditos da série live action, exibidos em janeiro deste ano. Também havia participado do mesmo processo no projeto da empresa Amazonas Filmes, que lançou no mercado 24 volumes em box de DVDs das séries “Chaves”, “Chapolin” e “Chespirito”.

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