Tenha mais criatividade

Existem diferentes maneiras de desenvolver a criatividade, por exemplo vencendo os bloqueios à imaginação criados ao longo de nossas vidas. Primeiramente, para uma pessoa ser criativa e construir novas ideias, ela precisará de matéria-prima, que é o conhecimento. Segundo, é necessária uma nova atitude que leve a manipular esse conhecimento e experiência adquiridos para novas possibilidades. Conforme Albert Szent-Györgyi, prêmio Nobel de Medicina, “descobrir consiste em olhar para o que todo mundo está vendo e pensar uma coisa diferente“.

Ilustração de Claudia Scatamacchia, do livro "Um 'toc' na cuca"
Ilustração de Claudia Scatamacchia, do livro “Um ‘toc’ na cuca”

Geralmente, o cotidiano exige que sejamos práticos (por exemplo, não precisamos ser criativos para subir em um elevador), e certas atitudes nos inibem e sermos criativos e pensarmos coisas diferentes. Essas atitudes são chamadas de “bloqueios mentais” no livro “Um ‘toc’ na cuca”, de Roger Von Oech. Ao romper essas atitudes, a pessoa deve caminhar para ter mais criatividade. Veja-as a seguir:

1. “A resposta certa”
A ênfase do sistema educacional é a busca de uma única resposta certa para resolver o problema. Assim, busque mais respostas além da primeira (e, provavelmente, a mais óbvia).

2. “Isso não tem lógica”
A lógica é importante na fase prática da criação, mas pode atrapalhar na busca de novas ideias. Utilize um pensamento difuso, busque comparar situações semelhante e metáforas para explicar as coisas.

3. “Siga as normas”
Romper com velhas ideias (mesmo durante as atividades mais comuns do dia a dia) faz quebrar um padrão de velhas atitudes e abre espaço para novas maneiras de fazer as coisas.

4. “Seja prático”
Cultive a imaginação, pense em coisas que lhe pareçam improváveis do tipo “e se…” (por exemplo: “e se os animais ficassem mais inteligentes que os seres humanos?”).

5. “Evite ambiguidades”
Em boa parte das situações, é preciso ser claro para evitar um mal entendido. Porém, a criatividade pode surgir de ambiguidades (o humor, por exemplo).

6. “É proibido errar”
Durante o processo criativo, o erro mostra que estamos saindo dos trilhos habituais, e também pode ser usado como base para uma nova ideia: quando algo falha, você descobre o que não funciona, e o fracasso lhe dá a oportunidade de tentar uma nova abordagem.

7. “Brincar é falta de seriedade”
Divertir-se pode tornar a mente fértil para novos pensamentos.

8. “Isso não é da minha área”
A especialização pode limitar novas ideias. Busque comparar em outras áreas problemas semelhantes aos seus, e veja como foram resolvidos. Uma boa forma de saber sobre outros assuntos é a leitura de livros introdutórios ao tema. Às vezes, é bom até ler esses livros em sua própria área, para rever conceitos sob uma perspectiva diferente em um novo momento de sua vida.

9. “Não seja bobo”
As vezes, uma ideia aparentemente boba pode ser a semente da resolução de um problema. Por exemplo, o bobo da corte tinha a função de parodiar as atitudes do rei, sendo assim uma maneira crítica de avaliar as consequências das ações da realeza.

10. “Eu não sou criativo”
Classificar-se assim já limita logo de cara o processo criativo.

Fugir do usual é importante no processo criativo. A tendência do ser humano é de acompanhar o grupo. Você já deve ter passado pela seguinte situação: você está parado na esquina para atravessar, com um grupo de pessoas desconhecidas. O sinal está vermelho e sem carros, mas ninguém atravessa. Então um dos pedestres atravessa, e depois outro, e assim sucessivamente, e você fica se sentindo um bobo por não atravessar.

Faça atividades diferentes, como ver truques de mágica, filmes de arte ou ir a um depósito com um monte de tranqueiras. Você também pode transformar situações do cotidiano em material para o pensamento criativo. Por exemplo, conversar com pessoas e valores diferentes dos seus e observar o que é importante para essas pessoas. Reflita e compare com o que é importante para você.

Veja esse exemplo de como resolveram o problema de não jogar o lixo no lugar certo em uma cidade da Holanda. Inicialmente aplicaram uma multa para quem jogasse o lixo no chão, mas não resolveu o problema. Tentaram aumentar o número de fiscais, mas teve pouco impacto. Pensaram então em fazer com que o cesto de coleta desse dinheiro de volta ao usuário, como forma de recompensar o bom usuário. Isso inverteu a situação (premiar o certo, em vez de punir o errado). Porém, isso traria um gasto enorme. Mas a cabeça já tinha sido aberta a novas ideias, e assim surgiu a ideia de acoplarem um toca-fitas no cesto de modo que, quando a pessoa jogasse o lixo no cesto, tocasse uma piada. Isso incentivou as pessoas a jogarem o lixo no lugar certo e se divertirem.

“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.”

Albert Einstein

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