AT-26 Xavante

O Aermacchi MB-326 é uma aeronave monomotora a jato para o treinamento militar desenvolvida pela companhia italiana Aermacchi. Sua versão brasileira foi denominada EMB-326 Xavante pela Embraer e AT-26 pela FAB.

Avião Xavante exposto em Vinhedo/SP. Foto: ViniRoger
Avião Xavante exposto em Vinhedo/SP. Foto: ViniRoger

A Aermacchi (originalmente Aeronautica Macchi) é uma indústria aeronáutica italiana fundada em 1913. Sua sede está em Varese, uma comuna situada na região da Lombardia (próximo de Milão). Durante a Primeira Guerra Mundial, construiu caças que foram pilotados pelos maiores ases da aviação italiana, depois entrando no setor de hidroaviões e estabelecendo o recorde mundial de velocidade em 1934.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Macchi também produziu excelentes aviões de caça, estabelecendo uma reputação de liderança na fabricação de treinadores, inclusive à jato. A Aermacchi tem um longa história de parcerias com a Embraer, desde a produção sob licença do EMB-326 Xavante, até a fabricação conjunta do AMX.

O primeiro voo do MB-326 aconteceu em 1957. Foi utilizado pela Força Aérea Italiana até 1981, quando foi substituído pelo Aermacchi MB-339. Foram construídas no total 778 unidades do MB-326 para treze países em diferentes variantes.

A variante MB-326G teve as maiores alterações, com maior ênfase nas capacidades de ataque, possui uma turbina Viper 20 Mk 540 e célula modificada. Serviu de base para diversas outras versões, como a MB-326M (desenvolvida a partir do MB-326B, mas com a turbina Viper 20 Mk 540, construída sob licença pela Atlas Aircraft na África do Sul com a designação Impala I), a MB-326GB (vendida para Argentina, Zaire e Zâmbia) e a MB-326GC, variante do MB-326GB produzida pela Embraer no Brasil.

Na Força Aérea Brasileira, havia a necessidade de selecionar uma aeronave de treinamento para a conversão operacional junto com a compra de uma nova aeronave supersônica, que viria a ser o Mirage III. Com recursos disponíveis e a vontade de desenvolver uma indústria aeronáutica no Brasil, a encomenda do Aermacchi MB-326 e a fabricação do Bandeirante possibilitaram o início da Embraer. A versão brasileira do MB-326GB foi denominada EMB-326 Xavante pela Embraer e AT-26 pela FAB, indicando sua dupla função de ataque e treinamento.

O vídeo a seguir mostra três aviões Xavante expostos como monumentos no Campo de Marte, em Guarulhos e em Vinhedo:

Os Xavantes entraram em operação em 1972 e continuaram em produção até 1981, sendo o primeiro avião a reação construído em série no Brasil. A Embraer construiu 166 aeronaves para a FAB, sendo as demais exportadas para o Togo (6 unidades) e o Paraguai (10 unidades). Onze aeronaves usadas foram doadas para a Marinha da Argentina depois da Guerra das Malvinas para repor as perdas desta força no conflito.

Diante do alto custo dos treinadores avançados modernos, a FAB optou por estender a vida operacional de sua frota de Xavantes. Para isso, adquiriu peças de reposição, motores e até aeronaves (para servirem como fonte de peças) da África do Sul. O biposto Xavante e o monoposto Impala II (MB-326KC) utilizam o mesmo motor. A FAB resolveu colocar em operação 11 das 14 adquiridas, designadas como AT-26A. Ao contrário da versão brasileira, o Impala II está equipado com metralhadoras fixas (os Xavantes precisam usar casulos de metralhadoras), equipamentos de auto-defesa (chafts, flares e detecção de iluminação por radar) e a capacidade de lançar alguns tipos de mísseis sul-africanos, como o V3-B.

Em setembro de 2013, a aeronave foi aposentada definitivamente pela FAB – o treinamento de pilotos começa a ser feito em aeronaves Northrop F-5. Os aviões foram realocados para decorar áreas públicas em diferentes cidades do país:

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