Bloco 1 – resumo

Resumo das matérias do Bloco 1 do curso de Comissário de Voo; tópicos conforme Manual do Curso de Comissário de Voo MCA 58-11:

Emergências a bordo

  • Visão geral das emergências a bordo
  • Fogo a bordo
  • Turbulência
  • Transporte de artigos perigosos na cabine
  • Atos de interferência ilícita contra a aviação civil
  • Utilização, a bordo, de equipamentos eletrônicos portáteis que interferem nos sistemas de comunicação e de navegação da aeronave
  • Embarque e desembarque de passageiros simultâneos ao reabastecimento da aeronave
  • Evacuação de emergência

Sobrevivência

  • Sobrevivência na selva
  • Sobrevivência no deserto
  • Sobrevivência no gelo
  • Sobrevivência no mar

Animais peçonhentos

  • Serpentes
  • Escorpiões
  • Aranhas

Combate ao fogo

  • Elementos essenciais ao fogo
  • Extintores

EMERGÊNCIA

É uma situação anormal, que pode ocorrer em voo, terra, mar, decolagem ou pouso, e que coloca em risco a segurança da aeronave e de seus ocupantes.

Autoridade a bordo

O comandante ou piloto em comando é o responsável, e é a autoridade final na operação da aeronave.

Hierarquia a bordo

  1. Piloto em comando – CMTE;
  2. Co-piloto;
  3. 1° Comissário;
  4. Tripulantes de cabine (em ordem hierárquica).

Cockpit Estéril

Período no qual os pilotos não devem ser interrompidos em suas atividades. Se ativa em terra imediatamente antes da decolagem e continua durante o ascenso até 10.000 FT (aproximadamente 10 min.), durante o descenso, ao cruzar 10.000 FT se reinicia até o abandono da pista depois do pouso.

Briefing

Procedimento prévio ao voo que realiza em coordenação entre comandante, 1° comissário e tripulação de cabine.

Procedimentos rotineiros de segurança

É de responsabilidade de cada tripulante de cabine efetuar um rigoroso cheque pré-voo dos equipamentos de emergência na cabine de passageiro, condizente a localização, fixação, integridade, validade, etc.

Pré-Voo – Check List

  • Portas;
  • Manômetro Scape Slide – Pressão (2700 a 3000 PSI);
  • Jump Seats;
  • Equipamento de emergência;
  • Painel de CMS;
  • Equipamento de demonstração;
  • Assento passageiro;
  • P.S.U – Unidade de serviço do passageiro;
  • Janelas de emergência;
  • Visor do trem de pouso (limpeza);
  • Overhead bins;
  • Toilettes;
  • Cortinas;
  • Galleys
  • Cheque terminado reporte de obs. ou ok ao 1° comissário.

Embarque de passageiros

Alguns passageiros necessitam de uma atenção especial, portanto terão embarque prioritário e não poderão ocupar os assentos das saídas de emergências. São eles:

  • Menores desacompanhados;
  • Gestantes;
  • Deficientes físicos, visuais, auditivos;
  • Enfermos;
  • Idosos;
  • Presos;
  • Acompanhados de crianças de colo;
  • Em maca;
  • Que não dominam o idioma (cartão de instrução de segurança).

Demonstração de segurança aos passageiros

  • Proibição do uso de equipamentos eletrônicos (se for o caso);
  • Uso dos cintos de segurança;
  • Proibição de fumar;
  • Encosto das poltronas na posição vertical;
  • Obrigação de colocar a equipagem de mão em lugares adequados;
  • Localização das saídas de emergência;
  • Uso das mascaras de oxigênio;
  • Colete salva-vidas (voos sobre o mar, mais de 50 milhas náuticas da costa);
  • Cartão de instrução de segurança.

Equipamento eletrônico

É proibida a utilização a bordo de qualquer aparelho eletrônico emissor de energia eletromagnética, sendo obrigatória a realização do anuncio respectivo antes da decolagem.

Equipamentos de emergência

São equipamentos que estão dispostos a bordo em locais de fácil acesso, em número e quantidade de acordo com a especificação de cada aeronave e número de assentos disponíveis dentro das mesmas. Tem a finalidade de auxiliar os tripulantes em situações adversas que poderão vir a suceder.

Sistema fixo de oxigênio

As aeronaves pressurizadas possuem um sistema de fornecimento de oxigênio em caso de perda de pressão de dois tipos:

  • Gasoso: Oxigênio armazenado em cilindros – para PAX e TRIP;
  • Químico: Oxigênio resultado de uma reação química que ocorre dentro de geradores para PAX e CMS.

Este oxigênio estará disponível através de mascaras oro nasais que caem automaticamente dos compartimentos da PSU, quando a altitude interna da cabine atinge 14.000 FT.

O fornecimento Gasoso dá-se o fluxo de oxigênio somente para a máscara puxada.

O fornecimento Químico dá-se o fluxo de oxigênio para todas as máscaras do conjunto, esse fluxo não poderá ser interrompido e terá a duração aproximada de 15 min. O sistema fixo de oxigênio que supre a cabine de PAX pode ser ativado: automaticamente, eletricamente e manualmente.

Sistema portátil de oxigênio com máscaras oro nasais

As garrafas portáteis estão localizadas na cabine principal para atender PAX e TRIP com insuficiência respiratória e estão equipadas com mascaras oro nasais.

Os cilindros tem capacidade de 311 litros e proporciona oxigênio em 2 fluxos:

FluxoLitros x minutoDuraçãoAplicação
HI477’ = 1h, 17 min.Adulto e PAX traqueotômico
LO2154’ = 2h, 34 min.Crianças e bebês

Pressão: 1600/ 1800 PSI

Sistema portátil de oxigênio com máscara full-face

São cilindros portáteis para proteção no combate ao fogo. Seu fluxo é a pedido.

Extintores de incêndio

Durante a ocorrência de fumaça ou fogo, a coordenação entre os tripulantes é essencial para um combate efetivo, havendo a intervenção mínima de três tripulantes de cabine:

  • Operador;
  • Transmissor;
  • Assistente.

Localize o fogo, Combata o fogo, Avise o CMTE, Divida as tarefas, Nunca abandone o fogo e Previna o pânico.

C.A.F – Capuz anti fumaça ou P.B.E – Protective Breathing Equipment

Equipamento de emergência para proteção dos órgãos da respiração e visão. Proporciona oxigênio por aproximadamente 15 min. E seu visor tem a cor azul celeste.

Machadinha

Usada para cortar fuselagem, abrir passagem em certas áreas quando as saídas normais estiverem bloqueadas.

Luvas de amianto

Utilizadas para proteger-se em incêndio, pegar peças ou objetos com alta temperatura.

Óculos anti-fumaça

São óculos plásticos que servem como proteção contra a fumaça.

Detector de fumaça

Sistema que detecta a fumaça, localizado no teto de cada lavatório. Funciona com bateria e se ativa automaticamente, emitindo um sinal auditivo, quando houver moléculas de fumaça. Verificar se a luz verde esta acesa (sistema energizado).

Megafone

Amplificador de voz portátil, que permite a comunicação em situação de Emergência ou, falta de sistema P.A. Funciona com bateria própria, possui um gatilho, um microfone e um amplificador.

Rádio Beacon

Cilindro metálico, vermelho, portátil, resistente à água e flutuante. Tem bateria própria, antena, bolsa plástica e corda. A bateria é ativada em contato com a água , transmitindo sinais de emergência através de duas frequências internacionais, por um período de 48h. Os sinais são interrompidos ao retirá-lo da água ou coloca-lo na horizontal. Caso necessário funciona em terra, desde que introduzido em um recipiente com liquido.

As frequências internacionais são:

  • Civil: 121,5 Mhz;
  • Militar: 243 Mhz.

Em água salgada transmite em 5 seg., em água doce em 5 minutos.

Luzes de emergência

Quando houver falha no sistema normal de iluminação, as luzes de emergência serão acesas automaticamente. Estão localizadas no interior e exterior da cabine, as internas são fixas e portáteis e podem ser usadas como lanterna.

Coletes salva-vidas

Equipamento de auxilio a flutuação exigidos para aeronaves que efetuam voos sobre o mar, disponíveis a baixo de todas as poltronas.

Assentos flutuantes

Todos os assentos de passageiros, o encosto e assento do banco duplo de CMS, o assento do banco do observador e o encosto dos assentos da cabine de comando são flutuantes.

Cordas

Encontram-se cordas no batente das janelas do cockpit e das janelas de emergência sobre a asa, que auxiliam a saída rápida.

Escape-Slide (Rampa de abandono)

As portas principais e de serviço estão equipadas. Possui um visor de manômetro de pressão de 2700 a 3000 PSI.

Bote

Os slides botes são usados para evacuação e amerrissagem, permitindo a saída de duas pessoas ao mesmo tempo.

Kit de sobrevivência

A quantidade de kits de emergência é calculada na proporção de 1 kit para cada 50 passageiros, localizado sempre atrás das ultimas fileiras.

Kit médico

Uso exclusivo de médicos.

First Aid kit (primeiros socorros)

Os medicamentos contemplados poderão ser administrados aos passageiros durante ocorrência de pouca gravidade, durante o voo, pelos tripulantes de cabine.

Saídas de emergência

Toda abertura onde possam passar com relativa facilidade uma ou mais pessoas que se encontram bloqueadas em determinado especo em uma situação determinada.

  • Portas principais e de serviço;
  • Janelas
  • Escotilhas.

Todas saídas de emergência operam internamente e externamente, exceto a janela do CMTE.

Portas principais e de serviços

Em situação de emergência, como equipamento de evacuação, são usadas as portas como escorregadeiras.

Janelas de emergência

Localizam-se na direção da asa uma de cada lado ou mesmo duas de cada
lado conforme a aeronave.

Sequencia correta para sair por uma janela de emergência:

  • Perna;
  • Cabeça;
  • Tronco;
  • Perna.

Escotilhas

Geralmente localizadas na cabine de comando, possuindo cordas de escape rápido.

Operatividade de uma saída de emergência

Uma saída só será considerada operativa quando:

  • Aeronave e motores estiverem completamente parados;
  • Área adjacente estiver livre;
  • Ser possível abri-la;
  • Equipamento auxiliar operando.

Não completando uma das condições acima a mesma será considerada inoperante.

Estação de emergência

Compreende o lugar de uma ou mais saídas de emergência, deverá ter:

  • Assentos de tripulantes (simples ou duplos);
  • Equipamentos auxiliares para evacuação;
  • Sistema de comunicação;
  • Evacuação da aeronave.

Compreende o abandono dos seus ocupantes diante de uma situação de emergência. 90 segundos é o tempo considerado para que todos os ocupantes de uma aeronave, após pouso em emergência, tenham condições de abandoná-la.

Tipos de saídas / coeficientes de evacuação

É o numero de ocupantes de uma aeronave que possam sair por uma saída operativa obedecendo ao tempo padrão de 90 segundos.

TipoSaídaNúmero de PAXTempo (seg.)
Tipo IEscorregadeiras infláveis50 a 5590
Tipo IIEscorregadeiras não infláveis30 a 4090
Tipo IIIJanelas sobre a asa20 a 3090
Tipo IVJanelas de cabine de comando15 a 2090
Classe AEscorregadeiras infláveis duplas90 a 10090

Sequência de comando

  • Comandante;
  • Qualquer membro da tripulação técnica na incapacidade do comandante;
  • Qualquer comissário, quando haja evidencia da necessidade de evacuação da aeronave.

Evacuação evidente

  • Alta concentração de fumaça ou gases tóxicos na cabine;
  • Quebra do trem de pouso;
  • Fogo incontrolável;
  • Grandes danos estruturais;
  • Explosões;
  • Pouso na água.

Procedimentos de emergência

– Despressurização

Quando a altitude da cabine interna atingir 10000 Ft (pés) soara um alarme no cockpit, alertando os pilotos que a aeronave entrou no processo de despressurização. Se a cabine atingir 14000 Ft ocorrerá a queda automática das máscaras de oxigênio, com fluxo de 1 litro por minuto:

  • 15000 Ft = 2 litros por minuto;
  • 16000 Ft = 3 litros por minuto;
  • 17000 Ft = 4 litros por minuto, 4 é o fluxo máximo.

– Vazamento de pressão

Tire todos os PAX da área e avise ao Cockipit.

– Sequestro

Acate os pedidos dos sequestradores.

– Comportamento anormal

Notifique ao cockipit e tente conter o PAX. Se o comportamento anormal do PAX não colocar em risco a segurança de outros PAX e da tripulação, trate-o como achar mais conveniente.

– Bomba

Se você ouvir comentários de que há bomba ou ameaça de sabotagem, ou se você suspeitar de qualquer dispositivo avise imediatamente o cockpit.

– Fumaça na luz fluorescente

O superaquecimento deste filtro pode causar fumaça antes que o fusível interrompa o circuito, sem necessariamente provocar fogo. Neste caso os comissários devem lembrar que o uso desnecessário do extintor pode gerar confusão e tumulto, espere que um tripulante técnico venha verificar a causa.

– Fogo interno – Aeronave em voo

Lute contra o fogo e notifique o cockpit. Jogue liquido na área do fogo para impedir o seu reinicio, monitore a área durante o restante do voo.

– Fogo interno – Aeronave no solo

Lute contra o fogo e notifique o cockpit. Só inicie a evacuação após a parada total da aeronave. Saídas na área do fogo são consideradas inoperantes.

A.P.U – Auxiliary Power Unit (Unidade de força auxiliar)

É um motor instalado no cone de cauda da aeronave, que supre dois tipos de energia para a aeronave: força elétrica e pneumática. Tem seus controles na cabine de comando. A APU funciona no solo, em muitas aeronaves pode ser usada também em voo.

Fatores que originam um acidente

  • Fator Humano: ocasionado por erro humano. Ex: Erro de rota;
  • Fator Técnico: ocasionado por erro técnico. Ex: Motores pararam de funcionar;
  • Fator Operacional: ocasionado por erro operacional. Ex: Má informação da torre de controle.
  • Fator Meteorológico: ocasionado por fenômeno da natureza. Ex: Neve, ventania, etc;
  • Fator Casual: ocasionado pelo acaso. Ex: Pássaro na turbina;
  • Fator Desconhecido: ocasionado pelo desconhecido.

Consequências após um acidente

  • Fogo;
  • Calor;
  • Fumaça;
  • Gases tóxicos;
  • Ação das forças de impacto.

Emergência preparada

Quando há tempo para os comissários prepararem a cabine e orientar os passageiros para o pouso. O comandante avisara aos comissários da situação, informando, dentro do possível, os seguintes itens:

  • Natureza da emergência;
  • Tempo disponível a preparação;
  • Local do pouso;
  • Zonas da aeronave provavelmente mais atingidas, havendo impacto;
  • Quem comunica na emergência aos PAX;
  • Sinal convencional para a posição de impacto.

De frente para a cabine os comissários:

  • Cinto de segurança apertado;
  • Braços cruzados;
  • Queixo baixo apertando contra o pescoço;
  • De frente para a cabine os comissários:

De costas para a cabine de comando os comissários:

  • Cinto de segurança apertado;
  • Braços cruzados;
  • Cabeça pressionada para trás.

PAX:

  • Cinto de segurança apertado;
  • Cabeça abaixada.

Ditching – Pouso no mar

Selecione e coloque junto às saídas de emergência PAX com condições de operá-las (devem saber nadar) e instrua-os quanto à operação da mesma. Saídas utilizáveis são as sobre a asa e acima do nível d’água. Após o pouso, deverão permanecer juntos utilizando os equipamentos de flutuação. Os botes só deverão ser retirados do alojamento após a parada total da aeronave. Os coletes salva vidas deverão ser inflados na soleira da porta.

Emergência imprevista

Quando provocada por quebra do trem de pouso, saída da aeronave da pista com danos estruturais, toque no solo fora da pista e paradas em altitude anormal. Com a parada da aeronave, verificar a operatividade da saída e sair o mais depressa possível e afastar-se o mais longe possível.

Dinâmica geral de evacuação de aeronave

  • Abrir os cintos;
  • Verificar a operatividade da saída;
  • Abrir a porta;
  • Conduzia a evacuação com rapidez e segurança;
  • Verificar a cabine após a evacuação;
  • Abandonar a aeronave.

Evacuação de pessoas inválidas

  • Segurar o inválido por trás e de costas;
  • Mantenha as mãos do invalido seguras e na altura da cintura;
  • Levante as suas costas de modo que fique sentado;
  • Coloque suas mãos abaixo dos braços do invalido, segurando-o pelo pulso.

“O MELHOR EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA A BORDO DE UMA AERONAVE É UM TRIPULANTE BEM TREINADO”.

SOBREVIVÊNCIA NA SELVA

Princípios

  • Afastar-se da aeronave e voltar somente após evaporar o combustível e esfriar o motor e se possível permanecer próximo a ela;
  • Tratar os feridos;
  • Acionar o rádio transmissor de emergência;
  • Planejamento de como agir;
  • Grupo organizado;
  • Descansar física e mentalmente;
  • Construir um abrigo;
  • Construir fogueiras.

Tripé de sobrevivência

  • Água;
  • Alimentação;
  • Sono.

Maior inimigo na selva

  • Mosquitos e insetos transmissores de doenças.

Sinalização

  • Usar partes brilhantes ou de coloração viva da aeronave, sob a asa do avião e ao redor dele;
  • Fazer fogueiras num raio de 50 a 100 metros do avião;
  • De dia produzir fumaça negra = óleo ou pedaços de borracha
  • Fumaça branca = por fogo em folhas verdes, musgo ou pouca água.
  • Espelho de sinalização= para uso diurno alcance de 10 milhas.

Sinais de busca e salvamento

  1. Necessitamos assistência = V
  2. Necessitamos assistência médica = X
  3. Não ou Negativo = N
  4. Sim ou afirmativo = Y
  5. Avançado nesta direção = ↑

SAR = Serviço de busca e salvamento (Search And Rescue)

Sinalização Aeronaves SAR /Sobreviventes

– Mensagem recebida e entendida

  • De dia ou luar forte = balançando as asas;
  • De noite = fazendo sinais verdes com lâmpadas ou com pirotécnicos.

– Mensagem recebida e não entendida

  • De dia ou luar forte = Fazendo uma curva de 360º pela direita;
  • De noite = Fazendo sinais vermelhos com lâmpadas ou com pirotécnicos.

Rádio de Emergência BEACON

Emite SOS na frequência CIVIL = 121,5 Mhz / MILITAR = 243 Mhz (mantendo sempre alerta, principalmente no período internacional de silencio) que vai:

  • 15 aos 18 / 45 aos 48 minutos (no ocidente)
  • 00 aos 03 / 30 aos 33 minutos (no oriente)
  • Na água salgada começa a transmitir em = 5 segundos
  • Na água doce = em 5 minutos

Alcance:

  • Vertical = 40.000 pés (aprox. 13.000 metros)
  • Horizontal = 250 milhas náuticas (aprox. 460 quilômetros)
  • Duração = 48 horas (ininterrupta)

Abrigos

O local ideal deverá ser um ponto um pouco elevado, seco, a mais de 100 metros de curso de água (rios ou correntes), para se evitar riscos de inundação e oferecer facilidades de obter água e lenha.

  • Sapé ou folhas largas = Cobrir uma estrutura em formato de A, com folhas de palmeiras ou folhas largas, pedaços de casca de arvores ou sapé (feixes de capim).
  • Tarimba = Estacas que suportam estrados e suportam adequadamente um mosquiteiro, o estrado é coberto com folhas largas 4 ou 5 camadas de folhas.

Água – Purificação

  • Pela fervura, durante pelo menos 1 minuto;
  • Pelo adicionamento de 8 gotas de tintura de iodo em um litro de água,esperando 30 minutos para beber;
  • Ou juntando a água o purificador existente no equipamento de primeiros socorros.
  • Nunca beba de um cipó que produza liquido leitoso e amargo.

Alimentação – Provisões 3 partes

  • Separe duas terças partes (2/3) para a primeira metade do período que calculou até o salvamento
  • Deixe a ultima terça parte (1/3) das provisões para a segunda metade deste período.

Alimento silvestre

Nunca comer sapos, nem peixes estragados.

Alimento animal

Peixes perigosos:

  • Bagres e mandis – possuem 3 ferrões, um em cada nadadeira (uma ferroada resulta em inflamação, às vezes acompanhada de febre).
  • Piranhas – o peixe mais perigoso que existe, vive em cardumes e tem 3 tipos (branca, acaju ou preta e vermelha).
  • Arraias – possuem o corpo romboidal, comprido de cima para baixo, com a calda muito delgada e armada de um ferrão bi farpeado, com aspas retorcidas em formas de punhal.
  • Baiacus – são perigosos devido aos espinhos, são extremamente venenosos.
  • Poraquê – peixe elétrico, devido ao efeito produzido por uma descarga elétrica para sua defesa, habita na região Amazonas, Pará e Mato Grosso.
  • Candiru – minúsculo peixe, até 3 cm; facilidade em penetrar no ânus ou uretra de banhistas de rios.

Somente comer peixes que obtenham escamas de revestimento e não comer os de pele espinhosa e lisa.

Insetos:

  • Cupins (as fêmeas) tirando as asas podem ser comidas;
  • Gafanhotos;
  • Grilos (escaravelhos).

Alimento vegetal

  • Nunca comer alimento desconhecido sem antes testar uma prova, cozinhar uma pequena amostra, por na boca e mastigar sem engolir em torno de 5 minutos;
  • Regra (CAL): toda substância cabeluda, amarga ou leitosa deverá ser abandonada;
  • Podemos comer qualquer alimento procurado por roedores ou macacos;
  • O cozimento ao fogo elimina o veneno de todos os vegetais, exceto do cogumelo;
  • Todos alimentos devem ser cozidos para eliminar riscos de intoxicação;
  • Não comer sapos, peixes estragados, baiacus e animais mortos;
  • Todo alimento que contém amido deverá ser cozido pois cru é não digestivo.

Frutas

  • Nenhuma espécie de banana é venenosa;
  • Com exceção do mamão, qualquer fruta leitosa deverá ser refogada;
  • Nozes, castanhas e pinhões (são os alimentos mais nutritivos que a floresta oferece);
  • Algumas castanhas, como os pinhões ficam melhor cozidas;
  • Palmeira (praticamente todas contem palmito (miolo), que pode ser comido cru ou cozido, também produzem coquinhos, que nenhuma espécie é venenosa).

Casca de árvores

Evitando aquelas de coloração marrom por serem muito amargas, a parte comestível é a casca interna, geralmente esbranquiçada, que deve ser cozida em varias águas e depois consumida ou transformada em farinha.

Armadilhas

  • O alimento de origem animal tem a vantagem de fornecer um teor bastante elevado de proteínas, sendo o de maior valor nutritivo por quilo de peso.
  • A melhor hora para caçar é pela manha bem cedo, ou no final da tarde, à noitinha. A armadilha deve ser colocada nas trilhas de animais.
  • A caça noturna costuma dar bons resultados, coloque as armadilhas no final da tarde/inicio da noite e pela manha examine-as para conferir o resultado.

Animais que podem ser comidos

  • Aves, lagartos, roedores, tartarugas, macacos, cobras (jogando fora aproximadamente um palmo da região da cabeça e um palmo da região da calda).
  • Cuidados especiais: todas as cobras exceto as cobras do mar servem para comer.

Métodos para preparar alimentos

  • Assar – é mais vagaroso do que fogueira ao ar livre, mas exige menos atenção e protege contra moscas e outras pragas o alimento;
  • Moquear – armar sobre a fogueira uma grade de madeira verde (bambu), distando mais ou menos 50 cm do fogo;
  • Cozimento indireto sob o fogo – cozimento em uma escavação debaixo do fogo; alimento envolvido a folhas, cobrir com areia e acima acender o fogo;
  • Cozimento por meio de pedras aquecidas – aquecer várias pedras dentro de uma fogueira, e deixe-os ficar até desaparecerem as chamas e restarem brasas.
  • Fervura por meio de pedras quentes – fazer um buraco no chão e forrar com lona coloque dentro água e o alimento, colocar pedras aquecidas ao rubro, até a água ferver, cobrir a vasilha com folhas grandes pelo período de 1 hora, até preparar a comida.

Fogo

Pode-se acender o fogo utilizando: Fósforos/ Isqueiros/ Pederneira de aço/ Lente de vidro/ Atrito/ Taquara de bambu e Correia.

Insetos

  • Formigas – podem-se combatê-las com gasolina ou fogo;
  • Mutucas – espremer com as unhas;
  • Sanguessugas – aplicar uma pitada de sal ou tocá-las com fósforo aceso ou ponta de cigarro;
  • Carrapatos – tirar cuidadosamente, nunca espremer contra a pele;

Métodos de orientação

Orientação por bussola:

  • Quem determina o NORTE é a agulha e não o limbo;
  • O primeiro passo é colocar o NORTE do limbo de maneira que coincida com o NORTE da agulha;
  • A direção a ser seguida será marcada a partir do local do acidente;
  • A bussola da aeronave poderá ser utilizada, retirando-se os magnetos compensadores que vêm acoplados a ela.

Orientação por relógio:

Coloque o numero 12 do mostrador na direção do sol, a bissetriz do ângulo formado entre 12 e o ponteiro de horas indicara o norte a qualquer hora do dia.

Orientação pelo sol:

  • Estende-se o braço direito para o nascente, à esquerda teremos o Oeste, à frente o Norte, e as costas o Sul.
  • Falso cruzeiro do sul – tem uma estrela bem no centro, completando cinco estrelas no total;
  • O cruzeiro do sul verdadeiro – tem uma estrela bem no centro, completando cinco estrelas no total (uma delas é excêntrica, duas contam-se entre as mais brilhantes nos céus. São as estrelas dos braços sul e leste da cruz, as estrelas dos braços norte e oeste, embora brilhantes são menores.

Navegação terrestre diurna

Equipe de navegação (compõe-se de quatro homens):

  • HOMEM PONTO – será aquele lançado a frente para servir de ponto de referencia, portando um facão para abrir a picada;
  • HOMEM BUSSOLA – será o portador da bussola e deslocar-se a imediatamente a retaguarda do homem ponto, devendo manter a bussola amarrada ao corpo para não perde-la, a bussola deve estar fechada quando não utilizada;
  • HOMEM PASSO – atrás do homem bussola, com a missão de contar os passos percorridos e transformá-los em metros.
  • HOMEM CARTA – conduzirá a carta e auxiliara na identificação de pontos de referencia, ao mesmo tempo em que nela lançara outros pontos que merecem ser locados.

SOBREVIVÊNCIA NO MAR

Cuidados imediatos para sobrevivência no mar:

  • Manter-se afastado da aeronave sinistrada, até que ela afunde, (mas não em excesso);
  • Evitar flutuar em água coberta de combustível;
  • Procure imediatamente os desaparecidos;
  • Salve tudo o que puder dos equipamentos que estiverem flutuando;
  • Verifique se o bote não esta vazando ou se não apresenta zonas esfoladas;
  • Retire a água do mar que estiver dentro do bote;
  • Proteja o bote contra arranhaduras provocadas por sapatos ou objetos pontiagudos e cortantes;
  • Arme um toldo sobre o bote e procure instalar um “quebra vento” para evitar salpicos de água do mar;
  • Mantenha os náufragos juntos para se aquecerem;
  • Movimente-se com regularidade para manter ativa a circulação;
  • Socorra os que necessitarem de primeiros socorros. Coloque os feridos de comprido dentro do bote;
  • Se houver mais de um bote, ligue-os por meio de amarras, fixando-as a corda salva-vidas que circunda o bote;
  • Ponha para funcionar o radio de emergência e prepare todos os demais meios de sinalização;
  • Proteja bussolas relógios, fósforos e isqueiros contra umidade;
  • Proteja-se contra raios solares por meio de toldo, de vestes, de óculos, de cera protetora de lábios;
  • Avalie a quantidade de água disponível, levando em conta que, em media, um naufrago necessita de meio litro de água por dia (500 ml).

Cuidados especiais com o bote salva-vidas:

  • Se houver mais de uma embarcação coletiva, elas deverão ser unidas por uma corda, de no mínimo 8 a 10 metros, para evitar abalroamento entre elas e para que as embarcações não derivem para rumos diferentes, facilitando o resgate pelo SAR.
  • Ocorrendo um esvaziamento do bote, procure corrigir com o auxilio de bomba manual, em dias frios coloque mais ar no bote e em dias quentes retire um pouco o ar, necessário devido à expansão dos gases;
  • Evite objetos cortantes no fundo do bote;
  • Conserve o bote seco e em constante estado de equilíbrio;
  • Não deixe de usar uma biruta de água ligada ao bote, se não tiver, providencie uma por meio de balde de lona, uma camisa ou pedaço de lona. Ela manterá o bote próximo ao local do acidente e facilitará o trabalho do salvamento; tomar cuidado para que a biruta não fique presa a aeronave ou partes dela;
  • Use tampões para vedar infiltrações;
  • Cuidados com a saúde dos náufragos;

Sinalização

Poderá ser feita por meio de:

  • Espelho (apropriado ou improvisado);
  • Pedidos de socorro nos horários internacionais de silencio de 15 a 18,45 a 48 minutos depois de cada hora cheia. A palavra “MAYDAY” em 121,5 MHz é emitida em radio telefonia ou por qualquer emissor de voz humana;
  • Artifícios pirotécnicos – sinais de fumaça durante o dia/sinais de luz vermelha durante a noite;
  • Corantes de marcação, usados durante o dia, produz uma mancha sinalizadora que permanece ativa durante 3 horas e pode ser vista a uma distancia de 10NM;
  • Sinais luminosos à noite (por meio de lanternas);
  • Apitos (à noite ou em nevoeiro) atraem a atenção de navios ou pessoas na praia.

Água

Se não tiver água não coma. Para reduzir a necessidade de água procure:

  • Reduzir a alimentação/Conservar o corpo bem protegido do sol e do reflexo dele na água/Mantendo as  roupas molhadas ou úmidas com a água do mar (nos dias quentes), apenas se obter um toldo protetor/ Sempre que puder fique quieto e procure cochilar um pouco.

Utilização do aparelho destilador atuado pelo sol, se existir a bordo:

  • Leia com atenção as instruções/ Monte sem perda de tempo, amarrando-o firmemente no bote/Não tendo o aparelho, nem contando com água da chuva, utilize o dessalgante.

Utilização da água da chuva:

  • Deverá ser coletada em vasilhas, no toldo, ou recipiente feito com lona. Sempre que chover beber o tanto de água que o estomago aguentar. Se utilizar o bote para recolher água, use o lado azul do dossel (teto) do bote.

Água salgada:

  • Não tomar a água do mar, pois só dará mais sede, até o naufrago perder o autodomínio.

Alimentos

Não se deve comer:

  • Mariscos e ostras agarrados a cascos de navios ou qualquer objeto metálico (provocam intoxicação), nem mariscos pertencentes a colônias com moluscos mortos ou quase mortos e mal cheirosos;
  • Medusas, águas vivas, caravelas, cobras do mar e holotúrias;
  • Vísceras ou ovos de qualquer peixe desconhecido;
  • Baiacus lisos ou de espinhos.

Como pescar em pleno mar:

  • Se no bote não existir um material de pesca, improvise um anzol com alfinetes, clipes, pregos de sapatos e canivetes, devem ser pequenos e a linha de pesca muito leve;
  • Improvise a linha de pescar com cordão de sapatos ou fios de roupa;
  • Improvise um arpão, amarrando uma faca a um remo;
  • Utilize tudo que possa funcionar como uma rede;
  • Empregue um facho de luz a noite fazendo incidir sobre a água, a luz atrairá os peixes, antes de trazê-lo para bordo mate com uma pancada na cabeça.

Peixes venenosos:

  • Baiacu de espinho e Baiacu

Animais marinhos perigosos:

  • Moreia, Barracuda, Arraia, Medusa, Ouriço e Anêmona, Caracol
    venenoso, Tubarões.

Peixes comestíveis de alto mar:

  • Albacora, Agulha, Cavala, Xaréu, Dourado, Sardinha, Atum, Enchova, Bonito, Voador.

Fatores adversos ao sobrevivente

  • Fatores Subjetivos: Pânico, Solidão, Tédio.
  • Fatores Objetivos: Frio, Congelamento, Queimaduras.

SOBREVIVÊNCIA NO DESERTO

As dificuldades de sobrevivência em áreas desérticas baseiam-se, principalmente, na obtenção de água e na resistência as temperaturas extremamente altas destas regiões.

Abrigo

  • Dia – proteger de calor e raios solares (cavar sobre pedras para se obter sombras);
  • Noite – proteger do frio (utilizar a aeronave).

Sinalização

Fogueiras em forma de triangulo equilátero (aproximadamente 30 metros uma da outra); sempre mantê-las acessa.

Água

  • Necessitará de 4 a 6 litros de água para sobreviver no deserto;
  • Não beber água nas primeiras 24 horas após o pouso, exceto feridos e doentes;
  • Se houver menos de 1⁄2 litro de água por dia não comer;
  • Cavar ao redor de plantas para procurar água;

Alimento

  • Ao encontrar vegetais secos, cavar em busca da raiz, pois provavelmente servira como fonte de alimento;
  • Favos e grãos (se tornam comestíveis se ficarem imersos em água por tempo prolongado);
  • Frutos de cactos são comestíveis;
  • Roedores, coiotes, lagartos e cobras, o mais fácil de capturar é o roedor que durante o dia fica escondido em tocas.

Cuidados

  • Roupas frouxas suportam melhor o calor;
  • Usar pano sobre a cabeça para proteger principalmente os olhos;
  • Roupas compridas;
  • Não abandonar o local do acidente.

SOBREVIVÊNCIA NO GELO

  • Manter-se com o máximo de roupas possível;
  • As extremidades (Mãos, pés, orelhas, nariz), mucosas e faces devem ser muito protegidas.

Ação Imediata

  • Prestação de primeiros socorros e acionamento de rádios e faróis de emergência;
  • Providenciar abrigo imediatamente;
  • Acender um fogo para iluminar e aquecer.

Abrigo

  • Não utilizar o interior da aeronave, pois sua temperatura também estará muito reduzida;
  • Manter acessa uma vela ou outra fonte de calor, para manter a temperatura próxima a 0ºC;
  • O teto deve ser liso para evitar que a neve derretida fique gotejando
  • Trincheira – construída rapidamente, proteção eficiente.
  • Caverna de neve – cômoda, porém de difícil construção.

Fogo

Únicos combustíveis são provenientes da aeronave (querosene e óleo), ou de origem animal.

Água

  • Derretendo o gelo, não utilizar gelo proveniente de água onde haja pinguins ou concentração de outros animais;
  • Água de fonte natural, de degelo.

Alimento

  • Encontrados na aeronave;
  • Focas são a principal fonte de alimento;

Cuidados especiais

  • Fogo: Providenciar abertura do abrigo para não se intoxicar;
  • Congelamento: Qualquer sensação de amortecimento ou anestesiamento deve ser encarada como congelamento.
  • Evitar ao Maximo a transpiração, pois o suar congelara ocasionando a hipotermia;
  • Cegueira: utilizar óculos, vedar a região ocular ou se proteger num abrigo com pouca iluminação;
  • Gretas e Fendas – encobertas de neve e que constituem perigo em potencial para quem caminha sobre o gelo.

ANIMAIS PEÇONHENTOS

OFIDISMO – conjunto de acidentes causados por picadas de cobras

Classificação

  • Serpentes venenosas: Tomam uma posição de ataque quando são perseguidas; Cabeça achatada, triangular e bem destacada do corpo por um pescoço estreito com escamas semelhantes as do corpo, a fosseta é entre o olho e na narina, os olhos são pequenos com pupila em fenda vertical e as escamas são alongadas, em ponta, imbricadas e ásperas ao tato, tendo carenas medianas.
  • Serpentes não venenosas: Perdem-se em fuga; Cabeça estreita, alongada e mal se destaca do corpo, sem pescoço, recoberta por placas ao invés de escamas, não tem fosseta, os olhos são grandes, com pupilas arredondadas, escamas são achatadas, sem carenas, dando a impressão de serem lisas ao tato.

Identificação das serpentes peçonhentas

CROTALIDAE

  • Gênero Lachesis – Veneno laquético (Surucucus)

As surucucus são as maiores serpentes peçonhentas da América do Sul, podendo chegar a 4,5 metros quando adulta. Número de acidentes provocados por elas chega a 3% do total. Obs: cor alaranjada e desenhos pretos no dorso, encontrada em florestas tropicais.

  • Gênero Crotalus – Veneno crotálio (Cascavéis)

As cascavéis possuem guizo (chocalho) na ponta da calda. Podem chegar a 1,6 metros de comprimento. Responsáveis por 8% de acidentes ofídicos no país. Obs: possuem cor amarelada e se encontram em locais secos.

  • Gênero Bothrops – Veneno botrópico (Jararacas)

As jararacas possuem uma calda lisa. Seu tamanho varia de 40 centímetros a 2 metros de comprimento. São responsáveis por 88% dos acidentes ofídicos. Obs: encontra-se em locais úmidos.

ELAPIDAE

  • Gênero Micruros – Veneno micrúrio (Coral)

As corais possuem no máximo 1,60 metros de comprimento. Responsáveis por cerca de menos de 1% dos acidentes. Obs: Atenção a ausência de fosseta na coral apenas não é característica de que não seja venenosa, possui coloração em anéis vermelhos, pretos, brancos e amarelos, possuem hábitos subterrâneos.

Características das lesões cutâneas produzidas por picadas de serpentes

  • Picadas de cobras venenosas – dois orifícios bem nítidos, separados por mais de um centímetro de distancia.
  • Picadas de cobras não venenosas – duas ou mais linhas de escoriações, muito sangrentas, pouco ou muito doloridas, com pequeno edema.

Modo de ação dos venenos de serpentes

  • Envenenamento Laquético ( Surucucus) – Reações: inchaço no local, diarreia e hemorragia.
  • Envenenamento Crotálico (Cascavéis) – Sinais e sintomas: dificuldade em abrir os olhos, cara de bêbado, visão turva, dor muscular e urina avermelhada; escurecimento da urina; insuficiência renal aguda.
  • Envenenamento Botrópico (Jararacas) – Reações: dor imediata, inchaço, calor e rubor no local, hemorragia no local da picada distante dele; Complicações: bolhas, gangrenas, abscessos, insuficiência renal aguda.
  • Envenenamento Elapídico (Corais) – Principais sintomas e sinais: dificuldade em abrir os olhos, falta de ar, dificuldade em engolir, insuficiência respiratória aguda.

Tratamento do Ofidismo

  • Não se deve amarrar ou fazer torniquete;
  • Não se deve cortar o local da picada;
  • Manter o acidentado deitado e em repouso;
  • Dispondo de soro e não sendo identificado o tipo de cobra, aplicar imediatamente uma quantidade suficiente para neutralizar 100 mg de veneno.

ESCORPIANISMO – Conjunto de acidentes causados por escorpiões

Consequências causadas pelo escorpionismo

  • Dor local, ou irradiada, lancinante (é capaz de causar até a morte por colapso);
  • Mal estar geral (indefinível);
  • Dormência que surge depois do período doloroso;
  • Sudorese acentuada;
  • Calafrios;
  • Quedas de temperatura corporal;
  • Sensação de cansaço e sonolência;
  • Taquicardia (aumento da frequência dos batimentos cardíacos) inicial;
  • Bradicardia (redução da frequência dos batimentos cardíacos) final;
  • Náuseas e vômitos.

Tratamento de escorpionismo

  • Especifico – aplicação intramuscular, endovenosa ou intra-raquiana do soro antiescorpiônico, nos casos graves.
  • Sintomático – por meio de analgésicos, sedativos, cardiotônicos/diuréticos. O tratamento especifico só é utilizado quando o acidentado apresentar mal-estar geral.
  • Local – por meio de curativos locais, analgésicos e anti-sépticos.

Principais diferenças entre os escorpiões

  • Tityus serrulatus – amarelo, abdômen marrom escuro, tíbia amarela, cauda serrilhada e veneno muito ativo (neurotóxico).
  • Tityus bahiensis – marrom/preto, abdômen marrom quase preto, tíbia com mancha escura, cauda sem serrilha e veneno ativo (neurotóxico).

ARANEÍSMO – conjunto de acidentes causados por picadas de aranhas

Características

  • ARMADEIRAS (Phoneutria) – muito agressiva, responsável por 75% dos acidentes frequentes, não faz teia. Sintomas: dor intensa no local da picada.
  • MARRON (Loxoceles) – pouco agressiva, responsável por 6,25% dos acidentes frequentes, teia irregular. Sintomas: na hora da picada, dor pequena e despercebida após 12 a 24 horas, dor local com inchaço, mal estar geral, náuseas, e, às vezes febre. Pode causar necrose local. Caso grave: urina cor de café.
  • TARÂNTULA (licosa) – aranha pouco agressiva, responsável por 18,75% dos acidentes frequentes, não faz teia. Sintomas: geralmente sem sintomas, pode haver pequena dor local, havendo a possibilidade de evoluir para necrose local.
  • CARANGUEJEIRAS – são grandes e algumas muito agressivas. Acidentes pouco frequentes.

Consequências causadas pelo araneísmo

Fenômenos neurotóxicos (causados pelas armadeiras) surgem rapidamente e duram de 5 a 6 horas. Depois da picada muito dolorida, aparece um quadro caracterizado por:

  • Dores em todo o corpo;
  • Câimbras;
  • Sensação de angustia;
  • Convulsões;
  • Calafrios;
  • Sudorese intensa;
  • Perturbações visuais e até cegueira;
  • Retenção de urina;
  • Coriza e sialorreia e queda da temperatura corporal.

Tratamento do araneísmo neurotóxico

  • Aplicação do soro antictenico, por via subcutânea ou intramuscular, na dose de 1 a 3 ampolas de 5 cm³;
  • Analgésicos por via injetável ou oral;
  • Injeções de prostigmine;
  • Cardiotônicos;
  • Injeções de gluconato de cálcio a 10% na veia;
  • Aplicações no local da picada, de uma solução de anil.

Tratamento do araneísmo necrosante

  • Aplicação de soro antilicósico ao redor da região atingida, na dose de 5 cm³ para crianças;
  • Analgésicos;
  • Curativos locais, anti-sépticos e cicatrizantes.

COMBATE AO FOGO

Definição

Fogo ou Combustão é um processo de transformação química quando materiais combustíveis e inflamáveis, combinados com um comburente (geralmente oxigênio) e ativados por uma força calorífica, iniciam a reação em cadeia, produzindo energia na forma de luz e calor.

Elementos Essenciais ao Fogo

Inicialmente, dizia-se que para haver a combustão, três desses elementos se faziam imprescindíveis:

  • Combustível
  • Comburente
  • Calor

Recentemente, estudos mais aperfeiçoados chegaram a conclusão da existência de um 4° elemento igualmente necessário ao processo de combustão:

  • Reação em cadeia

Este conjunto é o TRIÂNGULO DO FOGO:

  1. Combustível – material que alimenta o fogo (papel, madeira, tecido, gasolina, álcool, etc.)
  2. Comburente – elemento ativador do fogo, que da vida e intensifica o fenômeno de combustão. O oxigênio (O2) é o principal.
  3. Calor – elemento que serve para dar inicio a combustão, mantê-la e incentivar sua propagação.

Aos diferentes estágios de temperaturas atingidos por um combustível, daremos o nome de:

  • Ponto de Fulgor (Flash Point) – temperatura mínima na qual um corpo combustível começa desprender gases ou vapores que se queimam em contato com uma fonte externa de calor. (Há um clarão e logo se apaga).
  • Ponto de Combustão (Fire Point) – temperatura mínima necessária para que um corpo emita vapores (gases) em quantidade suficiente para que haja chama permanente.
  • Ponto de Ignição (Ignition Temperature) – temperatura mínima em que os gases (vapores) desprendidos por um corpo entram em combustão sem o auxilio de fonte externa de calor.
  • Reação em cadeia – produto de uma transformação gerando outra transformação.

Diferentes formas de combustão

  • Combustão Ativa – o fogo, além de produzir calor, produz chama, isto é, luz (ambiente rico em oxigênio).
  • Combustão Lenta – o fogo só produz calor, não apresentando chamas (ambiente pobre em oxigênio).
  • Explosão – combustão rápida e que atinge altas temperaturas.
  • Combustão Espontânea – determinados produtos, quando em contato com outros, reagem quimicamente gerando calor e, consequentemente, uma combustão.

Propagação do fogo

  • Por contato direto da chama sobre materiais;
  • Pelo deslocamento de partículas incandescentes que se desprendem de outros materiais já em combustão;
  • Ação do calor (energia ou movimento de moléculas de um corpo), que pode ocorrer por:
  • Condução – quando se transmite de molécula a molécula, pelo simples contato dos corpos (Combustão em uma fogueira);
  • Convecção – é feita por meio de deslocamento de massa de ar aquecido, a qual se desloca do local em chamas levando energia calorífica suficiente para que outros materiais combustíveis atinjam seus pontos de combustão (chama no topo de chaminés).
  • Irradiação ou Radiação – transmissão de energia calorífica se dá por meio de ondas através do espaço (calor gerado a partir da energia solar).

Métodos de Extinção do fogo

  • Retirada do material – também conhecido como isolamento, remoção ou corte do suprimento combustível. Retirada, diminuição ou interrupção do campo de propagação do fogo.
  • Resfriamento – diminuição da temperatura até o ponto em que o material não queime ou emita gases inflamáveis.
  • Abafamento – evitar que o oxigênio (comburente) contido no ar se misture com os gases emanados do combustível, tornando-o um produto inflamável.
  • Extinção Química – interrupção da reação em cadeia através de substancias cujas moléculas se desassociam pela ação do calor e se unem com uma mistura inflamável, formando outra mistura não inflamável.

Causas de Incêndio

  • Causas culposas – devido a ação direta do homem por omissão, imprudência, negligência, descuido, imperícia ou irresponsabilidade.
  • Causas dolosas – devido a ação direta do homem que, por motivos psicológicos ou materiais, podem provocar voluntariamente um incêndio.
  • Causas Naturais – provocadas por fenômenos naturais que se sobrepõe as providências de prevenções adotadas pelo homem.
  • Causas Acidentais – falhas ocasionais quando embora o homem tenha se prevenido, por fatores alheios a sua vontade, incêndios e explosões acabam por ocorrer.
  • Energia Eletrostática – atrito de uma aeronave com o ar faz com que grande quantidade de energia estática seja acumulada, produzindo cargas que, se estiverem ‘’isoladas’’ poderão saltar em forma de centelha para um ponto aterrado.

Classes de incêndio

  • Classe A (Combustíveis Sólidos) – Queimam em superfície e profundidade, deixando resíduos (madeira, papel, tecido, espuma, etc.)
  • Classe B (Combustíveis Líquidos – Líquidos Inflamáveis) – Queimam somente em superfície, deixando poucos resíduos (gasolina, álcool, GLP (gás liquefeito do petróleo), etc.)
  • Classe C (Materiais energizados ou elétricos) – Presença de energia elétrica (televisão, computador, gerador, etc.)
  • Classe D (Materiais Pirofóricos) – Inflama-se em contato com outro produto químico, em geral o próprio ar (limalhas de ferro para o combate de incêndio em magnésio).

Agentes extintores

  • Água – age naturalmente por resfriamento, podendo também agir por abafamento.
  • Pó Químico Seco (PQS) – age por abafamento.
  • Carbônico (CO2) – age por abafamento, sendo secundado por uma ação auxiliar de resfriamento.
  • Compostos Halogenados (HALON) – atuam por abafamento ou eliminação da reação em cadeia.

Equipamentos Extintores

Quanto à forma de condução e utilização, são divididos em:

  • Portáteis – utilizado por uma única pessoa.
  • Carretas – de rodas, operado por mais de uma pessoa.

Os extintores pressurizados podem ser divididos em:

  • de pressão interna (pressurizados) – já possuem o gás expelente dentro do recipiente.
  • de pressão injetada (pressurizável) – recebem o gás expelente somente no instante do uso.

Quanto à ação pode ser:

  • de ação DIRETA – vasilhas com água, café, chá, suco, etc.
  • de ação INDIRETA – equipamentos específicos para extinção (extintor, mangueiras, etc).

Sistemas de combate a incêndios em aeronaves

Nas aeronaves encontramos dois sistemas distintos, a saber:

  • Sistema Fixo – acionamento pode ser manual (motores e APU) e automático (toaletes). Os manuais deverão ser acionados pelo Comandante (cabine de comando). Nos toaletes, os sistemas fixos de extinção automaticamente entram em ação quando a temperatura registrada no local atingir por volta de 174°F.
  • Sistema Portátil – constituído de extintores manuais que variam de acordo com o porte das aeronaves.

Utilização dos extintores de bordo (Portáteis e Manuais)

Água:

  • Retirar o extintor da alça de fixação;
  • Conduzi-lo pelo punho até as proximidades do fogo;
  • Girar o punho no sentido horário (rompendo o lacre) até que o mesmo encontre o batente, liberando o gatilho;
  • Acionar o gatilho;
  • Dirigir o jato de água para a base das chamas.

Gás Carbônico (CO2):

  • Utilizar a mascara full-face acoplada à garrafa de oxigênio;
  • Retirar o extintor da alça de fixação;
  • Conduzi-lo pelo punho até a proximidade do fogo;
  • Posicionar o tubo difusor, apontando-o para a base das chamas;
  • Apertar o gatilho, rompendo o lacre e disparando assim o extintor.

Pó Químico Seco (PQS) e Bromoclorodifluormetano (BCF):

  • Utilizar a mascara full-face acoplada à garrafa de oxigênio;
  • Retirar o extintor da alça de fixação;
  • Conduzi-lo pelo punho até a proximidade do fogo;
  • Apontar para a base das chamas;
  • Apertar o gatilho, rompendo o lacre e disparando assim o extintor.

O combate ao fogo

Deve-se ter em mente três frases fundamentais:

  • Preparação – compreende os meios e disposições preventivas contra incêndio.
  • Tática – estudo do emprego adequado, no momento do fogo, de todos os meios providenciados na preparação, de modo a se obter o máximo de eficiência no mais curto período possível.
  • Técnica – maneira como são usados acertadamente todos os meios disponíveis. Este sistema deverá estar dividido em fases que obedecem a um critério lógico de desenvolvimento:
  1. Análise da situação: Feita por um líder frente a um incêndio que o habilite a determinar as ações a serem postas em pratica no cumprimento de uma missão.
  2. Salvamento: Remoção de pessoas em perigo.
  3. Isolamento: Impedir a propagação de um incêndio.
  4. Confinamento: Impedir a propagação de um incêndio, as partes não atingidas, dentro de uma estrutura.
  5. Extinção: Ataque e extinção do foco ou focos principais de um incêndio.
  6. Rescaldo: Completar a extinção, impedir seu reinicio e colocar o local em condições de segurança.
  7. Ventilação: Substituir, mediante precauções adequadas, a atmosfera excessivamente quente e com gases tóxicos de ambientes confinados, por ar fresco.
  8. Proteção: Proteger o local sinistrado e seus conteúdos contra os prejuízos causados pelo fogo, calor irradiado, fumaça, água, etc.

Procedimentos a bordo de uma aeronave

Antes do embarque de passageiros deve ser efetuada a checagem dos equipamentos de prevenção e combate a incêndios, verificando:

  • Localização adequada dos aparelhos;
  • Condições de usos dos extintores, certificando-se de sua capacidade de pronta intervenção.
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17 comments

      1. *sequencia correta para se sair por uma saida de emergencia* Está mesmo correto dessa forma: perna cabeça tronco perna? , na minha apostila tem : *Perna, tronco, cabeça e perna*, isso também mudou?

        1. Oi Nana, isso nunca mudou que eu saiba. A ordem é essa mesmo que está no resumo: uma das pernas, a cabeça, a parte superior do tronco e por fim a outra perna. É o que está na apostila do CEAB, da Master (http://pilotomaster.com.br/materias/cms/grupo1.php) e da Wings (https://wingsescola.com.br/portas-cockpit-e-janelas-equipamentos/). Inclusive nesse link da Wings tem duas figuras bem ilustrativas do procedimento de evacuação pela janela de emergência (inclusive cokpit), onde é possível ver que a cabeça sai antes de todo o tronco para visualização após apoio.

    1. Oi Karol,
      O material está atualizado, mas sempre busque estudar por mais de uma fonte. Caso surja alguma informação conflitante, tenha espírito crítico e investigue qual é a correta.
      Obrigado pela visita, bons estudos!

      1. Oi Michelle e Louhana,
        O material está atualizado. Exceto a Lei do Aeronauta e algumas atualizações de procedimentos em primeiros socorros, somente algumas questões de tecnologia são incrementadas, mas o conteúdo continua basicamente o mesmo. Caso encontre algo que precise de correção, por favor avise.
        Obrigado pela visita, bons estudos!

  1. Precisa atualizar a quantidade de kits, atualmente é 1 para 100 passageiros, ai tá 1 para 50

    Nova tabela ( APÊNDICE A DO RBAC 121
    CONJUNTO DE PRIMEIROS SOCORROS E CONJUNTO MÉDICO DE EMERGÊNCIA )

    Assentos Conjuntos de primeiros socorros

    0-100: 1
    101-200: 2
    201-300: 3
    301-400: 4
    401-500 : 5
    Acima de 500 : 6

    1. Oi Mariana, cuidado para não confundir kit (ou conjunto) de primeiros socorros e conjunto de sobrevivência. Como você mesmo disse, o número de conjuntos de primeiros socorros é definido pela RBAC 121 Apêndice A (https://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/rbha-e-rbac/rbac/rbac-121). Já o número de conjuntos de sobrevivência é dado na instrução suplementar nº 121-009 (revisão A – https://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/iac-e-is/is/is-121-009/@@display-file/arquivo_norma/IS121-009B.pdf) no item 5.2.2 como “Considera-se apropriadamente equipado, para selva, o conjunto de sobrevivência que
      atender aos seguintes critérios: (…) c) o material contido em cada um deve ser adequado a cada grupo de 50 ocupantes do avião e à rota a ser voada”.

    1. Oi Tatiana, na prática é difícil localizar uma diferença de temperatura de 10 graus em um ambiente com chamas, já que a chama muda de posição constantemente e o gradiente de temperatura é intenso. Tem lugares que colocam o valor em 174oF, mas é essa interpretação. Vendo a questão 386, o valor que faz mais sentido é 180oF (graus Farenheit), já que 170 está em outra unidade de temperatura (no caso, graus Celsius).

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