Edimburgo

A majestosa capital da Escócia é uma cidade mergulhada em história, mito e mistério. Seu nome deriva das palavras anglo-saxãs “Ead”, que significa “forte” e “burh”, que se traduz como “cidade”. Essa etimologia reflete a própria natureza da cidade, que há séculos tem sido um centro de poder e influência na região.

Vista de Edimburgo a partir da Calton Hill. Foto: Eliana Reis
Vista de Edimburgo a partir da Calton Hill. Foto: Eliana Reis

A história de Edimburgo remonta a milhares de anos atrás, quando tribos pré-históricas habitavam as colinas ao redor do que agora é o Castelo de Edimburgo. Até hoje ele abriga várias construções e pontos de interesse históricos, como:

  • Great Hall (Salão Principal): Uma grande sala do século XV usada para banquetes reais e eventos cerimoniais. Hoje em dia, é usado para eventos especiais e exposições.
  • Royal Palace (Palácio Real): Uma série de edifícios reais que incluem os aposentos reais, onde a coroa e o cetro da Escócia são exibidos.
  • St. Margaret’s Chapel (Capela de Santa Margarida): A estrutura mais antiga do castelo, datada do século XII, dedicada à rainha Santa Margarida da Escócia.
  • Scottish National War Memorial (Memorial Nacional de Guerra Escocês): Um memorial dedicado aos soldados escoceses que morreram nas duas guerras mundiais e em outros conflitos.
  • Mons Meg: Um grande canhão medieval que foi usado em cerimônias e em batalhas históricas.
  • Half Moon Battery (Bateria Meia Lua): Uma fortificação defensiva construída no século XVII.
  • One O’Clock Gun (Canhão da Uma em Ponto): Um canhão que é disparado diariamente ao meio-dia (exceto aos domingos) desde 1861 para marcar o tempo.
Edinburgh Castle. Foto: Eliana Reis
Edinburgh Castle. Foto: Eliana Reis
Entrada do Edinburgh Castle. Foto: Eliana Reis
Entrada do Edinburgh Castle. Foto: Eliana Reis

No século VII, a cidade tornou-se um importante centro religioso com a fundação da Abadia de Holyrood. Ela remonta ao século XII, quando foi fundada pelo Rei David I da Escócia. Um dos eventos mais famosos da história da abadia ocorreu em 1567, quando o Rei David Rizzio, secretário de Maria, Rainha dos Escoceses, foi assassinado por conspiradores liderados por Lord Darnley, marido de Maria. Este evento turbulento desempenhou um papel significativo nos eventos que levaram à queda de Maria como rainha. A abadia também foi palco de muitas coroações reais e casamentos ao longo dos séculos. No entanto, após a Reforma Escocesa no século XVI, a abadia entrou em declínio e foi em grande parte abandonada.

Localizado ao lado da abadia, o Palácio de Holyrood é a residência oficial real na Escócia e é usado principalmente para cerimônias e eventos reais. Originalmente construído como um mosteiro em 1128, foi convertido em residência real nos séculos seguintes. O palácio é conhecido por sua arquitetura impressionante e suas conexões com a história escocesa, incluindo a residência de Maria, Rainha dos Escoceses, e o local onde o marido dela, Lord Darnley, foi assassinado.

Palácio de Holyrood. Foto: Eliana Reis
Palácio de Holyrood. Foto: Eliana Reis

Com o tempo, Edimburgo cresceu e se desenvolveu, tornando-se um ponto focal do comércio e da cultura na Escócia medieval. No século XV, Edimburgo emergiu como um dos principais centros intelectuais da Europa, conhecida como a “Atenas do Norte” devido à sua florescente cena literária e filosófica. Figuras como David Hume, Adam Smith e Robert Burns contribuíram para o renome da cidade como um bastião do Iluminismo.

A ascensão de Edimburgo como capital da Escócia remonta ao século XV, quando substituiu Perth como sede do governo escocês. Esse movimento foi em grande parte motivado pela localização estratégica de Edimburgo, situada no coração da Escócia e protegida por terreno acidentado, tornando-a facilmente defendível contra invasões. Além disso, sua proximidade com o Mar do Norte a tornava um porto vital para o comércio marítimo.

O século XVII trouxe desafios para Edimburgo, especialmente durante as Guerras Civis Inglesas e a Revolução Gloriosa. No entanto, a cidade emergiu mais forte do que nunca, consolidando sua posição como capital da Escócia e um centro cultural e político de destaque.

A Catedral de Santo Egídio, mais conhecida como St Giles’ Cathedral, é uma joia arquitetônica e espiritual no coração de Edimburgo. Fundada no século XII, a catedral tem uma história rica e fascinante que reflete a própria evolução da cidade ao longo dos séculos. Originalmente uma igreja paroquial, St Giles’ foi elevada ao status de catedral em 1633 e desde então tem sido um ponto focal da vida religiosa e cultural da Escócia. Com sua impressionante arquitetura gótica, janelas adornadas com vitrais coloridos e uma série de capelas e monumentos, a catedral é um testemunho da devoção e habilidade artística de gerações passadas.

St Giles' Cathedral. Foto: Eliana Reis
St Giles’ Cathedral. Foto: Eliana Reis

No século XVIII, Edimburgo passou por um renascimento cultural conhecido como o “Século das Luzes”, durante o qual a cidade testemunhou um florescimento da literatura, da ciência e da filosofia. Ao mesmo tempo, a paisagem urbana de Edimburgo foi transformada com a construção do famoso New Town, um exemplo notável de planejamento urbano georgiano que contrastava com a arquitetura medieval da Cidade Velha.

Mais algumas atrações turísticas

O Arthur’s Seat é o maior pico do grupo de colinas que dominam a paisagem de Edimburgo. A elevação de 251 metros é um vulcão extinto que entrou em erupção há cerca de 340 milhões de anos. Naquela época, a Escócia era um lugar muito diferente, localizado próximo ao equador. Entre as teorias para a origem do nome, está a que o monte estaria ligado a lenda do Rei Artur.

Construções na Calton Hill. Foto: Eliana Reis
Construções na Calton Hill. Foto: Eliana Reis

A Calton Hill, um dos marcos mais distintivos de Edimburgo, oferece uma vista panorâmica deslumbrante da cidade e é um local querido tanto por moradores quanto por visitantes. Possui uma série de monumentos emblemáticos:

  • National Monument of Scotland: Este monumento inacabado é uma homenagem aos soldados escoceses que morreram nas Guerras Napoleônicas. Sua estrutura lembra o Partenon em Atenas.
  • Nelson Monument: Uma coluna alta em homenagem ao Almirante Horatio Nelson, que morreu na Batalha de Trafalgar.
  • Dugald Stewart Monument: Uma estrutura neoclássica em homenagem ao filósofo escocês Dugald Stewart.
  • City Observatory: Antigo observatório astronômico que agora abriga a Collective Gallery, uma galeria de arte contemporânea.
  • Old Royal High School: Uma antiga escola real que foi projetada para se tornar o Parlamento da Escócia, mas o projeto foi abandonado.

O Monumento a Scott é um memorial em forma de pináculo, em homenagem ao escritor Sir Walter Scott, com 282 degraus até ao topo. Projetado por George Meikle Kemp e construído entre os anos de 1840 e 1846 o monumento é uma obra-prima da arquitetura vitoriana gótica. Com sua torre ornamentada e esculturas detalhadas representando personagens das obras de Scott, o monumento é tanto um tributo ao autor quanto uma atração icônica que atrai admiradores de todo o mundo para explorar sua grandiosidade e significado histórico.

Scott Monument. Foto: Eliana Reis
Scott Monument. Foto: Eliana Reis

Craigmillar Castle, construído no século XIV, foi originalmente a residência da família Preston. Em 1544, durante a Rough Wooing, o castelo sofreu danos significativos por tropas inglesas. Mary, Queen of Scots, buscou refúgio no castelo em 1566, após o nascimento de seu filho James VI. Em 1660, foi adquirido por Sir John Gilmour, que fez várias modificações. O castelo caiu em desuso no século XVIII e foi parcialmente restaurado no século XIX. Atualmente, é mantido como um monumento histórico pela Historic Environment Scotland.

Edimburgo abriga uma riqueza de galerias de arte e museus. A Galeria Nacional da Escócia, localizada na Princes Street, possui uma vasta coleção de arte escocesa e internacional, incluindo obras de Van Gogh, Rembrandt, e Monet. O Museu Nacional da Escócia, também situado na Princes Street, abriga exposições que abrangem ciência, história, cultura e arte, oferecendo uma visão abrangente da história da Escócia e do mundo.

Scottish National Gallery. Foto: Eliana Reis
Scottish National Gallery. Foto: Eliana Reis

O Museu Nacional da Escócia foi fundado em 1854 e está localizado em Edimburgo. O prédio, uma mistura de arquitetura vitoriana e moderna, abriga uma extensa coleção de artefatos históricos, científicos e culturais. Seu acervo inclui artefatos da pré-história escocesa, arte decorativa, ciências naturais, tecnologia e inovação, além de exposições interativas. Destaques incluem o famoso meteorito de 4,5 bilhões de anos de idade e o “T-Rex Sue”, um esqueleto completo de Tyrannosaurus rex.

Fundada em 1620, a Greyfriars Kirk foi a primeira igreja a ser construída após a Reforma Escocesa. Desde o século XVI que ali são celebrados funerais e, estão enterrados vários residentes notáveis de Edimburgo no terreno adjacente ao templo. Em seu cemitério está o Greyfriars Bobby, o cão leal que fazia vigília à campa do seu dono durante 13 anos até sua própria morte. A campa de Bobby, na entrada do cemitério, marca o local onde este foi enterrado, e sua estátua encontra-se do outro lado do portão. Foi lá também onde J. K. Rowling se inspirou na criação do vilão Voldemort, Tom Riddle, por causa da campa de Thomas Riddel, um general que morreu em 1806 e que se encontra sepultado no cemitério. Outros túmulos tem nomes parecidos com o de outros personagens da obra.

Além disso, o cemitério é vizinho da George Heriot’s School, cheia de histórias e inspiração para Hogwarts. A escritora também chegou a escrever livros no The Elephant House Cafe, que fica próximo ao cemitério e da Victoria Street, uma das muitas inspirações para o Beco Diagonal com seus predinhos antigos e fachadas embaixo coloridas.

A Royal Mile é a via preeminente e essencial na região histórica de Old Town, localizada em Edimburgo. Esta rua conecta o Castelo de Edimburgo, situado a oeste, ao Palácio de Holyrood, a leste. Para facilitar o acesso às áreas ao sul e ao norte de Old Town por meio da Royal Mile, foram desenvolvidos diversos caminhos, passagens estreitas e espaços internos, conhecidos como Closes, Courts, Entrys e Wynds.

Inicialmente, os Closes eram propriedades privadas, portanto não acessíveis ao público em geral. Eles serviam como entradas comuns para os residentes locais, caracterizadas frequentemente por estreiteza e circundadas por edifícios altos. Por outro lado, os Wynds e Entrys eram vias públicas mais amplas, permitindo a passagem de carruagens ou carroças.

Os Courts, embora frequentemente possuam um pátio central, não seguem uma regra específica nesse sentido. Após diversas reformas e modificações ao longo dos séculos, os Closes, Courts, Entrys e Wynds se tornaram essencialmente equivalentes em sua função e forma.

A parte interna do Bakehouse Close abriga a casa que foi um local de gravações em Outlander - a casa de escadaria à esquerda da foto era a gráfica A. Malcolm de Jamie Fraser na série. Foto: Eliana Reis
A parte interna do Bakehouse Close abriga a casa que foi um local de gravações em Outlander – a casa de escadaria à esquerda da foto era a gráfica A. Malcolm de Jamie Fraser na série. Foto: Eliana Reis

The Real Mary King’s Close é uma atração turística localizada na Royal Mile, em Edimburgo, na Escócia. “Close” é um termo escocês que se refere a um beco estreito ou rua lateral. Este local é uma rede de becos subterrâneos que datam do século XVII e que foram preservadas e recriadas como uma atração turística. Seu nome também deriva de Mary King, uma mercadora que viveu no século XVII e cujo nome foi dado a um dos becos.

A atração abrange vários closes adjacentes, revelando uma visão fascinante da vida na Edimburgo antiga. Durante séculos, estas closes foram ocupadas por pessoas de diversas classes sociais, desde mercadores e artesãos até as camadas mais pobres da sociedade. O local é conhecido por suas histórias de vida, trabalho e sobrevivência em condições muitas vezes difíceis. Os visitantes podem fazer um tour guiado pelo Real Mary King’s Close, explorando as ruas estreitas, casas preservadas e ouvindo contos e lendas sobre os antigos habitantes.

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