Dubai tem inundações após maiores tempestades em 75 anos

Uma tempestade em 17 de abril de 2024 assolou os Emirados Árabes Unidos e Omã, resultando em inundações, engarrafamentos e interrupções na vida cotidiana. Omã foi atingido primeiro, com pelo menos 20 mortes registradas devido às enchentes, enquanto nos Emirados Árabes Unidos uma pessoa também perdeu a vida. A tempestade desencadeou cortes de energia e complicações no tráfego aéreo em Dubai, com pistas de pouso transformadas em rios e voos cancelados.

Ponto de alagamento em Dubai. Fonte: abc
Ponto de alagamento em Dubai. Fonte: abc

Registros meteorológicos apontam para um recorde de 254 milímetros de chuva em Al Ain, nos Emirados Árabes, marcando o maior volume em 24 horas desde 1949. Isso corresponde a mais do que era esperado de chuva para o ano inteiro. Essa precipitação até então era incomum na região árida, onde as temperaturas de verão podem ultrapassar os 50°C. Ambos os países carecem de sistemas de drenagem eficazes para lidar com chuvas intensas, resultando em alagamentos recorrentes.

Após a tempestade, surgiram especulações sobre a possibilidade de as práticas de “semeadura de nuvens” nos Emirados Árabes Unidos terem contribuído para as chuvas. As autoridades meteorológicas negaram realizar tais operações antes do evento. No entanto, segundo a agência de notícias Associated Press, relatos citam meteorologistas do Centro Nacional de Meteorologia dizendo que houve seis ou sete voos de semeadura de nuvens antes das chuvas. A discussão se estendeu para o papel das mudanças climáticas, com especialistas apontando que as condições extremas foram exacerbadas por um sistema meteorológico normal.

A principal razão das fortes chuvas teria sido um sistema de tempestades que passava pela Península Arábica e atravessava o Golfo de Omã. O sistema de baixa pressão interagiu com partes de uma corrente de jato, fortes ventos que se movem de oeste para leste sobre latitudes temperadas no Hemisfério Norte, produzindo chuvas. Esse fenômeno, por si só, não é incomum, mas sua intensidade e frequência tendem a aumentar, ou seja, o clima está em processo de mudança.

O aumento das temperaturas globais, impulsionado pelas atividades humanas, está contribuindo para eventos climáticos mais extremos em todo o mundo, incluindo chuvas intensas. A atmosfera mais quente retém mais umidade, resultando em chuvas mais fortes. Além disso, o oceano mais quente evapora mais facilmente, alimentando a atmosfera com mais umidade. Assim, atribuir as chuvas apenas à semeadura de nuvens é simplista, pois a umidade já precisa estar presente no ar para que a técnica funcione.

Especialistas alertam que eventos de chuvas extremas, como os ocorridos nos Emirados Árabes Unidos e Omã, tendem a se tornar mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas. Condições atmosféricas ideais, combinadas com umidade aumentada devido ao aquecimento global, resultam em chuvas mais intensas e catastróficas. Esses eventos destacam a urgência de abordar as mudanças climáticas e fortalecer as infraestruturas para lidar com os impactos cada vez mais severos do clima.

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