O Factory Reset Protection (FRP) é uma funcionalidade de segurança integrada aos dispositivos Android a partir da versão 5.1 (Lollipop). Desenvolvida pelo Google, o objetivo principal do FRP é proteger os dados pessoais do usuário em caso de perda ou roubo do dispositivo, dificultando que ele seja usado indevidamente após um reset de fábrica.
Quando um dispositivo Android é configurado com uma conta Google, o FRP é ativado automaticamente. Isso significa que, caso alguém tente redefinir o dispositivo para as configurações de fábrica sem remover a conta Google associada previamente, o sistema solicitará as credenciais (e-mail e senha) da conta usada antes do reset.
Se as credenciais corretas não forem fornecidas, o dispositivo permanecerá bloqueado, impossibilitando seu uso ou reconfiguração. Essa barreira garante que apenas o proprietário legítimo, ou alguém com acesso às credenciais, possa utilizar o dispositivo após um reset de fábrica. Assim, mesmo que o dispositivo seja acessado, os dados do usuário permanecem inacessíveis após o reset.
Embora o FRP seja uma ferramenta útil, ele pode causar inconvenientes em situações legítimas. Por exemplo, se o proprietário não se lembrar da senha da conta Google associada, pode enfrentar dificuldades para desbloquear o dispositivo. Ou então se o antigo proprietário não remover a conta Google antes da venda, o novo proprietário pode encontrar o dispositivo bloqueado.
Antes de redefinir um dispositivo para as configurações de fábrica, é essencial desativar o FRP antes de se desfazer do celular. Isso pode ser feito removendo a conta Google associada:
- Vá para as configurações do dispositivo.
- Acesse “Contas” ou “Usuários e Contas”.
- Selecione a conta Google e remova-a.
Embora o FRP tenha boas intenções, a funcionalidade também levantou preocupações, como o uso de técnicas de desbloqueio por terceiros para contornar a proteção. Existem vários vídeos na internet com táticas envolvendo falhas de versões específicas de cada fabricante. Geralmente elas são descobertas pelos fabricantes e impossibilitadas de execução em versões superiores. Esses procedimentos incluem reiniciar o dispositivo e pressionar as teclas físicas em uma certa combinação para o reset de fábrica, assim como invocar o TalkBack (recurso de acessibilidade do Android que permite que pessoas com baixa visão ou cegas interajam com o dispositivo usando o toque e a voz) para conseguir usar os aplicativos e acessar links de configuração.
Rooting
Como o Android é baseado no kernel Linux, existe uma forma de acessar o sistema com privilégios de root (superusuário). O rooting é o processo de obter privilégios administrativos em um dispositivo Android, permitindo ao usuário acessar e modificar todas as áreas do sistema operacional.
Por padrão, o Android limita o acesso a determinadas áreas do sistema para proteger os usuários contra modificações acidentais ou mal-intencionadas. Quando você faz o rooting, desbloqueia essas restrições e ganha controle total sobre o sistema. Quando o dispositivo está “rooteado”, você pode:
- Personalizar o sistema além das permissões padrão.
- Remover aplicativos pré-instalados pelo fabricante ou pela operadora (bloatware).
- Melhorar o desempenho do dispositivo, ajustando parâmetros de hardware e software.
- Instalar aplicativos que requerem permissões de superusuário.
- Alterar completamente o sistema operacional, instalando ROMs personalizadas.
Uma das ferramentas mais populares para rooting é o Magisk, pois oferece um sistema de rooting “sem sistema” (systemless), que modifica o sistema sem alterar os arquivos originais, facilitando a reversão. Outra ferramenta clássica para rooting é o SuperSU. Para uso, deve-se copiar o respectivo arquivo ZIP para o dispositivo e use a recuperação personalizada para instalá-lo. Após o processo, reinicie o aparelho para ter privilégios de root.
Algumas fabricantes, como Google, Motorola e OnePlus, permitem desbloquear o bootloader via comando ADB (Android Debug Bridge). Você pode baixar uma imagem de recuperação personalizada (como TWRP) para o modelo específico do seu dispositivo e usar o fastboot para instalar.
A imagem de recuperação personalizada é um ambiente de recuperação modificado que substitui a recuperação padrão do Android. Ela serve como uma interface para instalar ROMs, realizar backups/restaurações, e executar comandos avançados, como formatar partições. Por sua vez, ROM (Read-Only Memory) refere-se ao sistema operacional completo (Android e suas personalizações). Uma ROM personalizada substitui a versão original do Android no dispositivo, trazendo alterações como novos recursos, designs ou otimizações. Os sites dos fabricantes permitem o download de arquivos originais de uma forma segura, mediante a cessão de algumas informações (ex.: Philco).
Todos os processos descritos aqui envolvem riscos. O rooting geralmente viola a garantia do fabricante. Permissões de superusuário podem ser exploradas por malware. Um erro durante o processo pode inutilizar o dispositivo. Alguns apps (como Google Pay e apps bancários) podem não funcionar em dispositivos rooteados.
Tem também a proteção contra roubos, criada pelo Google do Brasil
https://support.google.com/android/answer/15146908?hl=pt-BR
Bem lembrado, obrigado pelo comentário!