Teoria de Resposta ao Item

Metodologia de correção utilizada no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), a Teoria de Resposta ao Item (TRIM) envolve um modelo estatístico no qual o valor de cada uma das questões vai variar de acordo com o percentual de acertos e erros de estudantes naquele item. Note que não é possível calcular qual foi a sua nota final apenas contabilizando o número de erros e acertos em cada uma das provas. Ou seja: um item que teve alto índice de acertos será considerado fácil e, por essa razão, valerá menos pontos na composição da nota final. Já o estudante que acertar uma questão que teve um alto índice de erros ganhará mais pontos pelo item. Dessa forma, dois participantes que acertaram o mesmo número de itens podem ter médias finais diferentes.

Esse cálculo complexo é feito pelo próprio Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Para saber se foi bem na prova, o estudante deverá comparar seu desempenho em uma escala construída pelo Inep com as notas mínimas e máximas obtidas pelos participantes. Com isso, busca-se valorizar o aluno que acerta as questões difíceis e punir o que “chuta” as questões.

A Teoria da Resposta ao Item – TRI foi elaborada a partir de várias teorias e testes que tinham o objetivo de saber se seria genuinamente viável chegar a uma técnica confiável para comparar as habilidades e os conhecimentos de pessoas que fossem submetidas a provas diferentes. Pode-se aplicar o método através de software com banco de dados trazendo questões (testes e/ou dissertativas) e valores pré-estabelecidos para cada questão e cada uma alocada em agrupamentos conforme assuntos e disciplinas.

Antes mesmo da realização da prova, as questões passam por um processo conhecido por calibragem, que determina a curva de dificuldade das perguntas (se são fáceis, médias ou difíceis). Essa curva pode ser construída com base em modelos variados de TRI, diferenciados pelos parâmetros de dificuldade, discriminação e probabilidade de acerto ao acaso (quando o candidato “chuta” a questão). Veja esses exemplos usuais de modelos: com 1 Parâmetro, envolve a dificuldade; com 2 Parâmetros, envolve dificuldade e discriminação; com 3 Parâmetros, dificuldade, discriminação e probabilidade de acerto ao caso. Para que as comparações entre os indivíduos sejam válidas, é preciso que as estimativas estejam todas na mesma linha métrica das habilidades dos candidatos.

A nota não retrata o desempenho individual do candidato, mas a posição que ele ocupou na escala de proficiência onde todos os outros candidatos também são incluídos. É impossível o aluno tirar nota máxima nesse método – é como se fosse o infinito de uma escala, ela representaria uma habilidade do candidato que nunca possa ser superada por outros. Quanto mais próximo da nota mínima, menos se pode confiar que o estudante domina os conhecimentos exigidos na prova, assim como a previsão do tempo indica os diferentes níveis de frio e calor na escala de temperatura. Em um exame com 7 milhões de candidatos, se fossem avaliados apenas na porcentagem de acertos brutos nas questões totais das provas, haveria um número muito grande de empates que colocariam no mesmo nível pessoas que, na realidade, apresentam proficiência diferente.

Ainda que o programa de computador consiga detectar a probabilidade de o candidato ter chutado determinada questão, ele ainda recebe pontos ao acertá-la, mesmo que por acaso. Deixar em branco é a certeza de ter errado. Veja mais dicas de estudo clicando no link.

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Veja mais sobre a modelagem estatística utilizada no item Teoria da resposta ao item na Wikipedia e sobre o Teorema de Bayes.

Fontes: Entenda a metodologia da nota do Enem, infográfico Agência Estado e Guia definitivo para melhorar a aprovação dos seus alunos no ENEM – Starline Tecnologia.

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