Nuvens actinoformes

As nuvens actinoformes são formações de nuvens marinhas de baixa altitude que possuem uma estrutura distinta e em formato radial. Elas recebem esse nome do termo grego “actino”, que significa “raio”, devido à sua aparência semelhante a raios que se estendem em todas as direções, conhecidos como “actiniae”. Essas nuvens podem se espalhar por mais de 300 km de diâmetro, tornando-as difíceis de serem identificadas a olho nu.

Imagem de satélite de nuvens actinoformes na costa oeste da Austrália. Fonte: NASA, satélite Aqua, 29 de janeiro de 2020.
Imagem de satélite de nuvens actinoformes na costa oeste da Austrália. Fonte: NASA, satélite Aqua, 29 de janeiro de 2020.

Essas formações de nuvens são frequentemente observadas sobre o oceano aberto, especialmente no Hemisfério Sul, onde são mais comuns. Elas surgem em áreas onde as nuvens stratocumulus são frequentes e geralmente persistem por até 72 horas, muitas vezes acompanhadas de chuviscos.

As nuvens actinoformes foram descobertas após o lançamento do satélite meteorológico TIROS V, em 1960. Antes disso, os cientistas as consideravam uma forma de transição relativamente incomum entre as formações de nuvens de células abertas e fechadas. Essas nuvens são muito mais prevalentes e complexas do que se pensava inicialmente. Elas costumam se formar em altitudes relativamente baixas, em torno de 2 km, e seriam classificadas como nuvens stratocumulus por um observador no solo. A interação entre a radiação solar e a precipitação parece desempenhar um papel importante na formação e organização dessas nuvens em mesoescala.

As nuvens actinoformes são mais frequentemente observadas sobre o oceano, mas também podem afetar os padrões climáticos em terra. Estudos indicam que elas estão associadas a condições de chuviscos e eventos climáticos de tempo fechado, como o “May Gray”/”June Gloom” (padrão climático que resulta em céu nublado e nublado com temperaturas baixas durante o final da primavera e início do verão na região sul da Califórnia).

As imagens capturadas por satélites meteorológicos, como os geostacionários GOES-16 e GOES-17, posicionados a cerca de 35.786 km da superfície da Terra, e os polar-orbitais NOAA/NASA Suomi-NPP e NOAA-20, posicionados a cerca de 824 km, fornecem dados cruciais sobre as nuvens actinoformes. Esses satélites registram informações sobre altura, temperatura, pressão, propriedades radiativas e evolução dessas nuvens ao longo do tempo.

Os satélites Terra e Aqua da NASA capturam imagens detalhadas dessas nuvens, permitindo estudar suas características únicas em comparação com outros tipos de nuvens. Eles revelam que as nuvens actinoformes possuem uma estrutura radial, parecendo folhas ou raios de uma roda. Elas podem se estender por até 300 quilômetros individualmente e se conectar formando cadeias com centenas de quilômetros de extensão.

Nuvem actinoforme sobre o leste do Oceano Pacífico. Fonte: NASA
Nuvem actinoforme sobre o leste do Oceano Pacífico. Fonte: NASA

O estudo aprofundado das nuvens actinoformes tem o potencial de fornecer importantes insights sobre padrões climáticos, condições atmosféricas e o papel dessas nuvens na regulação do clima terrestre. Essas informações contribuem para uma melhor compreensão dos fenômenos atmosféricos e podem auxiliar na previsão do tempo e no estudo das mudanças climáticas em um contexto de constante evolução.

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