Por mais incrível que pareça, algumas aves parecem ser capazes de prever chuvas ou tempestades utilizando sinais da natureza. Embora seja um tema ainda pouco estudado pela ornitologia, alguns estudos sugerem que isso acontece graças a um sentido especializado em detectar mudanças na pressão atmosférica.

Andorinhas e andorinhões, por exemplo, são sensíveis a mudanças na pressão atmosférica. Baixa pressão geralmente é um sinal de chuva que está se aproximando. Essas aves ajustam seu comportamento em resposta a essas mudanças: alimentam-se mais intensamente antes da chegada da tempestade, buscam abrigo ou determinam quando é seguro migrar. O ditado popular que diz que “andorinhas voando baixo é sinal de chuva” tem um fundo de verdade, pois essas aves geralmente voam mais perto do chão antes de uma tempestade. Esse comportamento está ligado ao fato de que os insetos, suas principais presas, também respondem à pressão atmosférica voando mais baixo, trazendo assim as aves para mais perto do solo em busca de alimento.
Outro ditado popular afirma que “quando os marrecos vocalizam alto é sinal de chuva”. Isso também tem fundamento científico, pois marrecos e outras aves aquáticas podem se tornar bastante vocais enquanto se preparam para a chegada da chuva, possivelmente comunicando-se entre si para buscar abrigo.
Quem tem comedouros de aves no quintal pode ter percebido que a atividade das aves se torna bem frenética pouco antes da chegada de uma chuva ou de ventos fortes. Ao perceberem a baixa pressão atmosférica, as aves priorizam se alimentar para enfrentar a chuva.
Além da pressão atmosférica, acredita-se que algumas espécies conseguem perceber alterações no clima através de mudanças no campo magnético da Terra, enquanto outras percebem tempestades por meio de sons de baixa frequência.
Em 2014, pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriram que um grupo de mariquitas-de-asa-dourada fugiu de seus locais de reprodução nos Estados Unidos bem antes da chegada de uma devastadora tempestade com muitos tornados. Essas mariquitas estavam sendo monitoradas com geolocalizadores presos às suas costas em um estudo de migração e tinham acabado de chegar de uma migração da América do Sul quando partiram novamente em uma migração não planejada para evitar a tempestade, que chegou 24 horas depois. Os pesquisadores acreditam que essas aves são capazes de escutar infrações de baixíssima frequência, que se propagam a longas distâncias e são geradas principalmente por perturbações meteorológicas severas.
Essa foi uma questão respondida no excelente canal Planeta Aves do Youtube, o vídeo inteiro segue abaixo:
Veja mais sobre o fundamento científico de ditados populares relacionado ao tempo no post Meteorologia popular.